quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

OSNI: um surpreendente exemplo de traição!

Não tem sido raro nas últimas décadas assistirmos lideranças de esquerda se transformarem em traidores dos ideais marxistas: O PT e o PCdoB são exemplos abundantes disto! Muitos dos que lutavam ao lado dos explorados e oprimidos, passaram para o lado dos exploradores e opressores! Aliás, que haja tanta roubalheira neste país, isto também não é surpresa, também não é novidade: sempre houve, desde os militares, passando por Sarney, Collor, Itamar e FHC. Novidade, surpresa, foi o escândalo do “Mensalão”, quando se descobriu que o PT, que dizia que iria mudar tudo isso, repetiu este mesmo hábito! Agora, nem mesmo a ladroeira do PT causa surpresa!

O surpreendente, a novidade de hoje é que algumas pessoas que haviam aprendido sobre como essa traição acontece, haviam aprendido sobre como evitar e fugir deste “mesmismo”, haviam se comprometido em não seguir este curso oportunista, de repente, voltam à vala comum! Aqui em Blumenau, recentemente, fomos surpreendidos com a refiliação do Sr. Osni Walfredo Wagner ao Partido dos Trabalhadores, num claro e surpreendente exemplo de traição: sim traição, pois ignorância não é! O Senhor Osni, militante experiente (atua na esquerda desde meados dos anos 80) e esclarecido (não somente do ponto de vista acadêmico, mas também como leitor contumaz que é) sabe bem que o caminho que toma agora é sim o caminho da submissão ao capital, da obediência aos empresários financiadores das campanhas eleitorais, da propina e do mensalão geridos para o benefício das grandes empreiteiras e outras empresas sanguessugas do Estado!

Este fenômeno da traição já tardia, já depois de reafirmados os ideais “principistas”, esta surpreendente “mudança de consciência”, não é um privilégio exclusivo do Sr. Osni. Embora seja uma raridade assistirmos a isso (e por isso ficamos surpresos), por outro lado também notamos que o fato tende a se repetir. Não é fácil manter-se longe das mazelas do poder, tendo fácil acesso a ele! Não é fácil manter-se longe das mazelas do poder, tendo fácil acesso às ofertas de dinheiro sujo e privado para as campanhas eleitorais. Não é fácil manter-se longe das mazelas do poder, tendo a grande mídia alienante como aliada. Outro exemplo disto foi o do Sr. Jean Wyllys, que para defender a sua Alma Mater Rede Globo, surpreendentemente, saiu em defesa do machismo e do racismo da série “Sexo e as Negas”! Estará Jean trilhando o caminho de Osni? Manter-se longe do Poder é difícil!



De nossa parte, da parte do PSOL e do PSTU (que já declarou publicamente seu arrependimento pelo apoio a candidatura Osni em 2012) de Blumenau, declaramo-nos surpresos, mas jamais abalados, com este fenômeno! Continuaremos firmes na luta pela mudança geral da ordem estabelecida, na luta pelo socialismo. Osni Não fala em nosso nome!

Blumenau, 07 de dezembro de 2014

Giovani Zoboli, presidente PSTU Blumenau
Hugo Voigt, presidente PSOL Blumenau

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sobre onda conservadora, voto nulo e alternativas da esquerda socialista


Neste segundo turno das eleições, abriu-se um debate na esquerda sobre a melhor tática para o momento. Leia abaixo artigo de Zé Maria em resposta ao texto do professor Marcelo Badaró.


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Cada voto que recebemos fortalece uma alternativa para os trabalhadores

Gilmar Salgado

Antes de tudo, quero agradecer os votos recebidos pelo PSTU e o esforço de todos aqueles que construíram conosco essa campanha. Estamos felizes com nosso resultado e acreditamos que tivemos uma campanha vitoriosa.

Mesmo com os poucos segundos que temos na TV e no rádio, furamos o bloqueio da mídia e levamos para os nossos programas as principais reivindicações da juventude e dos trabalhadores. Denunciamos as privatizações, a inflação e os baixos salários, as péssimas condições de trabalho e de vida, a criminalização dos que lutam. Nossa campanha não fez promessas vazias. Chamamos a todos para lutarmos nas ruas pelos nossos direitos e para junto conosco formar um governo sem patrões.

Muitos trabalhadores estão decepcionados com a eleição daqueles de sempre, dos grandes partidos. Mas é preciso entender que as eleições são comandadas por campanhas milionárias. Que além de dinheiro para publicidade, as grandes campanhas compram muitos votos e enganam muitas pessoas, que acreditam que podem confiar em um ou outro político. Mesmo com todas essas cartas marcadas e o boicote da mídia, os partidos se encontram a esquerda do governo tiveram um aumento no seu número de votos.

Além disso, depois de 12 anos de governo do PT, existe muita desilusão e desgaste, e um inegável desejo de mudanças. Muitos votos de mudança, ao não encontrar alternativas, acabam caindo no colo da direita. Nem os votos na direita podem significar mudança e nem os votos no PT significam avanços. É preciso fortalecer uma alternativa para os trabalhadores e isso não se faz da noite para o dia.

Para o PSTU o mais importante foi o aumento de votos nas cidades operárias do estado e uma votação bem significativa em nossa candidata da juventude, Gabriela. Em todo país nossos candidatos jovens foram bem votados, mostrando que a juventude que participou dos protestos de junho também mostrou a sua vontade de mudar nessas eleições. Nossos candidatos da educação também tiveram uma importante participação, com destaque para Cíntia, nossa vice, professora, mulher, negra. Um exemplo concreto da necessidade dos trabalhadores lutarem não só contra a exploração, mas também contra todas as formas de opressão.

