quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Pauta LGBT nas eleições 2012

bandeira-lgbt
Uma cidade para os trabalhadores é uma cidade de combate à Homofobia

Secretaria Nacional LGBT do PSTU
As eleições deste ano trazem um importante e inédito fato para os LGBTs: um número recorde de candidaturas em todo o país. Segundo a ABGLT (Associação Brasileira de LGBTs), há uma candidatura gay ao cargo de prefeito em João Pessoa-PB, e no interior e nas capitais são 155 candidatos (as) a vereador em 24 estados. Só não há candidatos LGBT nos estados do Acre e Mato Grosso. No total, são 85 candidaturas gays, 25 lésbicas, 24 transexuais, 16 travestis, quatro bissexuais e uma drag queen.

Estes números, aos olhos de qualquer pessoa minimamente preocupada com o problema das opressões, em especial com a homofobia, pode parecer um avanço. Por isso, nós do PSTU, queremos deixar registradas nossas posições e fazer um chamado a todos LGBTs e à sociedade de conjunto para que não nos iludamos com as promessas dos velhos partidos patrocinados pelas velhas oligarquias e para que não achemos que nossos direitos serão atendidos através de promessas fáceis.

O primeiro elemento de nossa análise é o fato de que a maioria dessas candidaturas não expressam em sua plataforma política as principais bandeiras de luta do movimento LGBT brasileiro, como a luta contra o massacre violento que sofremos ano após ano. A maior parte dessas candidaturas não expressa a luta cotidiana em prol da aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia (PLC-122/06), não denuncia o veto de Dilma ao kit “Escola sem Homofobia” e nem a luta pelo casamento civil.

Além disso, boa parte são candidaturas caricatas, muitas vezes utilizadas pelos partidos burgueses para “puxar” votos, e  acabam reforçando a noção homofóbica que gays, lésbicas e travestis são motivo de piada. As candidaturas também são diversificadas em termos de partidos políticos. Há candidaturas LGBT inclusive de partidos declaradamente homofóbicos, como o PRB; partidos da velha direita, como PR, PP, PSC, DEM e PSDB e partidos como o PT e o PCdoB, que agregam alguns setores do movimento, mas que na prática, não combatem a homofobia. Nestas eleições, por exemplo, um candidato a vereador do PCdoB em Porto Alegre declarou a um Portal de Notícias que “Não somos contra os homossexuais. Somos contra o ato do homossexualismo”.

Talvez o maior exemplo de que um candidato LGBT não necessariamente seja aliado na luta contra a homofobia seja a eleição do falecido Clodovil Hernandes. Em 2006, Clodovil foi eleito deputado federal, sendo o primeiro parlamentar assumidamente gay a ser eleito para uma vaga no Congresso Nacional. Eleito por uma legenda de aluguel, o PTC (Partido Trabalhista Cristão), partido de direita e homofóbico, e posteriormente mudando para outro partido de direita e homofóbico, o PR de Anthony Garotinho, Clodovil se declarava contra as Paradas do Orgulho LGBT, contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e contra o movimento LGBT brasileiro, além de suas famosas declarações machistas no Congresso Nacional.

Deputado do PSOL diz que “criminalização da homofobia não é o melhor caminho”
Infelizmente, boa parte das candidaturas do PSOL, sob orientação de Jean Wyllys, deputado federal da sigla, têm colocado no centro programático não a política de combate à violência, mas uma política mais rebaixada: uma campanha pelo casamento igualitário. Jean Wyllys, que nunca foi ativista do movimento, por mais de uma ocasião fez duras críticas ao movimento LGBT por não priorizar a luta pelo casamento igualitário. Em entrevista à Globo News, em junho de 2012, ele afirma que “o movimento mudou a pauta no mundo inteiro, exceto no Brasil”. No entanto, Jean Wyllys esquece que o movimento LGBT organizado em países europeus, EUA, Canadá, Argentina, Uruguai, Colômbia, Venezuela, África do Sul e recentemente o Chile, dentre outros países, já conquistou a criminalização da homofobia, superando essa pauta. Como se não bastasse, pouco antes dessa entrevista, em maio, em evento promovido pela APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo), Jean afirmou que “a criminalização da homofobia não é o melhor caminho, pois priva a liberdade”. Priva a liberdade de quem? Dos homofóbicos?

