quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O Brasil precisa de uma mudança radical!

A você que acabou de assistir nosso programa partidário na TV, fazemos um convite: conheça mais sobre o PSTU

Vejam o programa semestral do PSTU na TV:



Leia mais: www.pstu.org.br/node/20182

sábado, 30 de novembro de 2013

A semana da consciência negra em Joinville - porque não tivemos feriado no dia 20?

Sebastião Amaral é servidor público da Prefeitura de Joinville, militante do PSTU Joinville e nosso correspondente. Caso queira entrar em contato, escreva para canaldireto@gmail.com

No ultimo dia 20 de novembro fui fazer uma panfletagem referente ao dia da consciência negra, na frente da maior universidade da região de Joinville(UNIVILLE). Segundo o último censo, a cidade tem quase 20% de negros. Porém na entrada da universidade, só se via brancos. Se haviam negros, era muito menos de 20%.

Não foi de surpreender que o panfleto foi menos aceito que o normal, pela experiência que tenho das outras panfletagens lá. Algumas caras de desdém, como se as pessoas nada tivessem a ver com aquilo, me marcaram.

Joinville, uma cidade onde a burguesia faz questão de fortalecer uma imagem européia, alemã, a cidade do trabalho. É a cidade mais negra de um estado branco, segundo o Censo. Só que não vemos os negros no dia a dia, e muito menos na entrada da Univille, não naquele dia.

Uma cidade cujo prefeito está envolvido em várias denúncias de racismo. Um prefeito que esse ano sancionou o feriado do dia da consciência negra, que logo foi vetado pela justiça, um tema que dividiu a cidade.

A formação histórica da nossa cidade e a grande maioria da população sendo branca acentua o racismo presente aqui. Muitas vezes, enquanto acontecia o debate sobre se era certo ou não o feriado, ouvi frases como ‘precisamos de um feriado da consciência humana’, ‘quero um feriado do dia dos brancos’ ou até que ‘este feriado é como as cotas raciais, um privilégio para os negros’.

O que falar sobre o “Feriado” da consciência negra em Joinville?

Primeiro, a data: trata-se de uma referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da luta e resistência do povo negro contra a escravidão. Mas porque um feriado? Os feriados são datas que a sociedade considera históricos e importantes de lembranças e reflexão. Pergunte para algum cristão se ele aceita o fim do feriado no Natal! Queremos essa data como feriado,não só em Joinville,em todo o Brasil, pois ela seria a incorporação de nossa história, um reconhecimento de que nossa história é feita em grande parte pelo suor e trabalho escravo (índio e principalmente negro) e não simplesmente por ‘descobridores’ brancos europeus. Sabemos que precisamos de muito mais do que isso para combater o racismo, mas é um passo.

Segundo, a sua ‘viabilidade’: as desculpas técnicas usadas pela justiça para proibir a criação do feriado são apenas desculpas. Existe por um lado um interesse da classe burguesa, proprietária das empresas e do comércio em evitar ao máximo pagar qualquer coisa a mais a todos os trabalhadores (brancos ou negros) e ter mais um feriado remunerado é algo que foge completamente aos seus interesses. Por outro lado, a falta de vontade política de assumir a necessidade de discussão da questão racial nos locais de trabalho, estudo e moradia ao longo da cidade, também reflete uma prática sistemática de promover a invisibilidade negra, a quem é negado o acesso os mais diversos espaços, sendo um deles, a Universidade em que estive na semana passada.

A posição da Burguesia local ficou evidente na posição do CDL local e da ACIJ que exigiam do prefeito o veto ao feriado. E entraram na com a ação na justiça que gerou a proibição do feriado.

Ao conceder o feriado, Udo, o prefeito, sabia que o mesmo não ia acontecer. A certeza prévia que o mesmo seria barrado pela justiça, o permitiu fazer uma ação de demagogia para melhorar sua imagem com relação às denúncias de racismo.

O Dia da Consciência Negra não deixará de ser celebrado por nós, com ou sem feriado. Porque sabemos a importância desta discussão, e sabemos que o capitalismo se beneficia enormemente do racismo para dividir e explorar ainda mais a nossa classe de conjunto. Nós sabemos que o racismo só beneficia às classes dominantes, e sabemos que não interessa aos patrões de Joinville (incluindo o nosso prefeito, patrão de centenas de operários fabris) mais um dia de descanso remunerado para os trabalhadores. Ainda mais se esse dia for para reconhecer a importância histórica de todos os negros que ajudaram a erguer o nosso pais, pois isso significaria abrir mão do mito de que não existem negros aqui, e de que nossa cidade só é tão produtiva devido à influência germânica – artifício cultural que leva com que nós aceitemos com mais passividade a exploração e sobrecarga de trabalho a que somos submetidos, dia a dia.

Não deixaremos de ir às portas das Universidades, das fábricas e todos os espaços possíveis discutir que não há capitalismo sem racismo. Não nos deixamos convencer pelos argumentos técnicos para o não-reconhecimento do feriado em Joinville, nem deixamos de denunciar os casos de racismo protagonizados seja pelo nosso Prefeito ou por quem for. Fazemos isso por respeito e reconhecimento à luta de todos os negros deste país, desde sempre oprimidos e explorados. E o fazemos porque sabemos que só assim libertaremos toda a nossa classe da miséria, da exploração e da opressão.

Senhores dirigentes, patrões, políticos e demais interessados em abafar a discussão racial de nossa cidade: acostumem-se com o incômodo. Nós não vamos permitir que os negros continuem a ser escondidos do lado de fora dos empregos, das vagas nas escolas, nas universidades, nos meios de transporte e do centro da cidade. Joinville ainda tem muito o que avançar sobre este assunto, e nós não vamos deixá-lo para depois!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Fragmentos da história do PSOL de Blumenau (sob a ótica do PSTU, claro!)

Obviamente, começar a escrever a história de um partido político em uma cidade é uma tarefa meticulosa se o desejo for realmente o de registrar os fatos para o futuro: não é o caso deste texto! Aqui a pretensão não é outra senão polemizar em torno das qualidades e defeitos do PSOL! Pedimos aos leitores que, por favor, dêem as suas opiniões sobre o que aqui está escrito, fins possamos melhor analisar e entender os fatos sobre este partido que a cada dia adquire maior importância no cenário eleitoral brasileiro, e possivelmente também terá grande importância eleitoral na nossa cidade em tempos vindouros. De modo especial, as pessoas aqui citadas poderiam se manifestar, inclusive expondo as suas divergências com o próprio texto!

Para melhor nos expressarmos, tomamos a liberdade de dividir os fatos em quatro períodos cronológicos, o que não significa que os períodos não tenham uma profunda ligação entre si: tem sim, principalmente no que tange as causas de tantas mudanças de rumo em tão pouco tempo.