Essa votação nos fortalece. Estamos construindo uma alternativa para os trabalhadores que não aparece só nas eleições. Todos os dias, em nossos locais de trabalho e estudo, militamos convictos que é possível fortalecer uma alternativa ao PT e ao PSDB.

Por isso, queremos convidar a todos que conheçam o PSTU e se filiem ao nosso partido. Estaremos organizando uma atividade este sábado, dia 11 de outubro em nossa sede e gostaríamos de contar com a participação de todos aqueles que apoiaram a nossa campanha e votaram nos nossos candidatos.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Novo cenário político da campanha presidencial

Ouça a entrevista de Valério Arcary no programa Faixa Livre sobre o Cenário político atual do Brasil:



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Por que não coligamos com o PSOL em SC

Clausmar Luiz Siegel,
Operário petroleiro e militante do PSTU.

Vários companheiros tem nos perguntado o motivo de não termos feito uma aliança eleitoral com o PSOL catarinense neste ano de 2014: tentaremos responder a estes companheiros com o presente texto! Mas antes mesmo de respondermos, queremos reconhecer a legitimidade da pergunta. De fato, houve sim a possibilidade de que tal aliança acontecesse e inclusive nós do PSTU chegamos a contar com esta alternativa em determinado momento. Reuniões entre os dois partidos foram feitas, e o que era apenas uma possibilidade por pouco não se concretizou. Portanto, nada mais natural do que esta pergunta! E agora, já no meio do processo eleitoral, começa a ficar claro o motivo pelo qual nós desistimos desta possibilidade. Sobre os motivos pelos quais o PSOL preferiu não se coligar conosco, nós preferimos não abordar aqui, pois esta pergunta não nos cabe responder.

Todos sabem da polêmica nacional que temos com os companheiros psolistas em torno do financiamento de campanha: trata-se de um debate já velho, e que adentrou os muros do próprio PSOL, com diversas manifestações públicas de correntes deste partido que, assim como nós do PSTU, são contrárias ao recebimento de contribuições de empresas e empresários. A própria candidata a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, enfrenta esta polêmica agora novamente, uma vez que aceitou contribuição da rede gaúcha varejista Zaffari. Nós mesmos estamos com problemas em relação a este fato nos estados em que fizemos coligação com o PSOL. Portanto, ledo engano de quem pensou, como nós, que o PSOL não pegaria este dinheiro contaminado!


Contribuições de algumas empresas aos candidatos a Prefeito
Mas além disso, há ainda outro motivo, talvez ainda mais importante: trata-se do caráter político das candidaturas, ou melhor dizendo, "a quem estas candidaturas se dirigem, a quem servem?". Também nisto temos tido diferenças com os companheiros do PSOL. Tomemos como exemplo um fato ocorrido na nossa aliança eleitoral em 2012 aqui em Blumenau, quando o Sr. Osni Vagner encabeçou a campanha. Havíamos acordado de que aquela aliança se dirigiria a classe trabalhadora e seria claramente contra a burguesia, no melhor do estilo marxista de fazer política. Qual não foi nossa surpresa, seguida de indignação e ira, quando o nosso candidato à prefeito reuniu-se a portas fechadas com a ACIB, a maior organização da burguesia local? Por que uma candidatura classista, voltada aos trabalhadores e claramente contra burguesia, haveria de se reunir secretamente com a fina flor do empresariado paroquial? Foi, sem nenhuma dúvida, uma traição não somente aos paradigmas daquela aliança, daquele acordo eleitoral conosco, mas principalmente, uma apunhalada na própria classe trabalhadora blumenauense, que acabou ficando órfã de uma candidatura sua e exclusiva. Este fato, somado a ajuda que aquela candidatura prestou a candidatura (também burguesa) da petista Sra. Ana Paula, fez com que nós do PSTU tornássemos público o nosso arrependimento por termos feito àquela coligação em 2012.

Sargento Soares (PSOL) na ACIB
Voltando à atualidade, estamos assistindo a história se repetir. Há poucos dias foi noticiado que o candidato à governador pelo PSOL/SC, o Sr. Afrânio Boppré, queixou-se do fato de que a FIESC, sim, a FIESC, a maior associação empresarial do estado, não o convidou para uma reunião a portas fechadas! E logo alguns dias depois, a ACIB (novamente a blumenauense ACIB) tratou de amenizar a "grosseria" da entidade mor, e então convidou Afrânio para o diálogo privado. Afrânio prontamente respondeu comparecendo com toda a sua chapa majoritária, e seguindo o exemplo de Osni, tratou de frustar qualquer esperança de que faria uma campanha no marcos da classe trabalhadora.

Campanha do PSTU é nas fábricas têxteis
De nossa parte, ao contrário do que aconteceu há dois anos passados, não precisamos nos arrepender da aliança mal feita: simplesmente, não fizemos a malfadada coligação. Nossas candidaturas seguem firmes na defesa intransigente das propostas e dos métodos de luta dos trabalhadores. Não seguimos o mesmo caminho do PT e por isso estamos ombro a ombro com os operários/as têxteis que estão submetidos a salários baixíssimos.

Presidente do SINTRAFITE declara apoio ao PSOL
Apenas duas dúvidas nos ocorrem, e ainda carecemos de mais tempo para elucidá-las, quais sejam: a) Qual o motivo que leva a ACIB, sempre a ACIB, a convidar o PSOL para as sabatinas íntimas? A própria FIESC não formulou o convite, e a ACIB não faltou em faze-lo, por que? Terá a burguesia local, fortemente têxtil, algum interesse, alguma simpatia específica pelo PSOL? b) E haverá alguma ligação disto com o fato de que a Sra. Vivian Bertoldi, presidente do sindicato dos trabalhadores têxteis de Blumenau (SINTRAFITE) e diretamente ligada ao patronal, na mesma semana do acontecimento da reunião não pública com a ACIB, declarou apoio público a chapa majoritária do PSOL estadual? Ou será simples coincidência?

