Ato refletiu as principais mobilizações desse período, com a presença de diversas categorias em luta e da juventude.
A Convenção Nacional do PSTU lançou oficialmente, na manhã desse 14 de junho, a candidatura de José Maria de Almeida, o Zé Maria, à Presidência da República. O lançamento ocorreu através de um emocionante ato que reuniu algo em torno de 500 pessoas no auditório do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) na região da Ponte Pequena, Zona Norte da cidade.
O ato de lançamento reuniu diferentes gerações que reafirmaram a importância e a atualidade da luta contra o capital, a exploração e toda forma de opressão. Marcaram presença operários metalúrgicos, professores e representações de importantes categorias que protagonizaram fortes lutas no último período, como rodoviários do Rio e metroviários de São Paulo, inclusive vários dos demitidos pelo governo Alckmin devido à greve no início de junho.
Um operário para a Presidência
O então pré-candidato à presidência, Zé Maria, iniciou sua fala explicando a aparente contradição entre não acreditar nessas eleições marcadas e ao mesmo tempo participar dela. "Sabemos que as eleições nada mudam, pois são controladas pelas grandes empresas e multinacionais que financiam as candidaturas como a de Dilma, Aécio e Eduardo Campos", afirmou, relatando que os meios de comunicação, a fim de atender os interesses das grandes empresas, privilegiam esses mesmos candidatos. "Antes mesmo de 5 de outubro, já está definido quem pode e quem não pode ganhar a eleição", denuncia.
Apesar disso, Zé Maria ressaltou a importância de se disputar a consciência da classe, sobretudo a dos setores mais explorados. "Estamos vendo uma importante onda de greves e lutas, e as nossas reivindicações não vão vir por candidaturas e alternativas como o PSDB ou esse governo", disse. "Cada voto que conseguirmos arrancar do PT, do PSDB ou do PSB será um passo para o fortalecimento de um projeto e uma alternativa socialista" defendeu Zé. As candidaturas Zé Maria e Cláudia Durans pretendem ser, assim, a expressão das Jornadas de Junho e as greves e lutas que tomaram o país no último período.
Zé Maria relatou um pouco do momento da formação do PT, do qual foi um dos fundadores. "Naquele momento, os operários se perguntavam porque lutavam todos os dias contra os patrões e nas eleições votavam neles e aí se questionaram: 'Por que nós, que produzimos as riquezas não governamos e acabamos com a mamata das grandes empresas, bancos e multinacionais?'". O PT, no entanto, se desviou desse caminho e, uma vez no governo, atendeu aos interesses dos mesmos de sempre.
O pré-candidato do PSTU se lembrou de uma entrevista de Lula em que o ex-presidente dizia que não daria para ganhar as eleições sendo "como o PSTU", ou seja, mantendo a independência de classe, sem receber dinheiro das grandes empresas. "Nós somos mais ambiciosos que Lula, que trocou tudo o que ele significava por um cargo de presidente da República; nós não queremos isso, queremos muito mais, nós queremos mudar o país, mudar o mundo", disse, sendo muito aplaudido.
Cláudia Durans: mulher, negra e socialista
Para a candidatura à vice-presidência o PSTU apresentou o nome da professora e assistente social Cláudia Durans. Mulher, negra e nordestina, Cláudia traz a centralidade da luta contra as opressões na campanha do partido. "Somos o partido que busca trazer a síntese da luta histórica da classe operária, mas também dos negros, mulheres e homossexuais", discursou, ressaltando que "a luta contra a exploração não está dissociada da luta contra o racismo, o machismo e a homofobia".
"Nosso partido sabe que o proletariado tem cor, sexo e orientação sexual", disse. Cláudia lembrou um dos temas que deve nortear a sua campanha: a brutal violência policial que vitima milhares de jovens e negros nas periferias. "Os números de jovens assassinatos são superiores ao de mortos de um país em guerra civil", denunciou. Ela lembrou ainda que, quanta maior a tensão social, mais os conflitos raciais aparecem.