Seguindo o exemplo do PSOL nacional, o PSOL blumenauense também já foi várias vezes visto em cenas explícitas de fratricídio político. Aliás, nada a se estranhar para um partido com raízes na classe trabalhadora (portanto, um partido dos explorados desta sociedade) e que se organiza nos moldes da democracia burguesa (portanto, pelo modelo opressor desta sociedade): notem que a contradição é infinita, e só poderia terminar em autofagia! Senão, vejamos:


1) A fundação da sigla em Blumenau deu-se logo em 2005/6 com a entrada de dois grupos de origens bem diferentes: um deles, menor e com menos experiência política, egresso da JPMDB; Este grupo era liderado pelo jovem Eliomar Russi, hoje ocupando cargo de confiança no governo Napoleão (PSDB), o que revela que a “ideologia” e o interesse no PSOL não eram muito compatíveis com esta sigla de oposição de esquerda ao PT. O outro grupo, composto por militantes desde a década de 80, trazia um número razoável de ex-petistas que se auto definiam como marxistas, alguns até mesmo como leninistas, quase todos com expressivas passagens pelos movimentos estudantil e sindical. Este agrupamento tinha duas referências principais: o ex-sindicalista metalúrgico Almir da Silva e o ex-candidato a vereador (bem votado em 2004) Valdecir Menguarda. Note, portanto, tratar-se de um grupo mais afinado com o que era o caráter do PSOL em seu berço: um racha à esquerda do PT.

Para espanto dos observadores, os dois grupos entenderam-se muito bem entre si, apesar de suas diferenças de passado. Mas, para espanto ainda maior, desentenderam-se mesmo foi com o PSOL, mais precisamente com as direções estaduais e nacionais da sigla “socialista e libertária”: mal fizeram a campanha de Heloísa Helena para a presidência da república e não moveram sequer uma palha por qualquer outra candidatura de seu partido naquelas eleições! Como punição, foram calados pela direção nacional do PSOL por dois anos, o que fez com que se retirassem da sigla. Migraram unidos para o PDT, e de lá, finalmente racharam em duas fatias (correspondentes aos grupos iniciais). Hoje, um grupo simplesmente já nem mais existe, e o outro (com ligações familiares e políticas), faz parte do PMDB e ocupam cargos no governo.

2) Depois, surgiu a liderança de Dari Diehl: honesto, proveniente de uma sigla ainda mais a esquerda do que o PSOL (havia sido nosso principal porta-voz e também dirigente), mas portador de um grave defeito para quem aspira um cargo político pela via eleitoral burguesa: sem a capacidade de aglutinar em torno de seu projeto.Foi este o período em que o PSOL blumenauense mais se aproximou do projeto fundacional da agremiação: a candidatura Dari para prefeito (2008) teve uma campanha de caráter classista! E mais: ainda melhor que o próprio perfil nacional do partido, a campanha de Dari foi militante. Nós do PSTU nos orgulhamos de termos colaborado com aquela campanha. Mas, também devido a desentendimentos com as direções estaduais e nacionais, Dari acabou rompendo com o PSOL, na busca de um projeto eleitoreiro mais rápido. Buscou o PT, possivelmente confiante na vitória de Ana Paula nas eleições de 2012: ledo engano!


Já durante o período em que Dari liderava a sigla, os nome de Hartmuth Kraft e Osni Wagner faziam parte da lista de Psolistas blumenauenses, ainda que de uma forma tímida. Ambos também egressos do velho e combativo PT da década de 80 compunham com Dari aquilo que ousamos chamar de “tríade marxista” do PSOL de Blumenau. Harmuth, um líder sindical metalúrgico, e Osni, um professor com passagens diversas (algumas honrosas, outras nem tanto) por vários movimentos sociais, culturais, etc... Com a saída de Dari, a dupla passou a liderar o partido.

3) Inicialmente apresentaram-se com a seguinte conformação: Hartmuth para candidato a prefeito e Osni como presidente da sigla, uma dupla bem afinada entre si. Nós, do PSTU, após algumas conversas, concluímos que seria positivo que nos aliássemos, haja vista que Harmuth se comprometia em fazer uma campanha a serviço da classe trabalhadora e sem nenhuma ligação com os empresários e seus diversos partidos. Para nosso espanto, poucos dias antes do registro de candidaturas, o PSOL troca de candidato a prefeito: entra Osni na vaga de Hartmuth. Por motivos internos ao PSOL, tal troca foi feita as pressas!

Nós, do PSTU, tínhamos preferência pela candidatura operária, mas como Osni também se comprometera com os mesmos princípios, com o mesmo perfil e programa classista que Harmuth havia se comprometido, não havia motivos para que o PSTU rompesse a aliança entre as duas únicas siglas da classe trabalhadora local. E aí, fomos nós que nos enganamos: nas últimas semanas, de modo especial nos últimos dias da campanha eleitoral, Osni Wagner passa a se comportar com uma bengala de apoio a candidatura petista de Ana Paula Lima! A candidatura que deveria representar os trabalhadores se tornou uma candidatura auxiliar da burguesia! Quanto a este fato, já é pública a nossa autocrítica postada aqui neste mesmo blog.

Agora, recentemente, há dois ou três meses passados, também Osni viu-se as turras com as direções estaduais e nacionais do PSOL (note que isto tem sido uma constante nas relações PSOL local e PSOL nacional). Não sabemos exatamente os motivos, mas Osni sofreu sansões, e a partir disso também se retirou do partido. Notícias mais recentes dão conta de que Osni se aproxima do PCB.

Em resumo, foram três direções municipais do PSOL que se retiraram da sigla em conseqüência de mal entendidos com as direções estaduais e nacionais, e isso em parcos 09 anos de existência! Somos forçados a perguntar: será culpa dos dirigentes locais? Se “sim”, então o que há em Blumenau que dificulta a direção local deste partido? Ou será culpa das direções estaduais e nacionais psolistas? Se “sim”, então por que o mesmo não acontece em outros municípios e estados?

Ou ainda, será culpa desta estrutura estranha para um partido que se propõe ao socialismo: a estrutura de priorizar o eleitoral sobre as lutas diretas, a estrutura de submeter-se ao calendário eleitoral como sendo a única atividade de disputa do poder, de querer dizer que se chega ao socialismo pela via eleitoral. Em poucas palavras, esta utopia reacionária que é via unicamente institucional para derrubar as instituições: uma mentira! A culpa de tanta desavença é desta utopia reacionária!

4) Agora, uma quarta liderança aparece para dirigir o PSOL local: trata-se do jovem Hugo Voigt. Ainda que inexperiente na luta externa ao seu partido, já viveu boa parte destas intrigas internas, e parece saber como se comportar para manter-se no poder. Quem viver, verá, ou não!!!!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A NOVA CONJUNTURA NACIONAL DE LUTAS E SUA CHEGADA EM BLUMENAU: DÚVIDAS A SEREM RESPONDIDAS PELO TEMPO!

Clausmar Luiz Siegel, operário petroleiro e militante do PSTU.

Que o mundo vive um clima convulsivo já há alguns anos, isso já é consenso! Os fatos no Norte da África, no Oriente Médio e na Europa não permitem qualquer dúvida. Mas que o Brasil chegou, ou pelo menos caminha em direção a este estágio, ainda há quem relute em aceitar. Para nós do PSTU, as “Jornadas de Junho” (parece que é este o termo que melhor descreve aqueles gloriosos dias) somadas aos dois dias de intensa mobilização sindical (11/07 e 30/08) por parte da Classe Trabalhadora já dão sinais claros e evidentes de que em breve estaremos respirando os ares que sopram do Oriente supra-equatorial.