Por enquanto, nós do PSTU, ainda não temos respostas para as duas questões acima! Por enquanto, sabemos apenas que não fazemos a menor questão de nos reunirmos seja com a FIESC, seja com a ACIB, ou com qualquer outra associação empresarial, numa situação não pública! Por enquanto, continuamos pedindo aos trabalhadores que nos ajudem a pagar as nossas contas de campanhas eleitorais. Por enquanto, seguimos firmes no melhor de tradição de Marx e Engels, e que já perdura a mais de 150 anos: mantemos a nossa autonomia financeira e política perante os algozes da nossa classe! Fortaleça essa luta! Vote 16!

Zé Maria, Presidente 16!
Gilmar Salgado, Governador 16!
Rosane, Senadora 160!

Deputados Federais:
Gabriela 1616!
Jonas 1606!

Deputados Estaduais:
Marcus 16016!
Tião Amaral 16116!




domingo, 24 de agosto de 2014

sábado, 23 de agosto de 2014

Sede do PSTU em Criciúma (SC) é invadida após debate de governador na Universidade

Direção estadual do PSTU

No último dia 19 de agosto, logo após o debate para governador organizado pela UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense, a sede do PSTU Criciúma foi invadida. Nada foi roubado. Houve depredação da porta de entrada, vidraças, mobília e utilitários. Na sala foi deixada uma lata cheia de tinta e pedaços de madeira utilizados na depredação.

Não é a primeira vez que temos a sede de Criciúma invadida. Em 2012, em meio às eleições municipais, a sede do partido na cidade foi invadida três vezes, também com fortes indícios de motivação política. Foram feitos boletins de ocorrência e nada foi apurado por parte das autoridades policiais.

Acreditamos que o ocorrido na madrugada do dia 19 de agosto tem uma motivação claramente política e não de crime comum. Não só o fato de não terem roubado nada e sim depredado, mas também pelo fato da lata de tinta que ficou pelo caminho: com certeza teria sido utilizada para pichar as paredes, mas por algum motivo os invasores não tiveram tempo.

Para nós, esse foi um ato com o objetivo claro de intimidação, mas nós não pretendemos nos calar e muito menos baixar a cabeça diante de um ato tão vil. O PSTU registrou ocorrência e tomará todas as medidas possíveis para que se apure essa invasão e depredação. É inadmissível que após mais de três décadas do fim do regime de ditadura militar, tenhamos novamente que nos preocupar com ações extremas que só acontecem porque o direito de livre organização e expressão ainda não é de fato garantido pelos governos municipais, estaduais e federal. Sequer as eleições conseguem ser livres, sendo dominadas pelos financiamentos milionários de campanha. Isso mostra também como a democracia em nosso país é somente para ricos e poderosos, um partido de oposição aos governos e de longa trajetória na luta dos trabalhadores e da juventude é atacado de forma repetida, covarde e impune.

O PSTU em Criciúma vem travando um duro enfrentamento na cidade contra a prefeitura comandada por Márcio Búrigo (PP) e seu vice Verceli Nunes Coral (PSDB). As principais lutas do nosso partido tem envolvido a defesa dos direitos da população negra, como por exemplo a defesa das cotas raciais no serviço público municipal e dos direitos de africanos e haitianos que imigram para a cidade e no estado.

Na véspera da invasão, havia ocorrido mais um enfrentamento com esse projeto político elitista e conservador implementado na cidade. No debate realizado em Criciúma e promovido pelo DCE da UNESC ao governo do estado, nosso candidato ao governo questionou e se contrapôs duramente à candidatura de Bauer (PSDB) e Ponticelli (PP) e arrancou grandes aplausos do plenário lotado. Esses são os mesmos grupos que atualmente participam da direção do governo do estado, junto com Raimundo Colombo (PSD).

Hoje, em todo país temos uma onda imensa de processos, perseguições, ameaças e até mesmo agressões e mortes contra lideranças e integrantes de movimentos sociais e organizações de esquerda. Essa onda de criminalizações também tem como um dos seus principais responsáveis o governo Dilma, do PT, que ou é diretamente agente de perseguições às lideranças ou é conivente quando realizada por outros governos e setores da sociedade.

Por hora, não temos condições de apontar quem são os culpados por esse ato de violência ao PSTU. Mas a postura dos governos e grupos políticos que comandam a cidade, o estado e o país nos causam desconfiança de que a questão será tratada com a devida seriedade. Exigimos uma ampla investigação por parte das autoridades públicas e a punição dos culpados.

Chamamos os sindicatos, entidades estudantis, movimentos sociais, intelectuais, personalidades e as entidades, organizações e partidos de esquerda e democráticos a repudiarem esta agressão, uma agressão à liberdade de organização e expressão. Chamamos também a que exijam uma ampla investigação e punição dos culpados. Ontem atacaram outros movimentos de luta, hoje atacam o PSTU e amanhã atacarão todos se não respondermos à altura.

Entrevista na Rádio Eldorado





sexta-feira, 11 de julho de 2014

Entrevista com o candidato socialista Gilmar Salgado

Ouça a entrevista na Rádio CBN com Gilmar Salgado (PSTU), candidato ao governo de Santa Catarina





Conheça as candidaturas classistas e socialistas do PSTU em Santa Catarina: pstuflorianopolis.blogspot.com.br/2014/07/pstu-sc-tera-candidaturas-classistas-e.html

terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil para os trabalhadores: Zé Maria Presidente!