Em que pese o PSOL tenha setoriais LGBT em alguns estados, com ativistas honestos, atuantes no movimento e combativos, é Jean Wyllys que tem auxiliado os candidatos na elaboração de um programa LGBT, colocando o casamento no centro da pauta. Somos defensores ferrenhos e históricos do casamento igualitário, e essa pauta se encontra no nosso programa. No entanto, estamos diante de uma escalada da violência homofóbica em nosso país, onde, segundo dados do Grupo Gay da Bahia, pelo menos 165 LGBTs foram mortos por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero, somente no primeiro semestre, um número 28% maior em relação ao primeiro semestre do ano passado. O Brasil é o país onde mais LGBTs são assassinados no mundo, enquanto os setores conservadores seguem pregando o ódio e a violência homofóbica em igrejas e na televisão. Por isso, o movimento LGBT precisa dar uma resposta política: a luta pela criminalização da homofobia deve estar no centro, e seria no mínimo irresponsável mudar a pauta.

Contra a homofobia, vote nos candidatos do PSTU!
Para nós do PSTU, a luta contra a homofobia não pode se dar de forma isolada. A criminalização dos movimentos sociais, a criminalização da pobreza, os ataques à classe trabalhadora têm um efeito ainda mais nefasto sobre LGBTs, mulheres, negros e negras. Por isso, para nós, a luta contra a homofobia é inseparável da luta contra a exploração capitalista, bem como da luta contra o machismo e contra o racismo. Fazemos uma leitura de esquerda, marxista, da luta contra a homofobia, e temos a ousadia de apontar um caminho: a transformação radical da sociedade capitalista e a construção do socialismo.

Os candidatos LGBT dos partidos da velha direita ou ligados ao governo do PT não estão de fato comprometidos com a causa LGBT, muito menos com a transformação da sociedade. Nos governos e no parlamento, esses partidos atacam diariamente a população pobre, criminalizam as greves e os movimentos sociais, vetam materiais didáticos contra a homofobia, impedem a aprovação do PLC-122/06, privatizam os serviços públicos, massacram a população negra e indígena.

A luta contra a exploração capitalista e contra toda forma de opressão é um princípio para o nosso partido. Por isso, nos programas de todos os nossos candidatos a prefeito e vereador estão presentes a defesa da criminalização da homofobia, a punição de atos homofóbicos cometidos por agentes públicos e privados, a garantia de direitos civis aos LGBTs, um sistema educacional que discuta a sexualidade em toda a sua diversidade e que combata a homofobia, um sistema de saúde estatal e gratuita que atenda às especificidades de LGBTs, bem como a luta contra o machismo e o racismo.

www.pstu16.org.br

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Rede Globo: Xenofobia, machismo e racismo, a gente vê por aqui


Do Blog molotov

A Rede Globo de televisão é sem dúvida uma das maiores defensoras não só dos interesses mas também dos valores da burguesia nacional e do imperialismo em nosso país. E um desses valores é, sem dúvida, o racismo. Via de regra a empresa reserva aos atores negros o papel de subalternos, até mesmo porque também via de regra em suas novelas a perspectiva sempre é a da burguesia e no máximo da classe média. Só cabe ao negro então representar o mesmo papel de coadjuvante que ele exerce na vida real de acordo com a ótica dessa "gente diferenciada".