Mas, o que nos chama a atenção não é esta constatação pura e simples, nem mesmo a polêmica sobre até que ponto ela é verdadeira ou não. Estamos convictos de que a tendência é de um aumento das lutas nos próximo período, e quem viver, verá! Precisamente, o que nos chama a atenção é a repercussão que estes fatos vindouros trarão sobre Blumenau: convidamos o leitor a fazer conosco um exercício de análise. Assim, com este “espírito”, sinta-se a vontade o leitor que quiser polemizar sobre este tema em nosso blog local.

Neste início de ventania, notamos que o movimento sindical blumenauense está desunido: nenhuma central sindical consegue dizer que possui maioria, ou hegemonia (como preferem os adeptos de Gramsci), no sindicalismo local. Há uma pluralidade enorme de visões políticas e de interesses econômicos locais que dificultam a unidade sindical nas ações mais gerais aqui nas terras do Sr. Hermann Bruno Otto.


A CUT, maior central brasileira, não se organiza localmente, ainda que possua boa parte das filiações sindicais: SINTRASEB, SINTE, SEEB e Sindimetalúrgicos. Falta-lhe o principal: a adesão política de algumas destas diretorias, fazendo com que as filiações sejam meramente cartoriais. A diretoria do SINTRASEB e a maioria da direção regional do SINTE são ativas defensoras da CUT, mas nos metalúrgicos este empenho já não é forte!

Surpreendeu o fato de que no site no SEEB (http://www.bancariosblumenau.org.br/site/noticia.php?cod=1912) convocava a mobilização do dia 30/08 se utilizando da resolução da Executiva Nacional da CUT de 22/08, que por sua vez desvirtuava o próprio caráter da atividade. Desvirtuava na medida em que centrava fogo no PL 4330, e sabemos todos que a CUT mentia ao afirmar que este seria o mais importante motivo da luta de 30/08!!!! A surpresa surge do motivo que teria levado a diretoria do SEEB a se utilizar deste chamado recuado e mentiroso da CUT: qual seria? Por que não se utilizou de uma fonte não cutista e que refletisse o real motivo da mobilização, como por exemplo de algum material da INTERSINDICAL*, com quem a diretoria do SEEB tem afinidades políticas? Estaria a diretoria do SEEB fazendo com que este sindicato volte ao aglomerado cutista?

A CTB e a Força Sindical continuam sem forças na cidade: embora que com simpatizantes em várias categorias, e CTB em Blumenau sofre as conseqüências da crise da direção do PCdoB por seus devaneios na eleição de 2012. E a UGT, ainda que possua dois importantes sindicatos filiados (comerciários e têxteis), também não aparece com uma central organizadora e ativa, e pelo mesmo motivo que a CUT também não aparece: as filiações são meramente protocolares, e não políticas “a vera!”

Analisando o SINTRAFITE surge uma segunda dúvida: até que ponto este sindicato está realmente e politicamente filiado a UGT? Trazendo assessoria política da INTERSINDICAL* para o ACT/2013, cabe perguntar: continua a diretoria do SINTRAFITE ligada a UGT?

Como vemos, a organização dirigida pelo Sr. Mané Melato é a grande incógnita blumenauense para este recém nascido período de lutas: tanto SEEB como SINTRAFITE se mostram titubeantes em relação a esta organização! E por último, a constatação de uma lamentável lacuna neste espectro político-sindical local: a ausência de uma nova força no cenário das classes populares que lutam neste país, o MPL. Se este movimento esteve presente nas mobilizações de junho (e anteriores ainda), mais recentemente sumiu de cena.

De nossa parte, da parte do PSTU, continuamos a incentivar a CSP-Conlutas em Blumenau nas categorias dos correios e operários têxteis. Ainda que com pouca expressão local, temos o orgulho de construirmos em Blumenau esta organização combativa e desburocratizada da classe trabalhadora.

E o SINSEPES? E o SINDETRANSCOL? E o SITICOM? E o SINTEVI? Como se posicionam?
De qualquer forma, tendo em vista o aumento das lutas, o aumento de mobilizações, e quiçá até mesmo uma Greve Geral como aquelas que foram feitas na década de 80, estas dúvidas com certeza desaparecerão! Pois não há nada, absolutamente nada, que a Luta de Classes e a Revolução Permanente não resolvam: ainda que tardiamente, mas hão de resolver!

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* A “INTERSINDICAL” a que nos referimos é a liderada pelo sindicato dos metalúrgicos de Campinas – SP (www.intersindical.org.br), e não a “INTERSOL” (www.intersindical.inf.br). Note o leitor que ambas possuem o mesmo nome, e faz-se necessária a diferenciação política. A segunda inexiste em Blumenau.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

30 de agosto: Dia Nacional de Lutas e paralisações em Blumenau

Os trabalhadores de Blumenau participaram do Dia Nacional de Lutas e paralisações com um Ato público no centro da cidade.

Infelizmente não foi possível repetir o dia 11 de julho que foi um grande dia de luta com greves em várias categorias (veja aqui). Os sindicatos apresentaram uma pauta de reivindicações que atenda as necessidades dos trabalhadores:

- Melhoria da qualidade e diminuição do preço dos transportes coletivos
- Fim do fator previdenciário
- 10% do PIB para educação pública já
- 10% do orçamento da união para a saúde pública
- Redução da jornada de trabalho sem redução salarial
- Contra o PL 4330, da terceirização
- Reforma agrária
- Salário igual para trabalho igual
- Federalização da FURB

terça-feira, 27 de agosto de 2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Entrega do petróleo e punições aos trabalhadores: a política de DIlma para a Petrobrás

PSTU-Baixada Santista
Em um hotel luxuoso, cujo quintal é a praia de São Conrado (RJ), a presidente Dilma irá colocar em prática um dos maiores crimes do seu governo: a 11ª rodada dos leilões do petróleo nos próximos dias 14 e 15 de maio

Seguindo a lógica privatista de seu mandato, marcado já pela privatização dos portos, aeroportos e rodovias, Dilma colocará a venda uma quantidade de petróleo que, revertida em dinheiro, é maior que o PIB do país em 2012, fechado na cifra de US$ 2,3 trilhões de dólares. Irão participar do leilão multinacionais parasitas como Shell, Chevron, Repsol, Exxon Mobil Corp e British Petroleum. Estima-se que serão entregues às multinacionais 37 bilhões de barris de petróleo, o que representa mais de US$ 3,7 trilhões de dólares.

No total, serão colocados à venda 289 blocos, sendo 166 no mar – 81 em águas profundas, 85 em águas rasas – e 123 em terra. Dilma, que venceu as eleições com um discurso claramente contrário às privatizações para se diferenciar do candidato tucano, cai em mais uma contradição e mostra que os governos petistas e tucano têm muito mais semelhanças que diferenças: para entregar o petróleo brasileiro ao capital internacional, Dilma está utilizando uma lei criada por Fernando Henrique Cardoso, a lei 9.478, para privatizar a Petrobras.