Campanha Zé Maria presidente vai às ruas defender um Brasil para os trabalhadores, propor um programa de ruptura com os bancos e grandes empresas para mudar o país. Saiba mais: www.pstu.org.br/node/20773
#tôcomZé
#voto16





terça-feira, 17 de junho de 2014

Convenção Nacional do PSTU lança Zé Maria candidato à Presidência e Cláudia Durans vice

Ato refletiu as principais mobilizações desse período, com a presença de diversas categorias em luta e da juventude.
Zé Maria: Uma alternativa de esquerda nessas eleições
A Convenção Nacional do PSTU lançou oficialmente, na manhã desse 14 de junho, a candidatura de José Maria de Almeida, o Zé Maria, à Presidência da República. O lançamento ocorreu através de um emocionante ato que reuniu algo em torno de 500 pessoas no auditório do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) na região da Ponte Pequena, Zona Norte da cidade.

O ato de lançamento reuniu diferentes gerações que reafirmaram a importância e a atualidade da luta contra o capital, a exploração e toda forma de opressão. Marcaram presença operários metalúrgicos, professores e representações de importantes categorias que protagonizaram fortes lutas no último período, como rodoviários do Rio e metroviários de São Paulo, inclusive vários dos demitidos pelo governo Alckmin devido à greve no início de junho.

Um operário para a Presidência
O então pré-candidato à presidência, Zé Maria, iniciou sua fala explicando a aparente contradição entre não acreditar nessas eleições marcadas e ao mesmo tempo participar dela. "Sabemos que as eleições nada mudam, pois são controladas pelas grandes empresas e multinacionais que financiam as candidaturas como a de Dilma, Aécio e Eduardo Campos", afirmou, relatando que os meios de comunicação, a fim de atender os interesses das grandes empresas, privilegiam esses mesmos candidatos. "Antes mesmo de 5 de outubro, já está definido quem pode e quem não pode ganhar a eleição", denuncia.



Apesar disso, Zé Maria ressaltou a importância de se disputar a consciência da classe, sobretudo a dos setores mais explorados. "Estamos vendo uma importante onda de greves e lutas, e as nossas reivindicações não vão vir por candidaturas e alternativas como o PSDB ou esse governo", disse. "Cada voto que conseguirmos arrancar do PT, do PSDB ou do PSB será um passo para o fortalecimento de um projeto e uma alternativa socialista" defendeu Zé. As candidaturas Zé Maria e Cláudia Durans pretendem ser, assim, a expressão das Jornadas de Junho e as greves e lutas que tomaram o país no último período.

Zé Maria relatou um pouco do momento da formação do PT, do qual foi um dos fundadores. "Naquele momento, os operários se perguntavam porque lutavam todos os dias contra os patrões e nas eleições votavam neles e aí se questionaram: 'Por que nós, que produzimos as riquezas não governamos e acabamos com a mamata das grandes empresas, bancos e multinacionais?'". O PT, no entanto, se desviou desse caminho e, uma vez no governo, atendeu aos interesses dos mesmos de sempre.



O pré-candidato do PSTU se lembrou de uma entrevista de Lula em que o ex-presidente dizia que não daria para ganhar as eleições sendo "como o PSTU", ou seja, mantendo a independência de classe, sem receber dinheiro das grandes empresas. "Nós somos mais ambiciosos que Lula, que trocou tudo o que ele significava por um cargo de presidente da República; nós não queremos isso, queremos muito mais, nós queremos mudar o país, mudar o mundo", disse, sendo muito aplaudido.

Cláudia Durans: mulher, negra e socialista
Para a candidatura à vice-presidência o PSTU apresentou o nome da professora e assistente social Cláudia Durans. Mulher, negra e nordestina, Cláudia traz a centralidade da luta contra as opressões na campanha do partido. "Somos o partido que busca trazer a síntese da luta histórica da classe operária, mas também dos negros, mulheres e homossexuais", discursou, ressaltando que "a luta contra a exploração não está dissociada da luta contra o racismo, o machismo e a homofobia".

"Nosso partido sabe que o proletariado tem cor, sexo e orientação sexual", disse. Cláudia lembrou um dos temas que deve nortear a sua campanha: a brutal violência policial que vitima milhares de jovens e negros nas periferias. "Os números de jovens assassinatos são superiores ao de mortos de um país em guerra civil", denunciou. Ela lembrou ainda que, quanta maior a tensão social, mais os conflitos raciais aparecem.

A esquerda tem uma opção de luta
A votação dos candidatos do partido foi dirigida pelo operário da construção civil e vereador de Belém (PA), Cleber Rabelo, e por Vera Lúcia, também operária e presidente do PSTU em Sergipe. Os nomes de Zé Maria e Cláudia Durans foram aclamados pelos presentes, que votaram por unanimidade pela indicação dessa alternativa socialista para as próximas eleições.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, marcou presença no ato de lançamento para apoiar o nome de Zé Maria. Altino falou da importância da luta pelos transportes, estopim para as Jornadas de Junho que abriram uma nova situação política em nosso país.

“Não tem contradição nenhuma entre os trabalhadores dos transportes e os usuários porque, para se ter transporte de qualidade tem que ser estatal”, afirmou. “Agora, não pode ser estatal e estar nas mãos do PSDB, porque aí vai servir para beneficiar as multinacionais como a Alstom ou a Bombardier”, explicou.