Mas o racismo da Globo não se expressa somente em suas novelas e com o povo negro. Existem outras formas dele andar de mãos dadas com seus irmãos gêmeos, o machismo e a xenofobia. O video a seguir é uma reportagem do canal Sport Tv que consegue ser racista, xenófobo e muito machista. A "reportagem" em tom de "brincadeira" vai fundo no intuito de desqualificar o povo e a cultura paraguaia. Apesar de ser de julho do ano passado nunca é tarde pra conferir o "jornalismo" global.


Deixamos registrado aqui nosso respeito aos trabalhadores e trabalhadoras paraguaios e nossa repulsa renovada à Rede Globo.

PS: O blogonauta Flipe nos chamou a atenção que a própria Globo reconheceu o desrespeito e fez seu pedido de desculpas. Procuramos o video que já não está mais no canal do Sport Tv mas existem links para ele no YouTube.

O que pode e o que não pode?

@BlUm3n4u M1L GR4U


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Porque a burguesia detesta ver a vida como ela é?

Dois programas eleitorais do nosso candidato a vereador, Giovani Zoboli 16016, foram arbitrariamente tirados do ar nesta semana. Embora a causa para a retirada de ambos os programas seja a mesma, ou seja, o fato de que dói para os poderosos serem desmascarados dentro de suas próprias casas, ainda assim, optamos por tratar em textos diferentes estes dois fatos iguais. Neste texto trataremos do programa com o caráter de Luta Operária. O programa contra as opressões tem um texto específico que pode ser lido a baixo.
Já muito se escreveu sobre o papel opressor dos meios de comunicação de massa, de modo especial a televisão. Colocada nas salas das casas como sendo uma janela para os sonhos, uma entrada para um mundo irreal, e televisão reproduz a ideologia das classes que dominam econômica e politicamente a sociedade. Nas novelas, nos programas de auditório, nos “reality shows”, e até mesmo nos telejornais, tudo é muito lindo, tudo está bem, tudo está certo. Até aqui, nenhuma novidade!

Nos horário político “gratuito” (a produção custa o “olho da cara”!) não poderia ser diferente: os candidatos financiados pelos empresários não mostram a realidade! Mostrá-la seria assumir que o capitalismo monopolizador, o imperialismo, não conseguem mais gerar a melhoria de vida para a maioria da humanidade. Mostrar a realidade seria, para estes agentes do Capital, assumir a derrota de que suas propostas e promessas são de fato mentiras eleitorais que não duram 4 anos.

Só um partido da classe trabalhadora, voltado para as lutas e mobilizações, tem a coragem de por no horário nobre a imagem de milhares de operários entrado e saindo de seu local de trabalho. Entram e saem do seu local de exploração, de extração do suor mal pago! Entram e saem cotidianamente, de forma mecânica, sem esperanças de um futuro melhor.

Mas, onde está a “coragem” em mostrar tal cena? Por que isto é tão agressivo aos olhos patronais? Por que a empresa filmada pediu (e conseguiu) que o filme fosse retirado do ar?

Mostrar esta cena implica necessariamente mostrar o nome da empresa em que a cena foi gravada, implica necessariamente mostrar a fachada desta empresa. Alguém há de perguntar: mas não poderia ser outra a empresa, tinha que ser esta? Respondemos: poderia sim, poderia ser qualquer portão de fábrica, pois em todos, a cena é a mesma. E da mesma forma, qualquer que fosse a empresa, qualquer que fosse a fachada, o recurso a arbitrariedade também seria o mesmo!

Quem tem medo da democracia?
Que nas eleições prevalece o jogo do dinheiro, que só se elege quem tem milhões para os golpes de mídia, isto também todos já sabemos! Já há muito nós do PSTU dizemos que a saída para os trabalhadores não virá pela via eleitoral. Só com organização e luta, tanto nos portões das fábricas como nos sindicatos, é que nós trabalhadores chegaremos a resolver os problemas que nos afligem no dia-a-dia. Tudo isso já dissemos!