Com esta lei, FHC conseguiu acabar com o monopólio estatal do petróleo e fatiou a companhia, abrindo o caminho para uma série de leilões. Não conseguiu, porém, privatizar a empresa e nem mudar o seu nome para Petrobrax em virtude do enfrentamento e desgaste com a sociedade. As mobilizações dos petroleiros, sobretudo na greve histórica de 1995, também foram episódios decisivos na resistência vitoriosa à privatização.


Antes com Lula e agora com Dilma, o PT trilha o mesmo caminho do governo tucano. Não cessou os leilões do petróleo, usa a Petrobrás para ajudar Eike Batista, impõe uma política salarial rebaixada aos petroleiros (já são mais de 17 anos sem aumento real) e aplica uma política nefasta de lucro a qualquer custo com o aumento das terceirizações e dos acidentes de trabalho. Para cada petroleiro concursado (cerca de 90 mil em todo Sistema Petrobras), são quatro terceirizados (mais de 300 mil).

Com o Procop, programa de "otimização de custos" anunciado pela companhia, o risco de acidentes aumentou. Agora, com menos trabalhadores e mais produção para agradar os acionistas, a empresa está sacrificando a segurança dos petroleiros e das comunidades vizinhas às suas unidades para obter taxas de lucro ainda maiores. Prova disso é o recente vazamento de óleo no Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, no dia 5 de abril. Com a manutenção precária de suas instalações, assédio moral e efetivo reduzido de trabalhadores, o maior terminal aquaviário da América Latina vivenciou um acidente que poderia ter sido facilmente evitado.

Privatização na Transpetro não está descartada
Além dos leilões do petróleo, Dilma também abriu caminho para uma possível privatização dos terminais da Transpetro. Isso porque dentro do processo de privatização anunciado por Dilma para os portos o terminal Alemoa da Transpetro, que fica em Santos, está na lista dos 159 terminais passíveis de licitação. E com a disponibilidade para uma possível licitação com data agendada: 22 de outubro de 2014.

Punições e demissões aos trabalhadores petroleiros
A repressão e criminalização dos movimentos sociais no Governo Dilma ganharam expressão nas obras de Belo Monte, onde o Governo Federal tem aplicado a política do cassetete para reprimir os trabalhadores que estão em greve contra as condições degradantes de trabalho. Como um verdadeiro agente da concessionária responsável pela obra e pela imposição de um trabalho praticamente escravo, o governo Dilma também tem sido conivente com a política de perseguições aos petroleiros no Sistema Petrobrás.

Após o vazamento no Tebar, a Transpetro iniciou uma espécie de caça às bruxas na unidade. Uma comissão de investigação foi criada para transferir aos trabalhadores a responsabilidade pelo vazamento. Punições que vão desde suspensão de 20 dias até demissão não estão descartadas pela empresa, que se recusa a assumir a responsabilidade pelo acidente.

Há um ano, justamente por denunciar as irregularidades na companhia e o desrespeito às normas regulamentadoras e legislações sobre segurança, a cipeira Ana Paula do Terminal Cabiúnas, em Macaé (RJ), foi demitida pela empresa. Mais recentemente, na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), um vazamento na refinaria já gerou a formação de uma comissão que tem a mesma finalidade: jogar nas costas dos trabalhadores, pressionados a garantir a produção a todo vapor custe o que custar, a culpa por qualquer acidente ou erro operacional.

Petroleiros organizam calendário de lutas
Como contraponto aos leilões do petróleo e ao clima de perseguição em que vivem os trabalhadores, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) definiu um calendário de lutas para enfrentar os ataques da Petrobras e do governo Dilma.

Mesmo paralisada por formar a base do Governo, atuando no movimento sindical como um freio às lutas da categoria, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) foi convocada pela FNP a integrar este calendário. Infelizmente, até o momento não respondeu ao chamado.

É preciso formar uma ampla campanha com os diversos setores da sociedade e do movimento sindical para fortalecer a campanha 'O petróleo tem que ser nosso'. O combate não é apenas aos leilões do petróleo. A luta também é para colocar nas ruas a bandeira histórica dos petroleiros e dos movimentos sociais por uma Petrobrás 100% Estatal e pelo resgate do monopólio estatal do petróleo, com o fim das concessões às multinacionais sem indenização.

Com isso, seria possível reverter os recursos obtidos através do petróleo para investimentos em educação, saúde, infraestrutura, transportes, etc. Seria possível, mais ainda, baratear o preço da gasolina e do gás de cozinha, gerando por consequência uma diminuição significativa nos custos com alimentação e transporte, principalmente. O PSTU está nesta luta e apóia a mobilização dos petroleiros.

Assista também o vídeo com Cyro Garcia denunciando os leilões, a privatização do maracanã

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O enigma da “nova classe média”

Ruy Braga

No primeiro semestre de 2012, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) aprovou a nova definição de “classe média” que orientará a criação das políticas públicas do governo federal para os próximos anos. Em suma, trata-se da simples determinação de algumas faixas de renda que localizam os novos grupos recém saídos do pauperismo em relação àqueles indivíduos extremamente pobres e em relação à chamada “classe alta”. Ao fim e ao cabo, para o governo federal, fariam parte da classe média brasileira todos aqueles que recebem uma renda mensal per capita entre R$ 291 e R$ 1.019,00, ou seja, aproximadamente, 54% da População Economicamente Ativa (PEA) do país. (Não deixa de ser curioso que um governo liderado pelo Partido dos Trabalhadores tenha apagado conceitualmente a classe “trabalhadora” de seus assuntos estratégicos. Mas este não é o problema aqui…)

Sobre a teoria das classes, diria que, se nada mais soubessem, ainda assim os sociólogos saberiam que um debate minimamente sério a este respeito não pode se limitar a uma única variável, ainda que seja a “renda”. Exatamente porque as classes sociais são relações sociais multidimensionais e construídas historicamente, qualquer determinação unilateral deste fenômeno fatalmente criará mais desentendimentos do que esclarecimentos. Neste caso específico, argumentarão os mais crentes, o interesse do governo não é investigar cientificamente a realidade brasileira, mas apenas racionalizar suas políticas públicas. Trata-se de qualificar e atender carências específicas daquela faixa da população em termos de qualificação e educação financeira. Ok. Neste caso, vejamos então a relação entre as classes pobre, média e alta.

O Dieese calcula que o salário mínimo necessário para o trabalhador suprir despesas elementares de uma família de 4 pessoas deveria ser de R$ 2.349,26. Agora, imaginemos que um hipotético casal auferindo renda mensal per capita de R$ 642,00 (ou seja, o limite inferior da classe média “alta”, conforme a definição da SAE) resolva ter um filho. O governo entende que este casal, ao sair da maternidade, simplesmente passou para a classe média “baixa”. Para o Dieese, no entanto, eles acabaram de decair para o pauperismo. O curioso é que um fenômeno semelhante acontece com a tal “classe alta” – segundo a definição do governo. Se um casal da classe alta resolve ter um filho, bem, digamos que ele estará a uma distância de apenas 1 sandwiche de mortadela e dois refrigerantes a mais por dia da linha da pobreza… Bem, digamos que, atualmente, isto é o mais perto que o petismo consegue chegar da expropriação da burguesia. Ou seja, desconfio que, em breve, a “classe alta” também vai precisar dos programas de educação financeira que o governo anda planejando para a nova classe média…

Ironias à parte, a verdade é que o processo de desconcentração de renda entre os que vivem dos rendimentos do trabalho experimentado nos últimos nove anos preparou em certa medida o terreno para que noções ideologizadas sobre as classes sociais prosperassem no país. Ou seja, a despeito de seu raquitismo teórico, a definição de “nova classe média” da SAE encaixa-se perfeitamente bem em um debate cujo eixo gravita em torno do aprofundamento da financeirização do consumo popular. Ou seja, o que a secretaria realmente pretende é ensinar à população como poupar dinheiro para aproveitar as novas oportunidades criadas pelo recente barateamento do crédito. Para tanto, é importante reforçar a ideologia de que o Brasil transformou-se em um “país de classe média”.