Altino criticou os bilhões gastos com estádios para a Copa, enquanto os hospitais e escolas estão caindo aos pedaços e os transportes precarizados e entregues às grandes concessionárias privadas. “Tivemos agora a abertura da Copa, eu queria ver era um grande show de inauguração de um hospital público, com música, artista, para dizer ‘aqui tem hospital para o povo’, disse.

Ao final, Altino chamou ao palco a delegação de metroviários, muito deles demitidos a mando do governador Geraldo Alckmin, que foi recebida pelo plenário com gritos de “metroviário é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.

Logo após a convenção e o ato de lançamento das candidaturas do PSTU teve início o seminário de programa do partido, que discutirá o projeto de país a ser defendido nessas eleições.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Lutar não é crime: toda solidariedade a Sueli, líder dos grevistas do serviço municipal de Blumenau!

Clausmar Luiz Siegel, operário petroleiro e militante do PSTU


Todos os leitores do nosso blog sabem das divergências que nós do PSTU temos com os sindicalistas da CUT/PT, sabem os motivos que nos levaram a retirar o nosso apoio àquela central, e sabem que acusamos a CUT de ser uma central a serviço dos governos e patrões: e aproveitamos para reafirmarmos tudo! No entanto, um fato recente nos obriga a manifestarmos publicamente nossa solidariedade não somente a categoria dos servidores municipais em greve, mas de modo especial a uma líder desta luta, a coordenadora do SINTRASEB Sueli Silvia Adriano.



É de conhecimento de todos que o prefeito municipal Napoleão Bernardes (PSDB) conseguiu junto ao judiciário a responsabilização criminal de Sueli pela continuidade da greve! Não bastasse a já absurda multa à entidade sindical dos trabalhadores para que o exercício do direito de greve não fosse livremente exercido, ainda a ameaça de cadeia para a líder sindical, que apenas e tão somente encaminha as decisões democraticamente votadas em assembleias!



Nós do PSTU de Blumenau reiteramos nosso total apoio a greve dos servidores, suas motivações e seus métodos! Os trabalhadores tem o direito e devem sim se mobilizarem pela reposição perdas dos governos passados. O fato de serviços essenciais a população estarem prejudicados é culpa destes governos todos do passado e do presente (inclusive do governo Décio Lima!!!). E lembremos que esta greve não se dá de forma isolada: uma onda nacional de mobilizações por salários e contra os desmandos da copa rodeiam a greve dos servidores blumenauenses. Lamentavelmente, a pelega CUT (maior central sindical do país, a qual o SINTRASEB é filiado) não unifica todas estas mobilizações em uma só, promovendo uma GREVE GERAL por aumentos salariais, redução na jornada de trabalho e contra o imperialismo e corrupção da FIFA e sua maior aliada no Brasil, a presidente Dilma.

Audiência sobre criminalização dos movimentos
E no bojo de todas estas lutas nacionais temos visto um aumento crescente da criminalização das lutas sociais, com vários casos de inquéritos e penalizações de lideranças lutadoras sindicais e populares. Militantes de esquerda, não somente do PSTU, mas também os de orientação anarquista, os do PSOL e do PCB, e outros ainda sem uma identidade política mais definida, têm sido presos ou intimados a deporem. É neste contexto que queremos abordar o caso específico da sindicalista Sueli Adriano: trata-se da consequência local de uma guinada repressiva da burguesia e do executivo/judiciário brasileiro! Recentemente, graças ao senador petista Paulo Paim, uma audiência na comissão de direitos humanos tratou deste tema, e teve a presença da CSP-Conlutas e outras organizações sociais (Leia mais: www.pstu.org.br/node/20643).

A criminalização de Sueli é, portanto, algo muito maior do que apenas uma “patetice”, como disse o meu amigo, professor e articulista Clóvis Reis no Santa! Seria somente uma patetice, caso fosse um fato isolado, de âmbito local. Mas, infelizmente, querido Clóvis, é apenas o reflexo local de um fenômeno nacional, e isso o torna um fato maior que uma “patetice” de “Pink e Cérebro” na tentativa de dominarem o mundo!

Assim, então, nos solidarizamos com Sueli, e entendemos que esta solidariedade deva se concretizar! Atuaremos para que o movimento sindical/social blumenauense tome uma atitude sólida perante este fato, e conclamamos que seja feita uma reunião para organizarmos esta ação! Ainda este ano, e em breve, outras lutas/greves acontecerão em nossa cidade (estamos em plena negociação salarial de categorias importantes, como a dos transportes coletivos e metalúrgicos), e o rechaço a este fato deve ser imediato!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

50 anos do Golpe Militar



PSTU apresenta sua opinião sobre a Comissão da Verdade, Anistia e Ditadura Militar



Leia mais no Especial 50 anos do Golpe Militar: www.pstu.org.br/node/20511

segunda-feira, 31 de março de 2014

Ditadura Militar: 50 anos de impunidade!


Neste 31 de março completam-se cinco décadas do golpe que instaurou uma ditadura de 20 anos no país. Milhares foram presos, assassinados, torturados e exilados. Além dos EUA e da direita, o golpe contou com o apoio ativo das grandes multinacionais.

Confira e compartilhe o especial dos 50 anos do golpe de 1964 no Portal do PSTU
www.pstu.org.br/node/20511

domingo, 16 de março de 2014

Aumento da passagem em Blumenau: Organizar a classe trabalhadora para a(s) luta(s)!


Blumenews.com.br

Todos assistiram ou leram na impressa local sobre a mobilização acontecida na noite de 13/03/2014 no centro de nossa cidade: jovens lutando contra o aumento da passagem urbana de 2,75 para 3,00 reais. Convocada pelas redes sociais, e reivindicando apenas uma bandeira: TARIFA ZERO!