O que nos causa estranheza e ver que a burguesia não suporta mais o peso da sua própria farsa democrática: as regras eleitorais, que não são iguais para todos, já são democráticas demais para os patrões! Não basta controlar a maioria dos candidatos com doações milionárias: precisam arbitrar também sobre os candidatos que eles não controlam pelo dinheiro!

Que mal há em mostrar na televisão a fachada de uma empresa? Que mal há em mostrar o seu nome ou o seu logotipo? Não são todos, fachada, nome, logotipo, todos, públicos? Há segredos contidos neles? Ninguém adentrou a fábrica para mostrar como se da a exploração no local de trabalho propriamente dito, ninguém adentrou sem permissão a propriedade privada (sagrada para os capitalistas), ninguém filmou segredos industriais ou patentes exclusivas.

Foram apenas imagens de locais já públicos, da rua, locais amplamente conhecidos pela população, locais que podem ser vistos a qualquer momento. Inclusive, nós do PSTU, convidamos todos a verem a fachada da fábrica no próximo final de semana: basta passar em frente e enxergarão a mesma fachada, o mesmo logotipo e o mesmo nome que foi motivo para que caçassem o programa.

Ocorre que um portão de fábrica é um perigo enorme para os patrões: ali os trabalhadores se encontram, conversam, trocam idéias, e isto é um perigo eminente! Mostrar o agito de um portão, os trabalhadores em confraternização e se organizando, isto põe em cheque as mentiras dos políticos burgueses, e também das TVs a serviço do sistema. A democracia dos ricos, que nem é tão democrática assim (pois prevalece o poder econômico), incomoda aos que tem medo de verem na TV a vida como de fato ela é! Estamos voltando aos tempos de ditadura?

E por fim, uma curiosidade: saiba o leitor que a diretoria do Sintrafite, o sindicato dos trabalhadores têxteis, tentou também ela tirar este mesmo programa eleitoral de Giovani 16016 do ar, mas não conseguiu. Agora, o patronal, conseguiu! Curioso, não acham?


Assistam o programa sobre os Operários Têxteis [censurado]

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Programa do PSTU provoca a ira dos homofóbicos

A democracia tem como característica a existência de liberdades individuais e coletivas: liberdade de organização, de manifestação, de expressão, de reunião etc. Essa é uma conquista extremamente importante, arrancada com muita luta pelos trabalhadores. Outra característica da democracia é a igualdade jurídica. Segundo esse princípio, todos são iguais perante a lei, têm os mesmos direitos e obrigações.

O Ministério Público do Estado de Santa Catarina alega que as crianças devem estar a salvo de cenas de promiscuidade, que devem se desenvolver em ambiente sadio, por isto determinou que os beijos que duraram 5 segundos fossem retirados, mas crianças são expostas todos os dias a cenas de beijos, traições, relações promíscuas e lascivas em novelas e filmes, além dos comerciais de cerveja que são conhecidos, há muito tempo, por mercantilizar o corpo da mulher, tratando-as como objeto sexual. O que na verdade o Ministério Público fez foi um ataque a democracia, que deve ser repudiado por todos os que defendem os direitos democráticos e principalmente os defensores da liberdade de orientação sexual. O que o Ministério Público do estado deveria se preocupar é com a verdadeira tragédia com que convivem os homossexuais no país devido a discriminação que sofrem.

A cada 33 horas um homossexual brasileiro foi assassinado em 2011, vítima de violência decorrente de sua orientação sexual. O Brasil lidera as estatísticas de assassinatos contra lésbicas, gays, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT), se comparado com outros países. Em 2011 foram 226 casos de assassinatos contra LGBT, significando ampliação de 118% nos últimos seis anos.

O PSOL em Joinville colocou um beijinho de meio segundo e sofreu um grande ataque homofóbico por parte de jornalistas da cidade. Isso prova que o problema maior não é como o beijo é exibido, como afirma Carlos Tonet no seu blog e sim porque é um beijo entre casais homossexuais. Os falsos moralistas tentam se esconder atrás de discursos de que não são homofóbicos, porque não gostam de ver a vida como ela é, da mesma forma que os dependentes químicos não admitem que são dependentes.