Nadando contra a corrente deste debate, o novo livro do economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Marcio Pochmann [Nova classe média? – leia o texto de orelha do livro, escrito pelo economista José Dari Krein, aqui no Blog da Boitempo], trouxe à luz um notável conjunto de dados e argumentos para desmistificar em definitivo esta noção. Recuando quarenta anos na história do Brasil a fim de identificar década após década o eixo da dinâmica econômica nacional em termos de repartição e composição da renda, o autor investigou o processo de mobilidade social existente na base da pirâmide social brasileira nos anos 2000. Assim, Pochmann demonstrou que o atual ciclo de crescimento econômico foi marcado por três fatores principais: 1) avanços efetivos na formalização do trabalho assalariado; 2) concentração do emprego em ocupações que pagam até 1,5 salário minimo; e 3) deslocamento da dinâmica da geração de postos de trabalho da indústria (décadas de 1970 e 1980) para a setor de serviços (anos 1990 e 2000).

Tendo em vista a combinação destes movimentos, percebemos que o modelo de desenvolvimento brasileiro neste século absorveu o excedente populacional produzido na década anterior, mas às custas de baixa remuneração (94% das vagas abertas em 2000 tinham remuneração de até 1,5 salário mínimo) e do aumento da taxa global de rotatividade do trabalho (36,9%). Ou seja, às custas da reprodução de um regime de acumulação que insiste em precarizar o trabalho subalterno. Além disso, este modelo foi capaz de integrar grandes contingentes de mulheres e de não brancos, mas quase sempre em ocupações alienadas que não requerem qualificações especiais. Sinteticamente, acompanhando a dinâmica das ocupações na base da pirâmide social do país somos obrigados a refletir sobre os alcances e os limites do atual modelo de desenvolvimento pós-fordista.

Uma reflexão que nos obriga a encarar o atual ciclo de crescimento econômico do ponto de vista do alargamento da superpopulação relativa (precariado brasileiro, proletariado precarizado…). Por um lado, é possível perceber claramente os avanços em relação à decada anterior: a política de valorização do salário mínimo permitiu que um enorme contingente de trabalhadores, especialmente concentrado nas regiões mais carentes, conquistassem um padrão de consumo relativamente inédito na história nacional. Com a formalização do emprego, estes trabalhadores ascenderam a um patamar menos inseguro socialmente, o que tende a elevar a satisfação individual. E a percepção destes em relação ao futuro tornou-se mais positiva.

Por outro lado, a promessa da superação da pobreza e do subdesenvolvimento esbarra na incapacidade do modelo em gerar postos de trabalho mais qualificados, superar a barreira do salário mínimo e bloquear a rotatividade do trabalho. Afinal, como poderia ser diferente se o atual regime de acumulação concentrou-se entorno das atividades de mineração, de petróleo, dos agronegócios e da indústria da construção civil? Precisamos lembrar que o atual modelo reproduz a trilha aberta pela hegemonia tucana de trocar a indústria de transformação por setores que utilizam largamente trabalho não qualificado? Ou seja, trata-se de um movimento que tende a reforçar a insatisfação coletiva.

Estudando a atual dinâmica do trabalho doméstico para famílias, do trabalho nas atividades autônomas e primárias, além do trabalho terceirizado, Pochmann esmiuçou o avesso do atual regime de acumulação. Ao fazê-lo, ele demonstrou que a hegemonia lulista apoia-se em um consistente alargamento da base salarial da pirâmide ocupacional brasileira. Ao mesmo tempo, Pochmann adverte-nos a respeito dos riscos inerentes a um modelo de desenvolvimento que apresenta sérias dificuldades em promover um ciclo de ascensão social consistente com mais e melhores salários. Do choque entre a satisfação individual e os germes dainsatisfação coletiva avolumam-se tensões no atual regime hegemônico.

Sem mencionar outras importantes greves nacionais ocorridas em 2011, como a dos bancários e a dos trabalhadores dos correios, por exemplo, o impulso grevista de 2011 permanece ativo este ano: em Belo Monte, cerca de 7 mil trabalhadores espalhados por todas as frentes de trabalho da usina hidrelétrica cruzaram os braços por 12 dias; no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), localizado em Itaboraí (RJ), pelo menos 15 mil trabalhadores entraram em greve no dia 9 de abril, permanecendo 31 dias parados; ainda no início do ano, foram registrados 10 dias de greve em Jirau e na plataforma da Petrobras em São Roquedo Paraguaçu (BA); além de novas paralizações em Suape, greves em várias obras dos estádios da Copa do Mundo de futebol etc… Tudo somado, talvez Francisco Weffort tivesse mesmo razão quando, quase cinco décadas atrás, afirmou que, no Brasil, “a vitória individual traz em germe a frustração social”.

Blog Convergência: Pensamento Socialista em movimento

terça-feira, 5 de março de 2013

Nota da Direção Estadual do PSTU sobre os atentados em Santa Catarina

Santa Catarina: sem fantasias enfrenta a sua dura realidade.


Ônibus, caminhões e carros queimados, outras inúmeras tentativas de atentados, tiroteios, prisões, repressões, inocentes feridos, toque de recolher e uma população em pânico, se repetiram durante semanas em Santa Catarina. Foram mais de 100 atentados nessa nova onda de ataques que somados ao caos no trânsito, ao caro e péssimo transporte público e ao crescimento desordenado das cidades formam a realidade no estado. Santa Catarina há tempos não é mais um paraíso, como a imagem que tenta passar a Burguesia do estado que têm no turismo e na especulação imobiliária grandes lucros. Só que essa fantasia não condiz com a realidade onde o aumento dos índices de criminalidade no estado é em muitos casos igual ou maior do que em São Paulo e Rio de Janeiro.

O fim desta segunda onda não significa que tudo acabou, precisamos entender os motivos destes ataques e realizar as transformações necessárias atingindo o real problema: a falência deste sistema prisional.

“Entra governo e sai governo e quem paga é povo”
Colombo é só mais um entre tantos governantes, como a própria Dilma, que segue uma política que privilegia o lucro, que faz de tudo para dar dinheiro para empresas em forma de incentivos e subsídios, mas que não investe na saúde, na educação, não faz nada para por fim ao caos urbano, ou seja, não combate a verdadeira causa da violência: as desigualdades.