Nós do PSTU, insistente que somos em reforçar as mobilizações, persistentes na idéia de que somente as lutas, as greves, as ocupações, as caminhadas e marchas, os abaixo-assinados é que mudarão as nossas vidas, tomamos a liberdade de opinarmos sobre os fatos!

Os inimigos: Obviamente, o aumento é errado! A burguesia local e nacional do transporte coletivo urbano está entre os setores mais bem remunerados da economia! É também entre os setores que mais investe em campanhas eleitorais e depois se beneficia dos mandatos de seus afilhados políticos eleitos. Não merecem nem sequer 01 centavo de aumento pelo serviço de baixíssima qualidade que prestam!

O prefeito Napoleão também não merece a nossa menor confiança: também teve estas empresas e estes empresários entre seus padrinhos econômicos nas eleições, e é claro, devolve-lhes os favores econômicos/eleitorais com os aumentos das tarifas e frouxidão na fiscalização dos serviços (maior exemplo é o da renovação da frota).

E a Presidente Dilma não é diferente: faz de conta que não é com ela a situação caótica em que se encontra a mobilidade urbana deste país. O PT dobrou-se ao capital e hoje governa para estes mesmos senhores a qual ele tanto criticou no passado! Fazer com que boa parte dos trabalhadores deste país tenha uma dívida com financiadoras de automóveis, e paguem preços exorbitantes por um automóvel que vale bem menos, parece ter sido um dos grandes favores que LULA fez aos bancos estrangeiros e as montadoras multinacionais. A conseqüência disso é um trânsito caótico, onde dívidas ambulantes se aglomeram sobre buracos crônicos tirando o espaço de latões articulados de seres humanos espremidos como sardinhas.

Outros atores freqüentes desta cena infernal são os aparatos de repressão, de modo especial Polícia Militar: claro que esta tenta cumprir com sua função máxima, que é a defesa do Capital e do Estado, mas faz isso com extrema incompetência. Truculenta por natureza, agride de forma barata! Até a ONU, uma organização imperialista e que está muuuito longe de ser “de esquerda” e nem mesmo “humanista”, já aconselhou o Brasil e desmilitarizar a polícia devido a sua violência! Soma-se a isso a extrema incompetência “técnica”: na manifestação do dia 13 em Blumenau, chegou-se a assistir a patética cena de um cachorro mordendo o soldado que o conduzia! Esperamos que pelo menos a CAT tenha sido emitida, senhores oficiais, o que é um direito trabalhista de soldado!

Jaime Batista da Silva
E os amigos, quem são? Listados os inimigos, quem irá combatê-los? Em nossa opinião, os trabalhadores e a juventude. Assim, então, temos acordo em que os jovens ocupem o paço municipal, as praças, a ruas e os terminais na luta contra o aumento da passagem! Como também temos acordo em que os trabalhadores do sistema façam greves pedindo aumentos salariais e melhores condições de trabalho!

Alguém poderá se perguntar: como apoiar uma greve de trabalhadores que pedem aumento sem aumentar a tarifa? Respondemos: basta acabar com o lucro do patrão, basta acabar com a própria existência do burguês dos ônibus! Como? Estatizando o sistema todo e colocando-o sob o controle da classe a quem realmente o sistema deve servir, a classe trabalhadora! Uma organização que abarque o sindicato dos trabalhadores do sistema e os sindicatos dos trabalhadores usuários, a juventude e o povo em geral: esta organização deveria gerir o SIGA em Blumenau! É a nossa proposta!

Vejam que a proposta chamada TARIFA ZERO, que muitas vezes é defendida nas mobilizações, não resolve o problema dos trabalhadores. Muito pelo contrário: apenas assegura mais lucros aos proprietários! A proposta é financiar o sistema através de impostos, ao invés da passagem. Assim, o lucro destes empresários continua garantido e o serviço de baixa qualidade também, já que o objetivo não é atender as necessidades da população e sim o lucro de meia dúzia. Isto não tem sido devidamente analisado pelos manifestantes, que acabam se encantando com a proposta “TARIFA ZERO” sem nem mesmo entendê-la!

Jaime Batista da Silva
Outra coisa que é necessário debater no seio do movimento: o método de luta! Embora a causa seja justa, embora que o caminho seja sim o das ruas, ainda assim temos que tomar algumas precauções: não podemos repetir o erro cometido no RJ, onde um trabalhador morreu em plena atividade laboral, no meio de uma manifestação!

Há ainda um mar de dúvidas sobre quem foi os detonadores do tal maldito artefato assassino, sobre se eram ou não membros legítimos do movimento ou infiltrados pagos pelos inimigos, enfim....Mas não há como negar: a “atitude” Black Bloc” é muito falha, deixa margem para um série de ações estranhas aos métodos tradicionais da luta operária, abre uma infinitude de possibilidades incontroláveis pela classe trabalhadora e seus organismos!

Além da truculência policial, além da incompetência policial, parte do que se viu na manifestação do dia 13 foram estas ações estranhas as tradições de nossa classe. Por exemplo: não entendemos como pode um manifestante e um trabalhador do sistema se enfrentarem durante o ato? Falta, aos dois, no mínimo a visão pragmática de que ambos são muito mais aliados do que inimigos naquele momento! Isso sem falar na consciência de classe e na luta por uma sociedade socialista!

Organizar a classe para as lutas! Entendemos que os trabalhadores de Blumenau carecem de uma organização de lutas, carecem de um fórum local que unifique os que querem se manifestar, se mobilizar. A manifestação do dia 13, mais uma vez, deixou isso bem claro! E não é apenas nos dias de aumento das passagens que isso se torna claro: nas greves de categorias, nos dias de luta, no 1º de maio, no 08 de março, etc...