Indecência?
Indecente é ver pessoas morando nas ruas, comendo lixo, políticos roubando o povo, mulheres morrendo vítimas de violência de seus parceiros! Indecência é a miséria de muitos e riqueza de poucos!

Diante da decisão do Ministério Público do Estado de Santa Catarina em retirar o programa, o PSTU de Blumenau vai exibir o programa sem os 5 segundos de “imoralidades que tanto atacam os bons costumes da Sociedade”, mas ainda continuaremos exibindo o programa na TV e na rádio defendendo a criminalização da Homofobia e a extensão de todos os direitos dos casais Heterossexuais aos Homossexuais, além das bandeiras do movimento LGBT.

Blumenau, 19 de setembro de 2012.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O trio perdido da homofobia

Por Miguel Rios

Parecem difíceis os tempos para ser hétero. Têm alguns reclamando. Têm alguns se dizendo encolhidos, amordaçados, assustados com a ditadura gay que se instala. Não encontram mais espaço. Né assim? Passeatas coloridas, parceria aprovada, casamento civil perto, luta por criminalizar ofensas, tantos não sei pra que isso se o mundo é tão compreensivo e simpatizante à causa, né?

Tão simpatizante e compreensivo que degringolou. A coisa se inverteu, dizem por aí. A prática de homem agarrar mulher está esgotada. Ultrapassada. Quase proibida. Né isso? A heterossexualidade está virando a nova veadagem. Indo para o armário. Duvida?

Prova 1. Se o casal hétero agora sai à rua, de mãos dadas, no abraço, acaba agredido, escuta logo o grito: “Vamos acabar com essa heteroagem. Tenham vergonha!” Né dessa forma?

Prova 2. Quando se desconfia que um cara curte mulheres, o seguem, e, na covardia, quebram lâmpadas na cara dele, o espancam com soco inglês. Não tem sido assim?

Prova 3. Se a garota dá um beijo no namorado em algum bar já os convidam a sair, que é para não expor os clientes a tamanha nojeira. Verdade ou mentira?

Com tantas provas cabíveis, é preciso coibir tais injustiças, né não? É necessário mais orgulho nessa heteroagem, prática desmerecida e perseguida, para assegurar o privilégio exclusivo de ser a única orientação normal e divina. De se manter paradigma.

Daí o ódio combativo. Ser homofóbico, dizem, é coisa natural. Como ser racista, como ser machista. Para se proteger, impedir a censura, garantir o livre pensar. Sustentar a primazia.

Imagine quando se assinou a Lei Áurea. Negros livres do peso do chicote. Como foi complicado e injusto para um racista viver sem açoitar, não é? Ver aquelas pessoas que tratava como propriedade, como bichos, como coisas, agora soltas, sem lhes dever obrigação.

E os movimentos de direitos humanos ganhando força, buscando igualdade cada vez mais. Lei contra o racismo aprovada. Nem poder mais humilhá-las, ofendê-las podia. Como foi duro para um racista, né mesmo?

A ditadura negra cresceu, dominou e agora os brancos amargam a inferioridade, os maus-tratos, agora escutam que se não cagam na entrada, com certeza na saída. Não bate uma pena do coitado do racista desamparado?

E o machista então, diante da mulher dona de si. Imagine o que é não aplicar mais um corretivo na companheira. Vê-la votar, trabalhar, estudar, virar doutora, se emancipar, se proteger, garantir que seu agressor seria punido, Lei Maria da Penha nele, se eleger presidenta. Árduo para o machista, humilhante, né mesmo?

E os sulistas e sudestinos se enfurecendo com os atuais investimentos no Nordeste. Cobertos de razão, né? E a elite com náusea da ascensão das classes C e D, que não conhecem mais o lugar delas. Está certa, não concorda?