A polícia faz revistas, prisões e até tortura pessoas sem o menor pudor. O clima de pânico faz com que parte da população apoie estes atos sem justificativa, pois a maiorias das pessoas que sofrem esses atos nada tem haver com o crime organizado. E ação da polícia hoje é para tentar passar à falsa ideia de controle e de que faz algo contra os atos, por isso faz rondas onde possa se mostrar.  Mas como sempre tratam de proteger principalmente as regiões mais ricas ou turísticas, deixando a periferia e os morros abandonados a sua própria sorte.

Um estado corrupto gera uma polícia corrupta
 Hoje a polícia é o reflexo do nosso estado. O estado capitalista é corrupto, no Brasil ele é um dos mais corruptos, gera políticos como Renan Calheiros ou Ada De Luca, Secretária de Estado da Justiça e Cidadania, envolvida em corrupção na compra de bloqueadores de celulares para presídios. E a polícia não é diferente, temos uma polícia militarizada, ainda aos moldes da ditadura. Ela tem regras próprias, justiça própria, nunca sabemos o que acontece em seus julgamentos. Eles não respondem a ninguém. Os bons policiais não podem denunciar seus chefes corruptos, não podem lutar por melhorias porque a polícia segue a hierarquia militar. Hoje a realidade é feita por policiais mal pagos, treinados para identificar os movimentos sociais como inimigos, uma polícia sob o comando dos figurões da política e seus indicados para os cargos de chefias da corporação, e não uma polícia sob o comando da população.

Uma polícia que não pensa duas vezes em atacar um grevista é fruto do estado que atacou e ataca duramente a Associação dos policiais PMs de Santa Catarina(APRASC).  O estado que não consegue dar fim ao caos é o mesmo que não titubeou em atacar os professores estaduais, o mesmo que mandou a polícia reprimir com violência os servidores da saúde em greve e que chega a colocar mais de quinhentos policiais em uma pequena manifestação contra o aumento do preço das passagens de ônibus. Esse estado, contra o crime organizado não parece ser tão durão. Por que será?

Uma organização criminosa tão forte só pode existir com a colaboração de policiais e políticos, e hoje ela mede forças para ver quem manda. Não se enganem, já começam a surgir as denúncias que a outra onda de atentados que ocorreu ano passado só acabou graças a um acordo entre o governo e o comando geral, eles estão discutindo como vai ser a sua divisão de interesses e não o bem estar da população.

O que está em jogo?
Hoje quem domina os presídios domina o crime organizado. A falência do sistema prisional transformou as cadeias em um verdadeiro quartel general do crime, onde os chefes contam com proteção e com material humano vasto para recrutar e treinar.

Por isso afirmamos que o que esta em jogo é o domínio do crime organizado e suas ramificações (que vão desde policiais corruptos até políticos) e não atos contra torturas, pois infelizmente elas são praticadas diariamente pela polícia em nosso país, não só nos presídios, em trabalhadores e em especial na população jovem negra da periferia. Todos sabem que cadeia e polícia só funcionam para pobre e ladrão de galinha.

Aumentar a repressão não é a solução
Muito se ouviu pelas ruas a defesa de que se a polícia intervisse com força poderia conter a violência, fala-se nas ruas sobre a necessidade de diminuir a maioridade penal ou de aprovar a pena de morte, mas essa não é a solução.

A polícia não intervém onde deveria porque não é interessante para ela, o crime está dentro da instituição, dentro das câmaras e senado, e nunca são os verdadeiros criminosos que pagam a dívida. Quando a polícia sai as ruas não está procurando os criminosos e sim exercendo uma política racista de criminalização da pobreza, são os pobres, na maioria negros, que não podem descer os morros do estado e entrar em um ônibus para ir trabalhar.

Hoje o crime muitas vezes apresenta para os jovens uma saída que o estado não consegue apresentar, infelizmente é verdade que a cada dia mais jovens são levados pelo tráfico porém, reduzir a maioridade penal não faria nada além de reduzir ainda mais a idade destes jovens que se hoje tem 16 anos, amanhã terão 13.

Para resolver o problema propomos:
- A apuração imediata das penas de todos os presidiários, reavaliando o tempo das penas de acordo com a gravidade da pena e não mais pela cor da pele. Chega de presídios lotados de “ladrões de galinha” enquanto os verdadeiros bandidos ficam soltos.

- Uma transformação no sistema carcerário, com o fim das torturas e a superlotação, com a transformação dos presídios em lugares para capacitação e readaptação dos presos. Dessa forma separando os presos de baixa periculosidade dos de alta. É hora de acabar com a universidade do crime que são os presídios hoje.

- Cadeia para os grandes criminosos, não importando que eles sejam ricos ou políticos.

- Criação de uma comissão composta por representantes da Anistia Internacional, APRASC (Associação de Praças de Santa Catarina), Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, Ministério Publico e outros movimentos sociais para apuração do casos de abusos e torturas nos presídios e prender os mandantes.

- Defesa dos trabalhadores, dar garantias para que os trabalhadores consigam trabalhar com segurança, com atenção especial aos motoristas de ônibus.

- Exigir dos governos (federal, estadual e municipais) o aumento do investimento nas áreas sociais para garantir serviços públicos de qualidade e oportunidades de emprego dignas para todos;

- Pela descriminalização e legalização das drogas. Hoje as drogas tomam conta das cidades, o tráfico é uma das principais fontes de sustento do crime organizado. A política proibicionista só tem ajudado a elevar os altos lucros do crime.

 
 - A unificação das polícias militar e civil em uma só força de segurança civil, com o direito de sindicalização e de greve para policiais e bombeiros e acima de tudo sob o controle da sociedade, com a eleição pelas comunidades de delegados de polícia e demais chefias.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ATENTADOS EM SANTA CATARINA: A FALÊNCIA DA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO GOVERNO RAIMUNDO COLOMBO

Por CSP-Conlutas/SC

A população de Santa Catarina mais uma vez se vê refém de uma série de atentados criminosos. Desde o último dia 30 de janeiro até 8 de fevereiro, pelo menos 82 atentados ocorreram no estado em 26 municípios diferentes. Isso ocorreu também em novembro do ano passado. Mas neste ano os atentados alcançam mais cidades, prolongam-se por mais dias, vieram em maior número e estão mais violentos, a exemplo de dois rapazes que tiveram queimaduras graves em Florianópolis.

A onda de atentados está afetando o cotidiano de todas as pessoas não só pela violência. Os ônibus na capital do estado, Florianópolis, por exemplo, não circulam mais no período das 23h às 6h. Existe um toque de recolher informal. Nos Morros da Capital os ônibus não estão mais subindo nem durante o dia, penalizando em especial a população mais pobre que vem subindo e descendo o morro a pé depois de longas jornadas de trabalho. Até o carnaval, que já tinha sofrido antes um duro golpe do governo municipal ao fomentar um modelo bem privatizado e afastado das suas origens populares, fica mais ainda prejudicado com a crise na segurança pública e a falta de ônibus.

No meio de toda a crise, o governo de Raimundo Colombo não consegue mais esconder o fracasso de sua política de segurança pública. Depois de cada promessa do governador de que tudo vai ficar bem, novos ataques voltam a acontecer.