Nós, do PSTU, fazemos um chamado ao SINDETRANSCOL, aos outros sindicatos de trabalhadores, as entidades da classe trabalhadora em geral, aos jovens que lutaram dia 13: façamos um esforço para que tenhamos um fórum local para organizarmos todas as lutas! Precisamos aglutinar os lutadores de Blumenau!

Neste momento, as lutas de categorias específicas, e também a luta mais geral contra os absurdos da COPA e contra a FIFA, estas lutas merecem nosso total apoio! Vai ter muuuita luta nesta copa, e Blumenau não pode ficar de fora: unâmo-nos!

sábado, 1 de março de 2014

PT blumenauense: Um silêncio ensurdecedor!

Não deve estar sendo fácil para os membros do PT de Blumenau ter que ficar quase que mudos diante das várias denúncias de corrupção que estão sendo feitas em Blumenau, principalmente, a partir de 2012. Naqueles dias, o então prefeito João Paulo Kleinubing foi flagrado ordenando a um dos seus secretários que criasse um falso documento simulando um processo de dispensa de licitação para que a Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB) recebesse R$ 30 milhões do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina. Tal situação foi comprovada através de interceptações telefônicas autorizada pela justiça em julho de 2012. Conhecida como operação “tapete negro”, envolveu o primeiro escalão da gestão JPK, empresários e políticos da base aliada e, resultou no processo de cassação dos vereadores Célio Dias, Fábio Fiedler, Braz Roncáglio, Almir Vieira e Robinson Soares, por cometerem irregularidades para obtenção de votos.

Diante disto, coube ao vereador do PT, Jefferson Forest, apresentar requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, porém, sem a assinatura do presidente da casa Vereador Vanderlei de Oliveira, também do PT (e tido como sendo da ala mais a esquerda deste partido). Entretanto, tal comissão não foi constituída.

O silêncio que os membros do PT de Blumenau não buscam quebrar não pode ser compreendido separadamente de duas situações que acontecem com o PT em âmbito nacional: A primeira diz respeito ao mensalão e as prisões de lideranças petistas, historicamente constituídas no cenário político brasileiro, com destaque para José Dirceu e José Genuíno, que no passado foram dois grandes lutadores contra a ditadura militar. Lamentavelmente, hoje sevem para colocar o PT na mesma vala comum dos grandes partidos de direita e centro direita, cujos membros atualmente agem muito mais por interesse próprio do que por projeto de país e desta forma, suscetíveis à corrupção. A partir do chamado mensalão, o PT se manifestou tão corrupto como o PP de Maluf, o PSDB de FHC, Alckimim e Azeredo, o PMDB de Jader Barbalho e Sarney, o PL do bispo Rodrigues, o PTB de Roberto Jefferson e Collor, assim como outros partidos políticos de direita ou centro direita.

A segunda situação refere-se às alianças que o PT tem feito para se perpetuar no poder do Estado. Partidos e pessoas que antes estavam em lados oposto ao do PT passam a fazer parte da base aliada e, neste processo mais e mais o PT passou a assumir posturas contraria aos trabalhadores e mais para a direita se moveram os petistas chegando a realizar, aqui no Estado de Santa Catarina, aliança com o governador Colombo do PSD.

Diante destas situações, o que os petistas de Blumenau podem fazer mais do que permanecerem calados? Com que moral política poderão os petistas falar de Fiedler, Robinho ou de outro que esteja constituindo aliança com o PT, seja em âmbito nacional ou estadual?

De nossa parte, registramos as nossas saudades dos tempos em que o Partido dos Trabalhadores bradava contra a corrupção, inicialmente nas praças e nas portas de fábricas, e depois nos gabinetes.

Nelson Garcia Santos, professor universitário.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Carta aberta aos companheiros do PCB e do PSOL: por uma frente de esquerda e Socialista!

Nas eleições, juntemos nossas forças para criar uma alternativa de esquerda que defenda nas eleições as reivindicações das mobilizações!

Gilmar Salgado, do PSTU


Nas eleições desse ano a esquerda terá uma oportunidade ímpar de se apresentar de forma ampla como uma alternativa absolutamente diferenciada dos atuais governos Dilma e Colombo. Durante quase uma dezena de anos, os trabalhadores e a juventude do Brasil foram levados a crer que tínhamos um governo de esquerda, que tinha preocupações sociais e que estava ajudando os setores mais empobrecidos da nossa população.

Através dessa máscara e apoiados não só pela maioria da grande burguesia, com seus poderosos meios de comunicação, mas também pela ampla maioria das entidades dos trabalhadores, a exemplo dos sindicatos, centrais sindicais e entidades estudantis (destaque para CUT, CTB e UNE) o governo do PT aplicou uma implacável politica neoliberal.

Apesar de ser uma politica econômica antipopular, o governo manteve-se fortemente apoiado pela população, o que possibilitou que aplicasse suas políticas compensatórias mínimas, estipuladas pelo FMI, bem como outras, que foram anunciadas como políticas avançadas (bolsa família, valorização relativa do salário mínimo, PROUNI, etc). Porém, todo este apoio só foi possível – dentro dessa política econômica – devido à situação de forte crescimento econômico a nível internacional. A essas migalhas dadas pelas politicas de compensação social, somava-se o grande aumento do número de empregos gerados pelo crescimento econômico mundial. Apesar de esses empregos serem muito precarizados, trouxeram um alivio à situação anterior de desemprego altíssimo (era FHC), e o governo tratou de capitalizar como sendo obra sua.