Direitos iguais? Que ruim, né? Como se tira de alguém a supremacia racial, econômica, sexual? Como é que pode?

Como se não bastassem negros e mulheres com suas ferozes ditaduras, agora vêm os tais LGBTs, que na cabeça familiarmente correta, sacrossantamente fundamentalista, não passam de veados e sapatões, sem a menor diferença, tudo a mesma coisa, que se resume em safadeza, doença mental, invenção do diabo. Aonde vamos parar, né?

E o que sempre foi ódio passou também a medo. Medo que é falacioso, mas que contamina, se implanta, convence, ganha corpo, ares de real. Medo de que o mundo se torne gay. De que se o garoto ver dois barbados se beijando na novela vá beijar o colega na escola. De que a menina passe a acariciar mais e mais a melhor amiga, pois a pop star se pega com a dela. De que bebês parem de ser gerados e venha o extermínio.

Conclusão: a heterossexualidade é frágil, só uma máscara, não suporta concorrência. Requer esforço sobre-humano para segurá-la viva ou vai se acabar. As outras seriam as orientações dominantes. Sufocadas por milênios para que não cobrarem o seu lugar de homo superior. Hora da reviravolta. É esse o roteiro, meio X-Men?

Ignorância dos homofóbicos. Sabem de ouvir dizer. Sabem pela cartilha do senso comum. Sabem sem saber. Sabem é transformar arrogância em lamento, preconceito em pretenso direito. Não sabem é como pensar fora do quadrado. Só sabem é usar a arcaica técnica de confrontar rebelados: atacar com violência e desmerecimento.

Raciocinam assim: Para que aceitar os gays? Por que eles não ficam nos guetos onde sempre estiveram? Por que precisam se mostrar à luz do dia? Para que querem ser família? Ser iguais a nós? E o direito de insultá-los?

Às escondidas, até deixam existir. Amando longe dos olhos normais, se sentindo errados. Aguentando calados qualquer piadinha, qualquer indireta. Assim, garantem, não existe segregação. Assim, juram, não há homofobia. Basta os pervertidos se comportarem como devem, cabisbaixos. Digno, né não?

Por muito tempo funcionou e ainda funciona até. Teve quem, por covardia, submissão, falta de escolha, aprendesse direitinho a lição. Se tem que ser gay, que seja o mínimo possível, o menos pintoso. Se tem que ser lésbica, que seja bem feminina. Para não chocar, para transitar melhor, não fazer vergonha.

Foi tão forte adestramento, tamanho bombardeio, que tantos acabaram obedecendo, odiando os do mesmo barco, se dobrando, catando as migalhas atiradas pelo ódio.

Ódio que, à caça de vítimas, tem vários nomes, um deles homofobia. Que, astucioso, para se legitimar, se passa por liberdade de expressão, defesa de valores. Que, velho de guerra, apela ao apocalipse, à ira do céu. Mas que, denunciado e nas últimas, como barata emborcada, esperneia para sobreviver a cada trio que passa e o deixa para trás.

Leia aqui.

Gays são alvos de milícias e soldados no Iraque pós-Saddam

Autoridades do Iraque têm feito uma "caça às bruxas" contra os homossexuais, com perseguição sistemática e mortal a homens e mulheres, revela uma reportagem investigativa da BBC.

Ativistas dizem que centenas de homossexuais foram mortos nos últimos anos, enquanto o governo, que conta com apoio ocidental, tem ignorado o assunto. Para as Nações Unidas, a negligência quanto à violência torna o Estado iraquiano um dos responsáveis pelos crimes.

A investigação da BBC mostra que no Iraque pós-Saddam Hussein ser homossexual - ou mesmo parecer homossexual - pode significar uma sentença de morte no país.

Em alguns casos, homossexuais foram mortos pelos próprios familiares, nas chamadas "mortes pela honra", ou pela ação de milícias. Mas a perseguição também parece ocorrer sob os mandos de forças de segurança oficiais - ainda que o governo se recuse a admiti-lo.

