segunda-feira, 31 de março de 2014

Ditadura Militar: 50 anos de impunidade!


Neste 31 de março completam-se cinco décadas do golpe que instaurou uma ditadura de 20 anos no país. Milhares foram presos, assassinados, torturados e exilados. Além dos EUA e da direita, o golpe contou com o apoio ativo das grandes multinacionais.

Confira e compartilhe o especial dos 50 anos do golpe de 1964 no Portal do PSTU
www.pstu.org.br/node/20511

domingo, 16 de março de 2014

Aumento da passagem em Blumenau: Organizar a classe trabalhadora para a(s) luta(s)!


Blumenews.com.br

Todos assistiram ou leram na impressa local sobre a mobilização acontecida na noite de 13/03/2014 no centro de nossa cidade: jovens lutando contra o aumento da passagem urbana de 2,75 para 3,00 reais. Convocada pelas redes sociais, e reivindicando apenas uma bandeira: TARIFA ZERO!

Nós do PSTU, insistente que somos em reforçar as mobilizações, persistentes na idéia de que somente as lutas, as greves, as ocupações, as caminhadas e marchas, os abaixo-assinados é que mudarão as nossas vidas, tomamos a liberdade de opinarmos sobre os fatos!

Os inimigos: Obviamente, o aumento é errado! A burguesia local e nacional do transporte coletivo urbano está entre os setores mais bem remunerados da economia! É também entre os setores que mais investe em campanhas eleitorais e depois se beneficia dos mandatos de seus afilhados políticos eleitos. Não merecem nem sequer 01 centavo de aumento pelo serviço de baixíssima qualidade que prestam!

O prefeito Napoleão também não merece a nossa menor confiança: também teve estas empresas e estes empresários entre seus padrinhos econômicos nas eleições, e é claro, devolve-lhes os favores econômicos/eleitorais com os aumentos das tarifas e frouxidão na fiscalização dos serviços (maior exemplo é o da renovação da frota).

E a Presidente Dilma não é diferente: faz de conta que não é com ela a situação caótica em que se encontra a mobilidade urbana deste país. O PT dobrou-se ao capital e hoje governa para estes mesmos senhores a qual ele tanto criticou no passado! Fazer com que boa parte dos trabalhadores deste país tenha uma dívida com financiadoras de automóveis, e paguem preços exorbitantes por um automóvel que vale bem menos, parece ter sido um dos grandes favores que LULA fez aos bancos estrangeiros e as montadoras multinacionais. A conseqüência disso é um trânsito caótico, onde dívidas ambulantes se aglomeram sobre buracos crônicos tirando o espaço de latões articulados de seres humanos espremidos como sardinhas.

Outros atores freqüentes desta cena infernal são os aparatos de repressão, de modo especial Polícia Militar: claro que esta tenta cumprir com sua função máxima, que é a defesa do Capital e do Estado, mas faz isso com extrema incompetência. Truculenta por natureza, agride de forma barata! Até a ONU, uma organização imperialista e que está muuuito longe de ser “de esquerda” e nem mesmo “humanista”, já aconselhou o Brasil e desmilitarizar a polícia devido a sua violência! Soma-se a isso a extrema incompetência “técnica”: na manifestação do dia 13 em Blumenau, chegou-se a assistir a patética cena de um cachorro mordendo o soldado que o conduzia! Esperamos que pelo menos a CAT tenha sido emitida, senhores oficiais, o que é um direito trabalhista de soldado!

Jaime Batista da Silva
E os amigos, quem são? Listados os inimigos, quem irá combatê-los? Em nossa opinião, os trabalhadores e a juventude. Assim, então, temos acordo em que os jovens ocupem o paço municipal, as praças, a ruas e os terminais na luta contra o aumento da passagem! Como também temos acordo em que os trabalhadores do sistema façam greves pedindo aumentos salariais e melhores condições de trabalho!

Alguém poderá se perguntar: como apoiar uma greve de trabalhadores que pedem aumento sem aumentar a tarifa? Respondemos: basta acabar com o lucro do patrão, basta acabar com a própria existência do burguês dos ônibus! Como? Estatizando o sistema todo e colocando-o sob o controle da classe a quem realmente o sistema deve servir, a classe trabalhadora! Uma organização que abarque o sindicato dos trabalhadores do sistema e os sindicatos dos trabalhadores usuários, a juventude e o povo em geral: esta organização deveria gerir o SIGA em Blumenau! É a nossa proposta!

Vejam que a proposta chamada TARIFA ZERO, que muitas vezes é defendida nas mobilizações, não resolve o problema dos trabalhadores. Muito pelo contrário: apenas assegura mais lucros aos proprietários! A proposta é financiar o sistema através de impostos, ao invés da passagem. Assim, o lucro destes empresários continua garantido e o serviço de baixa qualidade também, já que o objetivo não é atender as necessidades da população e sim o lucro de meia dúzia. Isto não tem sido devidamente analisado pelos manifestantes, que acabam se encantando com a proposta “TARIFA ZERO” sem nem mesmo entendê-la!

