quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Porque a burguesia detesta ver a vida como ela é?

Dois programas eleitorais do nosso candidato a vereador, Giovani Zoboli 16016, foram arbitrariamente tirados do ar nesta semana. Embora a causa para a retirada de ambos os programas seja a mesma, ou seja, o fato de que dói para os poderosos serem desmascarados dentro de suas próprias casas, ainda assim, optamos por tratar em textos diferentes estes dois fatos iguais. Neste texto trataremos do programa com o caráter de Luta Operária. O programa contra as opressões tem um texto específico que pode ser lido a baixo.
Já muito se escreveu sobre o papel opressor dos meios de comunicação de massa, de modo especial a televisão. Colocada nas salas das casas como sendo uma janela para os sonhos, uma entrada para um mundo irreal, e televisão reproduz a ideologia das classes que dominam econômica e politicamente a sociedade. Nas novelas, nos programas de auditório, nos “reality shows”, e até mesmo nos telejornais, tudo é muito lindo, tudo está bem, tudo está certo. Até aqui, nenhuma novidade!

Nos horário político “gratuito” (a produção custa o “olho da cara”!) não poderia ser diferente: os candidatos financiados pelos empresários não mostram a realidade! Mostrá-la seria assumir que o capitalismo monopolizador, o imperialismo, não conseguem mais gerar a melhoria de vida para a maioria da humanidade. Mostrar a realidade seria, para estes agentes do Capital, assumir a derrota de que suas propostas e promessas são de fato mentiras eleitorais que não duram 4 anos.

Só um partido da classe trabalhadora, voltado para as lutas e mobilizações, tem a coragem de por no horário nobre a imagem de milhares de operários entrado e saindo de seu local de trabalho. Entram e saem do seu local de exploração, de extração do suor mal pago! Entram e saem cotidianamente, de forma mecânica, sem esperanças de um futuro melhor.

Mas, onde está a “coragem” em mostrar tal cena? Por que isto é tão agressivo aos olhos patronais? Por que a empresa filmada pediu (e conseguiu) que o filme fosse retirado do ar?

Mostrar esta cena implica necessariamente mostrar o nome da empresa em que a cena foi gravada, implica necessariamente mostrar a fachada desta empresa. Alguém há de perguntar: mas não poderia ser outra a empresa, tinha que ser esta? Respondemos: poderia sim, poderia ser qualquer portão de fábrica, pois em todos, a cena é a mesma. E da mesma forma, qualquer que fosse a empresa, qualquer que fosse a fachada, o recurso a arbitrariedade também seria o mesmo!

Quem tem medo da democracia?
Que nas eleições prevalece o jogo do dinheiro, que só se elege quem tem milhões para os golpes de mídia, isto também todos já sabemos! Já há muito nós do PSTU dizemos que a saída para os trabalhadores não virá pela via eleitoral. Só com organização e luta, tanto nos portões das fábricas como nos sindicatos, é que nós trabalhadores chegaremos a resolver os problemas que nos afligem no dia-a-dia. Tudo isso já dissemos!

O que nos causa estranheza e ver que a burguesia não suporta mais o peso da sua própria farsa democrática: as regras eleitorais, que não são iguais para todos, já são democráticas demais para os patrões! Não basta controlar a maioria dos candidatos com doações milionárias: precisam arbitrar também sobre os candidatos que eles não controlam pelo dinheiro!

Que mal há em mostrar na televisão a fachada de uma empresa? Que mal há em mostrar o seu nome ou o seu logotipo? Não são todos, fachada, nome, logotipo, todos, públicos? Há segredos contidos neles? Ninguém adentrou a fábrica para mostrar como se da a exploração no local de trabalho propriamente dito, ninguém adentrou sem permissão a propriedade privada (sagrada para os capitalistas), ninguém filmou segredos industriais ou patentes exclusivas.

Foram apenas imagens de locais já públicos, da rua, locais amplamente conhecidos pela população, locais que podem ser vistos a qualquer momento. Inclusive, nós do PSTU, convidamos todos a verem a fachada da fábrica no próximo final de semana: basta passar em frente e enxergarão a mesma fachada, o mesmo logotipo e o mesmo nome que foi motivo para que caçassem o programa.

Ocorre que um portão de fábrica é um perigo enorme para os patrões: ali os trabalhadores se encontram, conversam, trocam idéias, e isto é um perigo eminente! Mostrar o agito de um portão, os trabalhadores em confraternização e se organizando, isto põe em cheque as mentiras dos políticos burgueses, e também das TVs a serviço do sistema. A democracia dos ricos, que nem é tão democrática assim (pois prevalece o poder econômico), incomoda aos que tem medo de verem na TV a vida como de fato ela é! Estamos voltando aos tempos de ditadura?

E por fim, uma curiosidade: saiba o leitor que a diretoria do Sintrafite, o sindicato dos trabalhadores têxteis, tentou também ela tirar este mesmo programa eleitoral de Giovani 16016 do ar, mas não conseguiu. Agora, o patronal, conseguiu! Curioso, não acham?


Assistam o programa sobre os Operários Têxteis [censurado]

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