Dezessete homossexuais entrevistados pela reportagem se disseram perseguidos individualmente, e todos dizem ter amigos ou parceiros mortos.

Ainda que o governo diga que desarticulou milícias que fazem esse tipo de perseguição, um ex-policial, que conversou com a BBC em condição de anonimato, disse ter abandonado a corporação depois de ter recebido ordens diretas para prender dois homossexuais. Um deles foi morto na cidade onde era "procurado".

"Durante a ocupação americana, estávamos muito ocupados. Agora, com tempo livre, a polícia passou a perseguir gays", disse o ex-policial.

Abrigo
Com isso, a comunidade gay do Iraque fica cada vez mais escondida e assustada. Uma vez que um homossexual entra na "lista de procurados", ele ou ela não tem para onde escapar.

Muitos relatam buscas oficiais em suas casas, além de casos de estupro. Outros temem ser identificados nas dezenas de postos de checagem que têm como objetivo garantir a segurança de Bagdá. "Não tenho liberdade. Não posso viver a minha vida", disse um deles à BBC.

Há apenas um abrigo para homossexuais em Bagdá, com capacidade para três pessoas. Outros abrigos foram alvos de ofensivas e fechados pelo governo.

Segundo um relatório de 2009 da ONG Human Rights Watch, é possível que centenas de homossexuais homens tenham sido mortos desde a invasão americana, em 2003.

Mas o Ministério de Direitos Humanos do Iraque afirma não poder ajudar os homossexuais, porque o grupo não é considerado uma minoria sob os olhos do governo. Alega, porém, que denúncias de morte foram encaminhadas ao Ministério do Interior.

O premiê iraquiano, Nuri al-Maliki, que tem comando direto sobre o Ministério do Interior, não respondeu aos pedidos de entrevista. Seu porta-voz, no entanto, disse à BBC que não existe nenhuma perseguição sistemática a homossexuais e que estes devem "viver suas vidas normalmente".

Conservadorismo
Ao mesmo tempo, no distrito de Cidade Sadr, em Bagdá, um clérigo islâmico disse à BBC que o "terceiro sexo" - como o homossexualismo é chamado - é "totalmente rejeitado pelo islã".

Ainda assim, a cultura religiosa e conservadora do Iraque não explica por si só a perseguição aos gays, dizem analistas.

No Líbano, por exemplo, o grupo radical Hezbollah é razoavelmente tolerante ao homossexualismo. No Irã, onde a prática homossexual é ilegal e comumente punida, a cena "underground" gay também é tolerada. Até na ultraconservadora Arábia Saudita a perseguição não parece chegar nos níveis do Iraque.

Durante o governo de Saddam (1979-2003), homossexuais desfrutaram de algum grau de liberdade e segurança e, após a invasão americana, grupos liberais esperavam que essa liberdade aumentasse.

Mas forças conservadoras islâmicas que ganharam o poder se mostraram resistentes a aceitar valores supostamente ocidentais, incluindo o homossexualismo.

Leia aqui.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PSTU na luta contra o Machismo e a Homofobia!



PSTU na TV!

Programa do PSTU denunciando a violência machista e exigindo a criminalização da homofobia. O Brasil ocupa a 7ª posição no mundo em casos de assasinatos femininos. A homofobia só tem aumentado. Dos ataques físicos às humilhações cotidianas. Uma situação que, temos certeza, só poderá ser revertida com muita luta. Uma luta que, hoje, também tem que voltar contra este governo e seus aliados, muitos deles aliados da bancada cristã-homofóbica, no congresso, que, há anos, barra a votação de uma legislação que criminalize a homofobia (PLC 122).