Entretanto, a deterioração da situação econômica mundial, inevitável no sistema capitalista, vem mudando essa situação. Mesmo que o Brasil ainda não esteja sofrendo os efeitos mais fortes da crise, a situação de desaceleração do crescimento já criou uma nova percepção em amplos setores da população. A tão propalada melhora da situação está na verdade se esvaindo em uma desesperança e mal estar generalizado.

Ressurgem, para espanto de muitos, com muita força, novas mobilizações que movimentam milhões. O governo Dilma já deixou claro o caminho que optou para enfrentar essa nova situação: mais privatizações, ataques às conquistas dos trabalhadores (novas reformas da previdência e trabalhista), sucateamento dos serviços públicos para pagar juros aos banqueiros e outros agiotas e, finalmente, uma repressão generalizada, juntamente com os governadores estaduais, que culminou na criminalização dos movimentos sociais e populares.

Porém, qual a direção podem tomar estas justas lutas? Não é só a repressão burguesa que o ameaça, há também o perigo de ele se dirigir para saídas estéreis que o levem há algum beco sem saída. Por isso, dar uma saída positiva para essas lutas é uma tarefa fundamental dos socialistas e a formação de uma frente de esquerda seria um enorme passo nesse sentido. Essa frente pode canalizar as esperanças de milhões de jovens e trabalhadores brasileiros, pois somente aqueles que não estão comprometidos com os governos que estão aí podem dar essa saída.

Claro que seremos duramente atacados pelo governismo, que antes nos chamava de sectários por não apoiá-los e que agora nos perseguem dizendo que estamos fazendo o jogo da direita. Todavia, como bem o sabemos, quem na verdade continua a ter o apoio da ampla maioria da direita são os governos do PT e do PCdoB, basta ver com que vontade Colombo quer a coligação com eles, colocando-se, inclusive, a serviço da reeleição de Dilma, vontade, aliás, totalmente correspondida pelas direções do PT e PCdoB.

Uma frente de esquerda, socialista e classista tem grande potencial de aglutinar movimentos sociais e sindicatos em torno da construção de um programa que aponte para a ruptura com o imperialismo e o capitalismo e defenda a necessidade da construção de uma sociedade socialista. Esta Frente de Esquerda deve dar corpo à insatisfação dos trabalhadores e do povo pobre com tudo o que aí está. Deve defender um programa que aponte as mudanças profundas que são necessárias fazer. Neste sentido, destacamos 07 pontos programáticos fundamentais para construção da frente:

– Aumento geral de salários e redução da jornada de trabalho! Rumo ao salário mínimo do Dieese! Congelamento e redução de preços;
– Estatização das grandes empresas e do sistema financeiro e o não pagamento da dívida pública para investir mais em transporte, educação e saúde pública de qualidade. Fim dos gastos excessivos com a Copa do Mundo e Olimpíadas e dos benefícios fiscais e financeiros às grandes empresas. Por um plano econômico dos trabalhadores;
– Reformas urbana e agrária a serem realizadas de maneira ampla e sob controle da classe trabalhadora;
– Não à agressão militar do governo brasileiro ao Haiti, que lidera uma ocupação militar neste país;
– Denunciar as instituições desta democracia dos ricos que só serve para propagar a corrupção e multiplicar os lucros dos grandes empresários;
– Contra a repressão aos movimentos sociais e a criminalização da pobreza. Pela desmilitarização da Polícia, o fim da PM e das Tropas de Choque e a criação de uma nova Guarda Civil unificada, democrática e sob controle dos trabalhadores;
– Oposição de esquerda aos governos e apoio a todas as greves, lutas, ocupações e movimentos que combatem o machismo, racismo e homofobia;
– Contra as privatizações das Empresas e serviços públicos e pela reestatização das empresas privadas nos Governos Collor, FHC, Lula e Dilma.


Todavia, a mudança não deve se pautar somente no programa da frente; deve começar por seus princípios e por sua forma de existir: devemos romper com os erros acumulados por anos e anos na esquerda brasileira, que pavimentaram a ascensão do PT/PC doB até esse tipo de governo que aí está.

Em primeiro lugar, não podemos admitir, sob hipótese alguma, aliança(s) com partidos da burguesia, bem como qualquer forma de financiamento de campanhas eleitorais junto aos empresários. Devemos nos voltar orgulhosamente à máxima da 1a Internacional, na qual “a emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”.

Outra questão fundamental é o respeito à pluralidade e à democracia nas decisões. Tem que se estabelecer um diálogo que nos leve a uma Frente de Esquerda que respeite o peso e a representação social de cada partido na divisão das candidaturas majoritárias e do tempo de TV. Neste sentido, queremos fazer um debate franco com os companheiros do PSOL. Achamos que se equivocam os companheiros em práticas como as que agora vemos a nível nacional, onde querem impor a chapa majoritária exclusivamente de seu partido.

Acreditamos que os companheiros ainda podem mudar essa prática para viabilizar uma Frente de Esquerda. Queremos, em especial, chamar os companheiros do PCB – que no último período têm se colocado ativamente em importantes lutas que estão ocorrendo em nossa região – que não deixem de participar ativamente nesse debate. Temos certeza e convicção que irão enriquecê-lo.

Para Santa Catarina a realização dessa frente apresentaria nas eleições desse ano a única oposição de verdade ao governo de Raimundo Colombo, pois, como sabemos, se o PT não se coligar a este, lançará apenas uma candidatura que na prática o ajudará a se reeleger. É a chamada coligação branca. Fazem isso porque há muita crise em sua base e assim trabalham para melhor enganar suas próprias bases. Nós devemos aproveitar essa situação para solidificar uma alternativa classista e socialista nas eleições.