quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Quais as “novidades” na eleição de 2012?

Foram poucas as novidades que a eleição de 2012 trouxe. A oposição de direita (DEM, PSDB, PPS, etc..) foi derrotada, e os partidos governistas (de modo especial o PT) se fortaleceram. Uma pequena fatia do eleitorado brasileiro começa a votar na oposição de esquerda. O PSOL foi o principal beneficiado por esta pequena fatia eleitoral, crescendo bastante em termos de participação no parlamento, e chegando a governar uma capital. Nós, do PSTU, tivemos algumas pequenas vitórias (2 vereadores) que nos orgulham muito, pois foram vitórias eleitorais de quem não participou do jogo sujo das eleições.

Em Blumenau talvez tenhamos que citar como novidade a ausência da candidata Ana Paula (PT) no segundo turno: algo a ser mais bem explicado com o tempo! Mas, de qualquer forma, a vitória do tucano Napoleão Bernardes deixa tudo tranqüilo para os empresários locais, da mesma forma que se Jean (PSD) ou Ana Paula tivessem ganhado, também a tranqüilidade seria o sentimento da burguesia.

Novidade mesmo, de verdade, foi apenas a presença de uma pequena candidatura a vereador: Giovani Zoboli! Sem pegar um centavo sequer de empreiteiros, industriais e comerciantes, esta candidatura dirigiu-se aos trabalhadores blumenauenses, de modo especial aos operários têxteis, aos funcionários dos correios e bancários em greve, e a juventude. Uma candidatura isolada das demais que se diferenciou pela defesa dos direitos dos homossexuais, da necessidade de organizar os trabalhadores de forma autônoma, da necessidade de mobilizações como saída para a realidade exploradora.


E isto já foi o suficiente para gerar a ira dos homofóbicos do poder constituído e dos patrões, que não se fizeram de rogados para tirarem do ar os poucos minutos de televisão a que o PSTU tinha direito. Está aí a prova cabal do que sempre dizemos: as eleições não são democráticas tanto quanto se fala! Que a violência seja tratada como algo corriqueiro nas novelas, isso não causa indignação a ninguém. Mas que um beijo gay seja mostrado no horário nobre, isso é escandaloso deve ser proibido pela moral vigente.

Os 268 votos na candidatura Giovani representam votos de quem não se deixa iludir pela falsa pregação de que as eleições resolverão os problemas dos trabalhadores, de que o voto é a saída “democrática”.

Novidade também foi a candidatura a prefeito lançada pelo PSOL em conjunto conosco. Desde muito tempo o PSOL falava em lançar o operário e líder sindical metalúrgico Hartmut Kraft para prefeito, chegando inclusive a dizer-nos que não abririam mão deste candidato. Uma vez que nós do PSTU aceitamos esta imposição, em nome de mantermos a unidade dos dois únicos partidos de esquerda de Blumenau, fomos surpreendidos com a mudança do nome do PSOL para Osni Wagner! Mais uma vez, resignados, aceitamos, pois o oposto seria a liquidação definitiva desta que seria a única possibilidade de termos uma candidatura em conjunto dos partidos socialistas locais.

Para nossa surpresa, uma das poucas novidades desta eleição em Blumenau se deu sob os nossos queixos: a candidatura Osni Wagner cumpriu um papel nefasto na conjuntura! Após várias “escorregadas” (reunião fechada com a ACIB, reiterados convites a Napoleão para ser secretário de governo, defesa de um programa burguês de desenvolvimento econômico e social, fatos estes que já seriam suficientes para que criticássemos a candidatura majoritária da Frente de Esquerda), ainda ficamos estupefatos com outras duas “pérolas”, quais sejam: a) A Candidatura Osni colocou-se de forma incondicional ao lado da homofobia no episódio da retirada do ar de nosso programa televisivo sobre as opressões; e b) Osni serviu de ajudante da candidatura petista e burguesa de Ana Paula nos dois últimos debates televisivos.

Ainda que sem a ajuda financeira da burguesia (o que merece um aparte elogioso), o fato é que a candidatura Osni Wagner para prefeito cumpriu em Blumenau a mesma trajetória e o mesmo papel de outras candidaturas majoritárias do PSOL na maioria das cidades brasileiras: o caminho da guinada á direita para o sucesso eleitoral! Em outras cidades, de modo especial em Belém e em Macapá, este partido não só sustentou suas candidaturas com dinheiro burguês, como também se aliou ao PT de Dilma e Lula, ao DEM, ao PTB de Collor, ao PMDB de Sarney e ao PSDB de FHC. Em Blumenau, não foi diferente! Lamentamos que tenha sido assim, lamentamos que não tenhamos tido forças para evitar que isto ocorresse sob os nossos olhares de espanto!

Para nós do PSTU, CONCLUIDO O TEATRO ELEITORAL, A VIDA (E, PORTANTO, A LUTA) CONTINUA! VENHA CONOSCO!


Blumenau, 15 de novembro de 2012

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Realmente estas duas vitorias do PSTU foram as grandes surpresas da eleição 2012, o crescimento do PSOL se da a ótima condução na majoritária como o Gelsimar Gonzaga em Itaocara e Clécio Luís em Macapá e Edimilson Rodrigues em Belém, mas nem tudo pode ser perfeito esse "escorregões" só não podem interferi no governo, mas isto só saberemos no próximo ato, mas gostaria de saber por que o PSTU insiste em não falar da ótima condução que Élson teve na sua candidatura para prefeito de Florianópolis chegando aos 14% e elegendo Afrânio vereador. Sobre o Hartmut Kraft, o PSTU sabe que problemas referente ao sindicato o impossibilitaram de concorrer a prefeitura.

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