As eleições são um momento importante de discutir a situação das mulheres e homossexuais e votar em candidatos que pretendam governar para os trabalhadores, mas uma cidade onde não haja machismo nem exploração depende de uma mudança na sociedade. É preciso acabar com o capitalismo e construir o socialismo, só assim os oprimidos serão realmente livres.

Novos programas de rádio do PSTU


Programas da Frente de Esquerda by pstublumenau

terça-feira, 11 de setembro de 2012

NOTA PÚBLICA SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO NOSSO CANDIDATO, OSNI, NA “REUNIÃO” DA ACIB.

Como era de se esperar, as eleições em Blumenau seguem o velho roteiro de sempre: os três candidatos à prefeitura que recebem fortes contribuições dos empresários estão bem à frente do único candidato que não admite financiamento proveniente da classe burguesa. As chances eleitorais deste único candidato que não se rende ao canto da sereia de sangue azul são mínimas. Os seja, qualquer um dos três que vencer as eleições 2012 em Blumenau irá governar para os ricos! A FURB não será federalizada (em benefício do ensino privado), o SAMAE continuará sendo privatizado, e os lucros das empresas de transporte coletivo só aumentarão, enquanto o povo se espreme dentro dos ônibus e os motoristas e cobradores são mal remunerados.

Para que esta farsa democrática se realize, a classe dominante mantém os partidos, coligações e candidatos ao seu serviço amarrados pelo dinheiro gasto em propaganda eleitoral. Os partidos que por ventura não aceitem fazer parte deste esquema viciado, não são convidados para os debates públicos nas redes de TVs e rádios. O tempo de exposição nestes veículos de comunicação é parco para os partidos que destoam desta farsa teatral que chamam de “Democracia”.

Não contentes com toda esta máquina ao seu serviço, os empresários blumenauenses ainda promovem, através de sua entidade maior, a ACIB, uma série de “reuniões” com os candidatos a prefeito. O convite é bastante claro e não deixa dúvidas: trata-se de uma atividade programada a partir de ótica empresarial e visando os empresários. Nada de relação com os setores populares e com a classe trabalhadora. Tudo como se estes mesmos senhores já não soubessem que os seus três candidatos defendem exatamente as mesmas propostas e o mesmo plano de governo. Já controlam seus candidatos pela via do financiamento de campanha, mas ainda querem algumas “reuniões” à parte, para confirmarem que o discurso e o programa é realmente o que encomendaram!

A nós, do PSTU, causou-nos estranheza que nosso candidato a prefeito, o companheiro Osni (PSOL), aceitou o convite e de fato foi a tal reunião. Mesmo após termos nos manifestado (fomos consultados pelo companheiro Osni sobre se ele deveria ou não ir a tal evento) contrários a ida, e argumentarmos que se tratava de uma atividade claramente empresarial, da classe inimiga dos trabalhadores, e que um candidato que não é financiado por estes senhores e se propõe a governar Blumenau para os trabalhadores não teria nada a ganhar com tal atividade, ainda assim Osni fez-se presente.

O fato de não ter aceitado a sugestão de nosso partido não foi o maior desvio de nosso candidato, houve falta ainda maior! Trata-se da decepção causada nos trabalhadores que apóiam (inclusive financeiramente) as candidaturas da Frente de Esquerda em Blumenau: vários companheiros já viram este filme com o PT, antigo partido da classe trabalhadora, e que aos poucos foi para o outro lado! E começou assim, indo a atividades direcionadas a classe empresarial. Abandonou os portões de fábricas, as greves e as praças para se reunir com os empresários, banqueiros e latifundiários. Com medo de que o filme seja repetido, estes companheiros trabalhadores, junto com o PSTU, protestam pela infeliz ida do companheiro Osni a esta “reunião” empresarial.

Sugerimos ao companheiro Osni que se retrate perante os trabalhadores blumenauenses por este desvio, que não volte a cometê-lo, e que siga firme em nossa campanha “Blumenau para os trabalhadores!” com a Frente de Esquerda, coligação PSOL-PSTU.