quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Novo cenário político da campanha presidencial

Ouça a entrevista de Valério Arcary no programa Faixa Livre sobre o Cenário político atual do Brasil:



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por que não coligamos com o PSOL em SC

Clausmar Luiz Siegel,
Operário petroleiro e militante do PSTU.

Vários companheiros tem nos perguntado o motivo de não termos feito uma aliança eleitoral com o PSOL catarinense neste ano de 2014: tentaremos responder a estes companheiros com o presente texto! Mas antes mesmo de respondermos, queremos reconhecer a legitimidade da pergunta. De fato, houve sim a possibilidade de que tal aliança acontecesse e inclusive nós do PSTU chegamos a contar com esta alternativa em determinado momento. Reuniões entre os dois partidos foram feitas, e o que era apenas uma possibilidade por pouco não se concretizou. Portanto, nada mais natural do que esta pergunta! E agora, já no meio do processo eleitoral, começa a ficar claro o motivo pelo qual nós desistimos desta possibilidade. Sobre os motivos pelos quais o PSOL preferiu não se coligar conosco, nós preferimos não abordar aqui, pois esta pergunta não nos cabe responder.

Todos sabem da polêmica nacional que temos com os companheiros psolistas em torno do financiamento de campanha: trata-se de um debate já velho, e que adentrou os muros do próprio PSOL, com diversas manifestações públicas de correntes deste partido que, assim como nós do PSTU, são contrárias ao recebimento de contribuições de empresas e empresários. A própria candidata a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, enfrenta esta polêmica agora novamente, uma vez que aceitou contribuição da rede gaúcha varejista Zaffari. Nós mesmos estamos com problemas em relação a este fato nos estados em que fizemos coligação com o PSOL. Portanto, ledo engano de quem pensou, como nós, que o PSOL não pegaria este dinheiro contaminado!


Contribuições de algumas empresas aos candidatos a Prefeito
Mas além disso, há ainda outro motivo, talvez ainda mais importante: trata-se do caráter político das candidaturas, ou melhor dizendo, "a quem estas candidaturas se dirigem, a quem servem?". Também nisto temos tido diferenças com os companheiros do PSOL. Tomemos como exemplo um fato ocorrido na nossa aliança eleitoral em 2012 aqui em Blumenau, quando o Sr. Osni Vagner encabeçou a campanha. Havíamos acordado de que aquela aliança se dirigiria a classe trabalhadora e seria claramente contra a burguesia, no melhor do estilo marxista de fazer política. Qual não foi nossa surpresa, seguida de indignação e ira, quando o nosso candidato à prefeito reuniu-se a portas fechadas com a ACIB, a maior organização da burguesia local? Por que uma candidatura classista, voltada aos trabalhadores e claramente contra burguesia, haveria de se reunir secretamente com a fina flor do empresariado paroquial? Foi, sem nenhuma dúvida, uma traição não somente aos paradigmas daquela aliança, daquele acordo eleitoral conosco, mas principalmente, uma apunhalada na própria classe trabalhadora blumenauense, que acabou ficando órfã de uma candidatura sua e exclusiva. Este fato, somado a ajuda que aquela candidatura prestou a candidatura (também burguesa) da petista Sra. Ana Paula, fez com que nós do PSTU tornássemos público o nosso arrependimento por termos feito àquela coligação em 2012.

Sargento Soares (PSOL) na ACIB
Voltando à atualidade, estamos assistindo a história se repetir. Há poucos dias foi noticiado que o candidato à governador pelo PSOL/SC, o Sr. Afrânio Boppré, queixou-se do fato de que a FIESC, sim, a FIESC, a maior associação empresarial do estado, não o convidou para uma reunião a portas fechadas! E logo alguns dias depois, a ACIB (novamente a blumenauense ACIB) tratou de amenizar a "grosseria" da entidade mor, e então convidou Afrânio para o diálogo privado. Afrânio prontamente respondeu comparecendo com toda a sua chapa majoritária, e seguindo o exemplo de Osni, tratou de frustar qualquer esperança de que faria uma campanha no marcos da classe trabalhadora.

Campanha do PSTU é nas fábricas têxteis
De nossa parte, ao contrário do que aconteceu há dois anos passados, não precisamos nos arrepender da aliança mal feita: simplesmente, não fizemos a malfadada coligação. Nossas candidaturas seguem firmes na defesa intransigente das propostas e dos métodos de luta dos trabalhadores. Não seguimos o mesmo caminho do PT e por isso estamos ombro a ombro com os operários/as têxteis que estão submetidos a salários baixíssimos.

Presidente do SINTRAFITE declara apoio ao PSOL
Apenas duas dúvidas nos ocorrem, e ainda carecemos de mais tempo para elucidá-las, quais sejam: a) Qual o motivo que leva a ACIB, sempre a ACIB, a convidar o PSOL para as sabatinas íntimas? A própria FIESC não formulou o convite, e a ACIB não faltou em faze-lo, por que? Terá a burguesia local, fortemente têxtil, algum interesse, alguma simpatia específica pelo PSOL? b) E haverá alguma ligação disto com o fato de que a Sra. Vivian Bertoldi, presidente do sindicato dos trabalhadores têxteis de Blumenau (SINTRAFITE) e diretamente ligada ao patronal, na mesma semana do acontecimento da reunião não pública com a ACIB, declarou apoio público a chapa majoritária do PSOL estadual? Ou será simples coincidência?

Por enquanto, nós do PSTU, ainda não temos respostas para as duas questões acima! Por enquanto, sabemos apenas que não fazemos a menor questão de nos reunirmos seja com a FIESC, seja com a ACIB, ou com qualquer outra associação empresarial, numa situação não pública! Por enquanto, continuamos pedindo aos trabalhadores que nos ajudem a pagar as nossas contas de campanhas eleitorais. Por enquanto, seguimos firmes no melhor de tradição de Marx e Engels, e que já perdura a mais de 150 anos: mantemos a nossa autonomia financeira e política perante os algozes da nossa classe! Fortaleça essa luta! Vote 16!

Zé Maria, Presidente 16!
Gilmar Salgado, Governador 16!
Rosane, Senadora 160!

Deputados Federais:
Gabriela 1616!
Jonas 1606!

Deputados Estaduais:
Marcus 16016!
Tião Amaral 16116!