sábado, 1 de março de 2014

PT blumenauense: Um silêncio ensurdecedor!

Não deve estar sendo fácil para os membros do PT de Blumenau ter que ficar quase que mudos diante das várias denúncias de corrupção que estão sendo feitas em Blumenau, principalmente, a partir de 2012. Naqueles dias, o então prefeito João Paulo Kleinubing foi flagrado ordenando a um dos seus secretários que criasse um falso documento simulando um processo de dispensa de licitação para que a Companhia Urbanizadora de Blumenau (URB) recebesse R$ 30 milhões do Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina. Tal situação foi comprovada através de interceptações telefônicas autorizada pela justiça em julho de 2012. Conhecida como operação “tapete negro”, envolveu o primeiro escalão da gestão JPK, empresários e políticos da base aliada e, resultou no processo de cassação dos vereadores Célio Dias, Fábio Fiedler, Braz Roncáglio, Almir Vieira e Robinson Soares, por cometerem irregularidades para obtenção de votos.

Diante disto, coube ao vereador do PT, Jefferson Forest, apresentar requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, porém, sem a assinatura do presidente da casa Vereador Vanderlei de Oliveira, também do PT (e tido como sendo da ala mais a esquerda deste partido). Entretanto, tal comissão não foi constituída.

O silêncio que os membros do PT de Blumenau não buscam quebrar não pode ser compreendido separadamente de duas situações que acontecem com o PT em âmbito nacional: A primeira diz respeito ao mensalão e as prisões de lideranças petistas, historicamente constituídas no cenário político brasileiro, com destaque para José Dirceu e José Genuíno, que no passado foram dois grandes lutadores contra a ditadura militar. Lamentavelmente, hoje sevem para colocar o PT na mesma vala comum dos grandes partidos de direita e centro direita, cujos membros atualmente agem muito mais por interesse próprio do que por projeto de país e desta forma, suscetíveis à corrupção. A partir do chamado mensalão, o PT se manifestou tão corrupto como o PP de Maluf, o PSDB de FHC, Alckimim e Azeredo, o PMDB de Jader Barbalho e Sarney, o PL do bispo Rodrigues, o PTB de Roberto Jefferson e Collor, assim como outros partidos políticos de direita ou centro direita.

A segunda situação refere-se às alianças que o PT tem feito para se perpetuar no poder do Estado. Partidos e pessoas que antes estavam em lados oposto ao do PT passam a fazer parte da base aliada e, neste processo mais e mais o PT passou a assumir posturas contraria aos trabalhadores e mais para a direita se moveram os petistas chegando a realizar, aqui no Estado de Santa Catarina, aliança com o governador Colombo do PSD.

Diante destas situações, o que os petistas de Blumenau podem fazer mais do que permanecerem calados? Com que moral política poderão os petistas falar de Fiedler, Robinho ou de outro que esteja constituindo aliança com o PT, seja em âmbito nacional ou estadual?

De nossa parte, registramos as nossas saudades dos tempos em que o Partido dos Trabalhadores bradava contra a corrupção, inicialmente nas praças e nas portas de fábricas, e depois nos gabinetes.

Nelson Garcia Santos, professor universitário.

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