Para piorar, é importante lembrar, que ações criminosas tão amplas como essas são praticamente impossíveis de acontecerem sem a colaboração e participação de altos funcionários do estado (a exemplo de políticos, juízes, advogados ou oficiais da polícia) e outros membros da alta sociedade, como grandes empresários. O que está por trás da onda de atentados é a disputa por poder e dinheiro que envolve o tráfico de drogas e atividades que giram ao redor, como extorsões, sequestros, assaltos e pistolagens. E isso não é coisa para peixe pequeno.

De onde vem tanta violência?

Setores conservadores da sociedade procuram inflamar na população nesses momentos tensos e difíceis saídas que não resolvem o problema e só os agravam. Esses setores clamam pela redução da maioridade penal, outros mais exaltados clamam pela pena de morte e sempre se procura apresentar o reforço dos aparelhos repressivos do estado como a saída, a exemplo da proposta do prefeito de Joinville, Udo Dohler, que apresenta a criação da guarda municipal como solução.

Segundo a Anistia Internacional, o país já é um dos campeões em violência policial, a despeito da insegurança pública que só vem aumentando. Isso se agrava porque o estado sempre direciona sua violência e repressão contra a população mais pobre, negra e trabalhadora, ou quando esta luta por suas reivindicações. Já os grandes bandidos que geram os pequenos nunca são atingidos.

Vemos agora isso ocorrer com os mensaleiros que tomaram posse no Congresso Nacional. O mesmo Congresso Nacional que elegeu um velho corrupto para o presidir, Renam Calheiros. Escândalos de corrupção em nosso estado também são emblemáticos como o que envolveu Ada De Luca, Secretária de Estado da Justiça e Cidadania, com a compra de bloqueadores de celulares para presídios, denunciadas em meio à onda de atentados no ano passado e que não tiveram qualquer consequência e ela se mantém no cargo. Enquanto isso, as incursões policiais violentas e revistas humilhantes são sempre nas comunidades mais pobres e direcionada a população negra. A população carcerária é em sua maioria negra, pobre e nunca tiveram grandes oportunidades na vida, possuindo poucos anos de estudo. Os trabalhadores ou a juventude quando fazem greves ou manifestações são duramente reprimidos, como vemos acontecer nas próprias greves dos policiais contra os baixos salários e contra o regime autoritário dos quartéis.

Sem combater as graves desigualdades sociais nenhuma política de segurança pública terá sucesso, pois isso está na base e na origem da explosão de violência. O governo Dilma, nesse sentido, também é responsável pela onda de ataques. Seu tão alardeado crescimento econômico não resolveu o problema do desemprego. Ao mesmo tempo gerou muito subemprego e falta de perspectivas para os jovens. Sua política econômica cortou verbas para políticas sociais fundamentais, como educação, saúde, transporte, moradia, cultura e lazer. Isso tudo cria um terreno fértil para alimentar a mão de obra do crime organizado.

Um programa dos trabalhadores
Precisamos de um programa emergencial dos trabalhadores para enfrentar de forma imediata a grave crise da segurança pública em nosso estado e que também vitima o conjunto do país. Apresentamos algumas medidas que devem ser ser complementadas e aprofundadas pelos movimentos sociais ligados à luta da classe trabalhadora:

  • Exigir dos governos (federal, estadual e municipais) que invistam maciçamente em áreas sociais para garantir serviços públicos de qualidade e oportunidades de emprego dignas para todos;
  • De nada adianta o apoio à política do estado de incursão em comunidades pobres e de torturas nas cadeias, a exemplo da recente denúncia grave em Joinville. O que precisamos para acabar com o crime organizado é agir centralmente contra o topo da sua cadeia de comando combatendo a corrupção do estado e prendendo e confiscando bens de corruptos e corruptores. Precisamos também acabar, de forma imediata no sistema prisional, com as torturas, a superlotação e a mistura indiscriminada de presos de diferentes periculosidades;
  • Pela descriminalização e legalização das drogas. A política proibicionista só tem ajudado a elevar os altos lucros do crime organizado e ajudado a alimentar a corrupção do estado;
  • É necessário ainda democratizar a polícia com a unificação das polícias militar e civil numa só força de segurança civil, garantir a permissão do direito de sindicalização e de greve para policiais e bombeiros e o controle da sociedade sobre as polícias com a eleição pelas comunidades, por exemplo, dos delegados de polícia.

CSP-Conlutas/SC



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Devaneios acerca do passado e do futuro do PT de Blumenau

Por Clausmar Luiz Siegel, militante do PSTU, em 14/01/2013

Nos já distantes anos de 1993/4 havia uma piada freqüente nos corredores da casa legislativa blumenauense. Dizia-se que o Partido dos Trabalhadores não possuía uma "bancada". Tinha, sim, uma "mancada"! As explicações para tal gracinha eram duas, quais sejam. A primeira se originava no preconceito burguês contra os deficientes físicos. Os dois vereadores petistas naquela época, os Srs. Décio Lima e Célio Scholemberg, são portadores de dificuldades para caminhar, e mancam ao deambular. A segunda se originava no preconceito que a burguesia ainda mantinha em relação a um PT já domesticado. Havia poucos anos que o PT tinha liderado mobilizações, lutas e greve operárias, docentes, estudantis e ainda liderava alguma mobilização dos servidores públicos municipais, e a lembrança destes fatos fazia com que o empresariado blumenauense mantivesse uma grande reserva ao PT. Os partidos tradicionais (PMDB, PFL, PDT, PSDB e o PPB/PPR de Amim e Maluf) ainda estavam testando as suas primeiras relações com o minúsculo PT, e chamar-lhe de "mancada" fazia parte deste teste de calouro.

Até as eleições de 1996 o PT de Blumenau teve que se empenhar para ser bem aceito nos meios políticos locais: o resultado inesperado daquele ano fez com que a burguesia deixasse de ser arrogante para se tornar tolerante. E assim, por 08 anos, o PT foi habitante do prédio ao lado da velha figueira tendo um bom convívio com a ACIB e outras entidades da elite local. Nada mais do que o reflexo local do mesmo fenômeno nacional. Também Lula e outros líderes de renome faziam o mesmo caminho da “aburguesação” deste ex-partido de lutas operárias.

Esta mudança veio acompanhada da degeneração política das relações internas do partido. As "tendências" que disputavam o poder interno do PT deixavam de ter os seus programas coletivos para se tornarem agrupamentos em torno de projetos pessoais de grandes figurões do partido. Algumas destas correntes, nos anos 80, declaravam-se marxistas, e se reivindicavam a "esquerda" petista. Na "direita" estava o agrupamento nomeado de "Articulação - Unidade na luta", que mais tarde passou a se chamar "Campo Majoritário", com uma orientação claramente não marxista. Já ao final dos anos 90, estas designações de "direita" e "esquerda" pouco se justificavam, uma vez que o PT inteiro havia se alinhado ao "Status Quo" e os projetos pessoais se superpunham aos programas sociais, políticos e econômicos. No entanto, ainda que sem mais uma luta entre Marxistas e não marxistas, os termos "direita" e "esquerda" continuam sendo usados até hoje nos dias das festas petistas.

