quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mineradora anuncia demissão de 8.500 mineiros sul-africanos em greve

A companhia mineradora Gold Fields anunciou nesta terça-feira a demissão de 8.500 trabalhadores das minas sul-africanas em KDC East, nas proximidades de Johanesburgo, devido a uma greve ilegal iniciada há dez dias.

Segundo um anúncio da própria empresa, os trabalhadores ignoraram o ultimato lançado na sexta-feira passada para que voltassem ao trabalho hoje.

“Despedimos 8.500 trabalhadores nesta tarde porque não obedeceram ao ultimato que demos na sexta-feira passada”, disse o porta-voz da empresa, Sven Lunsche, à agência de notícias sul-africana “Sapa”.

No entanto, a companhia garantiu que os trabalhadores despedidos têm 24 horas para apresentar recurso para a demissão e esperam que a maioria deles o faça.

Lunsche afirmou, além disso, que não ocorreram incidentes violentos por causa das demissões, mas que a polícia e os responsáveis pela segurança das minas estão em alerta.

A Gold Fields afirmou, além disso, que um tribunal já declarou a greve como ilegal e ordenou que os trabalhadores voltassem a seus postos, e garantiu que fez uma campanha exaustiva para encorajar os mineiros em greve a obedecerem esta ordem.

Há três semanas, outra empresa mineradora, anunciou a demissão de 12 mil trabalhadores das minas de platina em Rustenburgo, que também tinham iniciado uma greve ilegal.

Mineiros de ambas as empresas realizaram um protesto similar ao dos trabalhadores da mina de Lonmin, ocorrido no dia 10 de agosto em Marikana e que resultou em um aumento salarial de 22%, após seis semanas de inatividade.

A sangrenta greve em Marikana, na qual morreram 46 pessoas, 34 delas por disparos da polícia, levou a uma onda de ações sindicais ilegais nas empresas mineradoras da África do Sul, que também se estenderam para o setor de transportes e para uma fábrica de montagem de carros.

O massacre policial de Marikana fez a África do Sul reviver os episódios mais violentos do apartheid, o regime de segregação racial imposto pela minoria branca sul-africana até 1994. O governo estabeleceu uma comissão judicial de investigação sobre os fatos.

Fonte: Agência EFE

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