Jaime Batista da Silva
Outra coisa que é necessário debater no seio do movimento: o método de luta! Embora a causa seja justa, embora que o caminho seja sim o das ruas, ainda assim temos que tomar algumas precauções: não podemos repetir o erro cometido no RJ, onde um trabalhador morreu em plena atividade laboral, no meio de uma manifestação!

Há ainda um mar de dúvidas sobre quem foi os detonadores do tal maldito artefato assassino, sobre se eram ou não membros legítimos do movimento ou infiltrados pagos pelos inimigos, enfim....Mas não há como negar: a “atitude” Black Bloc” é muito falha, deixa margem para um série de ações estranhas aos métodos tradicionais da luta operária, abre uma infinitude de possibilidades incontroláveis pela classe trabalhadora e seus organismos!

Além da truculência policial, além da incompetência policial, parte do que se viu na manifestação do dia 13 foram estas ações estranhas as tradições de nossa classe. Por exemplo: não entendemos como pode um manifestante e um trabalhador do sistema se enfrentarem durante o ato? Falta, aos dois, no mínimo a visão pragmática de que ambos são muito mais aliados do que inimigos naquele momento! Isso sem falar na consciência de classe e na luta por uma sociedade socialista!

Organizar a classe para as lutas! Entendemos que os trabalhadores de Blumenau carecem de uma organização de lutas, carecem de um fórum local que unifique os que querem se manifestar, se mobilizar. A manifestação do dia 13, mais uma vez, deixou isso bem claro! E não é apenas nos dias de aumento das passagens que isso se torna claro: nas greves de categorias, nos dias de luta, no 1º de maio, no 08 de março, etc...

Nós, do PSTU, fazemos um chamado ao SINDETRANSCOL, aos outros sindicatos de trabalhadores, as entidades da classe trabalhadora em geral, aos jovens que lutaram dia 13: façamos um esforço para que tenhamos um fórum local para organizarmos todas as lutas! Precisamos aglutinar os lutadores de Blumenau!

Neste momento, as lutas de categorias específicas, e também a luta mais geral contra os absurdos da COPA e contra a FIFA, estas lutas merecem nosso total apoio! Vai ter muuuita luta nesta copa, e Blumenau não pode ficar de fora: unâmo-nos!

sábado, 1 de março de 2014

PT blumenauense: Um silêncio ensurdecedor!

Não deve estar sendo fácil para os membros do PT de Blumenau ter que ficar quase que mudos diante das várias denúncias de corrupção que estão sendo feitas em Blumenau, principalmente, a partir de 2012. Naqueles dias, o então prefeito João Paulo Kleinubing foi flagrado ordenando a um dos seus secretários que criasse um falso documento simulando um processo de dispensa de licitação para que a Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB) recebesse R$ 30 milhões do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina. Tal situação foi comprovada através de interceptações telefônicas autorizada pela justiça em julho de 2012. Conhecida como operação “tapete negro”, envolveu o primeiro escalão da gestão JPK, empresários e políticos da base aliada e, resultou no processo de cassação dos vereadores Célio Dias, Fábio Fiedler, Braz Roncáglio, Almir Vieira e Robinson Soares, por cometerem irregularidades para obtenção de votos.

Diante disto, coube ao vereador do PT, Jefferson Forest, apresentar requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, porém, sem a assinatura do presidente da casa Vereador Vanderlei de Oliveira, também do PT (e tido como sendo da ala mais a esquerda deste partido). Entretanto, tal comissão não foi constituída.

O silêncio que os membros do PT de Blumenau não buscam quebrar não pode ser compreendido separadamente de duas situações que acontecem com o PT em âmbito nacional: A primeira diz respeito ao mensalão e as prisões de lideranças petistas, historicamente constituídas no cenário político brasileiro, com destaque para José Dirceu e José Genuíno, que no passado foram dois grandes lutadores contra a ditadura militar. Lamentavelmente, hoje sevem para colocar o PT na mesma vala comum dos grandes partidos de direita e centro direita, cujos membros atualmente agem muito mais por interesse próprio do que por projeto de país e desta forma, suscetíveis à corrupção. A partir do chamado mensalão, o PT se manifestou tão corrupto como o PP de Maluf, o PSDB de FHC, Alckimim e Azeredo, o PMDB de Jader Barbalho e Sarney, o PL do bispo Rodrigues, o PTB de Roberto Jefferson e Collor, assim como outros partidos políticos de direita ou centro direita.

A segunda situação refere-se às alianças que o PT tem feito para se perpetuar no poder do Estado. Partidos e pessoas que antes estavam em lados oposto ao do PT passam a fazer parte da base aliada e, neste processo mais e mais o PT passou a assumir posturas contraria aos trabalhadores e mais para a direita se moveram os petistas chegando a realizar, aqui no Estado de Santa Catarina, aliança com o governador Colombo do PSD.

Diante destas situações, o que os petistas de Blumenau podem fazer mais do que permanecerem calados? Com que moral política poderão os petistas falar de Fiedler, Robinho ou de outro que esteja constituindo aliança com o PT, seja em âmbito nacional ou estadual?

De nossa parte, registramos as nossas saudades dos tempos em que o Partido dos Trabalhadores bradava contra a corrupção, inicialmente nas praças e nas portas de fábricas, e depois nos gabinetes.

Nelson Garcia Santos, professor universitário.