Voltando a Blumenau, os 08 anos de boas relações com o empresariado foram liderados pelo prefeito Décio Lima, naqueles anos um membro da "Articulação". Obviamente, Décio não deixou a "esquerda" petista a ver navios, e também contemplou-a com cargos e mimos do poder. Fazia parte da pacificação da "esquerda" incluí-la no esquema. Mas para a sucessão municipal a Articulação indicou o desconhecido Edson Adriano, também da "direita" partidária local.

Deu-se, então, a primeira derrota eleitoral, que segundo alguns petistas afirmam até os dias atuais, foi propositalmente causada pela ala do Sr. Décio Lima, pois assim este estaria devolvendo pacificamente a cadeira de chefe do executivo aos seus verdadeiros donos, os partidos burgueses desde o berço, para mais tarde retomá-la de forma também pacífica e sem grandes atribulações. Esta versão dos fatos, sustentada por alguns petistas esquerdistas locais até a alguns anos passados, diz ainda que Décio e a "direita" foram traídos pela burguesia local na medida em que nos anos de 2008 e agora em 2012 a cadeira principal continuou nas mãos dos partidos claramente burgueses, e não voltou para petistas da "direita". Esta corrente de pensamento deve uma explicação em sua análise: em que momento a "esquerda" petista teria se manifestado contra esta estratégia? Em que evento as forças/personalidades criticas ao projeto da "Articulação" se posicionaram e lutaram claramente contra este acordo?

A verdade é que a grande maioria da esquerda petista local se adaptou, se adequou, se contentou com as migalhas do poder e, assim como todo o PT, trocou a luta dos trabalhadores pelas benesses do poder em parceira com a classe inimiga.

As poucas demonstrações de rebeldia da esquerda petista blumenauense foram vergonhosas: o ex-edil Célio Scholemberg saiu do PT atirando com armas e munição de esquerda para, logo em seguida, alinhar-se com o neo-burguês PPS. O mesmo (ou parecido) se deu com o grupo que saiu do PT para fundar o PSOL: sem consistência programática, movidos mais pelas encrencas pessoais do que pelos fatos políticos, foram para o PSOL, brigaram com todos de lá, e acabaram indo para o PDT (e depois ainda para o PMDB)! Ou seja, foram mais a direita do que a direita petista! Lamentável.

E agora, PT?

Em 2012 ocorreu a terceira derrota consecutiva da ala direitista do PT de Blumenau. E pior, não só a terceira, mas a mais fragorosa: no dia 04/10, pesquisa eleitoral divulgou resultados bastante animadores para a candidata Ana Paula, que acabou nem mesmo indo para o segundo turno! A pergunta que surge é se esta ala direitista, depois de três derrotas seguidas, terá condições de indicar o próximo candidato a prefeito de Blumenau pela sigla do PT? Detentores de 03 mandatos de grande importância (o deputado federal Décio Lima, a deputada estadual Ana Paula e o vereador Jefferson Forest), e principalmente, detentores da confiança da burguesia local, a "Articulação" terá "moral" de disputar mais uma eleição? Uma estrela cadente ainda terá condições de permanecer à frente desta sigla?

O vereador Vanderlei de Oliveira há muito tempo vem se reivindicando a "esquerda" do PT blumenauense, e agora mostra claramente que está em franca ascensão não somente dentro, mas especialmente fora do partido: com 05 mandatos consecutivos, é agora o presidente do legislativo municipal. Ótima oportunidade de mostrar não somente aos petistas e aos outros partidos, mas especialmente a todos os setores empresariais que também a esquerda petista está a serviço das coisas para a manutenção das coisas, e nada mais de marxista permanece em suas veias. Ótima oportunidade de provar que não haverá “mancada” da esquerda não deficiente física a frente dos negócios municipais.

Luta em defesa emprego na GM




Veja as fotos: https://picasaweb.google.com/102799290049096805409/EmpregosNaGM



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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Metade da comida do mundo vai parar no lixo, diz relatório

Organização britânica diz que desperdício é 'assombroso' mediante problemas como fome e aumento de população.

Um relatório de uma organização britânica indica que até metade de toda a comida produzida a cada ano no mundo, ou cerca de dois bilhões de toneladas, vão parar no lixo.

O documento, intitulado Global Food; Waste not, Want not (“Alimentos Globais; Não Desperdice, Não Queira”, em tradução livre), diz que o desperdício está ocorrendo devido a uma série de motivos, entre eles as condições inadequadas de armazenamento e a adoção de prazos de validade demasiadamente rigorosos.

Outro problema é a preferência dos consumidores por alimentos com um formato ou cor específicos. O estudo diz que até 30% das frutas, verduras e legumes plantados na Grã-Bretanha sequer são colhidos por causa de sua aparência.

O desperdício de alimentos também implica em desperdício de recursos usados para a produção deles, como água, áreas para agricultura e energia, alertou o relatório publicado pela Institution of Mechanical Engineers, uma organização que representa engenheiros mecânicos e reúne cem mil membros no Reino Unido.

Ofertas nos supermercados
A ONU prevê que até 2075 a população mundial chegue a 9,5 bilhões de pessoas, um acréscimo de 3 bilhões em relação à população atual, o que reforça a necessidade de se adotar uma estratégia para combater o desperdício de alimentos e, assim, tentar evitar o aumento da fome no mundo.

De acordo com o relatório, o equivalente a entre 30% e 50% dos alimentos produzidos no mundo por ano, ou seja, entre 1,2 bilhão e 2 bilhões de toneladas, nunca são ingeridos.

Além disso, nos Estados Unidos e na Europa, metade da comida que é comprada acaba sendo jogada fora.

Tim Fox, diretor de Energia e Meio Ambiente da Institution of Mechanical Engineers, disse que o desperdício é "assombroso". "Isto é comida que poderia ser usada para alimentar a crescente população mundial além de aqueles que atualmente passam fome."

"As razões desta situação variam das técnicas insatisfatórias de engenharia e agricultura à infraestrutura inadequada de transporte e armazenamento, passando pela exigência feita pelos supermercados de que os produtos sejam visualmente perfeitos e pelas promoções de 'compre um, leve outro grátis', que incentivam os consumidores a levar para casa mais do que precisam", disse.

Água
O relatório alertou que atualmente 550 bilhões de metros cúbicos de água estão sendo desperdiçados na produção de alimentos que vão para o lixo.

E o problema pode se agravar. Segundo a Institution of Mechanical Engineers, o consumo de água no mundo chegará a até 13 trilhões de metros cúbicos por ano em 2050 devido ao crescimento da demanda para produção de alimentos.

Isso representa até 3,5 vezes o total de água consumido atualmente pela humanidade e gera o temor de mais escassez do recurso no futuro.

O alto consumo de carne tem grande influência nesse aumento de demanda, visto que a produção de carne exige mais água do que a produção de alimentos vegetais.

"À medida que água, terra e energia passam a ser mais disputados devido à demanda da humanidade, os engenheiros tem um papel crucial a desempenhar no sentido de prevenir a perda e o desperdício de alimentos, desenvolvendo formas mais eficientes de produção, transporte e armazenamento", disse Fox.

Fonte: BBC