A esquerda tem uma opção de luta
A votação dos candidatos do partido foi dirigida pelo operário da construção civil e vereador de Belém (PA), Cleber Rabelo, e por Vera Lúcia, também operária e presidente do PSTU em Sergipe. Os nomes de Zé Maria e Cláudia Durans foram aclamados pelos presentes, que votaram por unanimidade pela indicação dessa alternativa socialista para as próximas eleições.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, marcou presença no ato de lançamento para apoiar o nome de Zé Maria. Altino falou da importância da luta pelos transportes, estopim para as Jornadas de Junho que abriram uma nova situação política em nosso país.
“Não tem contradição nenhuma entre os trabalhadores dos transportes e os usuários porque, para se ter transporte de qualidade tem que ser estatal”, afirmou. “Agora, não pode ser estatal e estar nas mãos do PSDB, porque aí vai servir para beneficiar as multinacionais como a Alstom ou a Bombardier”, explicou.
Altino criticou os bilhões gastos com estádios para a Copa, enquanto os hospitais e escolas estão caindo aos pedaços e os transportes precarizados e entregues às grandes concessionárias privadas. “Tivemos agora a abertura da Copa, eu queria ver era um grande show de inauguração de um hospital público, com música, artista, para dizer ‘aqui tem hospital para o povo’, disse.
Ao final, Altino chamou ao palco a delegação de metroviários, muito deles demitidos a mando do governador Geraldo Alckmin, que foi recebida pelo plenário com gritos de “metroviário é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.
Logo após a convenção e o ato de lançamento das candidaturas do PSTU teve início o seminário de programa do partido, que discutirá o projeto de país a ser defendido nessas eleições.
Zé Maria: Uma alternativa de esquerda nessas eleições |
O ato de lançamento reuniu diferentes gerações que reafirmaram a importância e a atualidade da luta contra o capital, a exploração e toda forma de opressão. Marcaram presença operários metalúrgicos, professores e representações de importantes categorias que protagonizaram fortes lutas no último período, como rodoviários do Rio e metroviários de São Paulo, inclusive vários dos demitidos pelo governo Alckmin devido à greve no início de junho.
Um operário para a Presidência
O então pré-candidato à presidência, Zé Maria, iniciou sua fala explicando a aparente contradição entre não acreditar nessas eleições marcadas e ao mesmo tempo participar dela. "Sabemos que as eleições nada mudam, pois são controladas pelas grandes empresas e multinacionais que financiam as candidaturas como a de Dilma, Aécio e Eduardo Campos", afirmou, relatando que os meios de comunicação, a fim de atender os interesses das grandes empresas, privilegiam esses mesmos candidatos. "Antes mesmo de 5 de outubro, já está definido quem pode e quem não pode ganhar a eleição", denuncia.
Apesar disso, Zé Maria ressaltou a importância de se disputar a consciência da classe, sobretudo a dos setores mais explorados. "Estamos vendo uma importante onda de greves e lutas, e as nossas reivindicações não vão vir por candidaturas e alternativas como o PSDB ou esse governo", disse. "Cada voto que conseguirmos arrancar do PT, do PSDB ou do PSB será um passo para o fortalecimento de um projeto e uma alternativa socialista" defendeu Zé. As candidaturas Zé Maria e Cláudia Durans pretendem ser, assim, a expressão das Jornadas de Junho e as greves e lutas que tomaram o país no último período.
Zé Maria relatou um pouco do momento da formação do PT, do qual foi um dos fundadores. "Naquele momento, os operários se perguntavam porque lutavam todos os dias contra os patrões e nas eleições votavam neles e aí se questionaram: 'Por que nós, que produzimos as riquezas não governamos e acabamos com a mamata das grandes empresas, bancos e multinacionais?'". O PT, no entanto, se desviou desse caminho e, uma vez no governo, atendeu aos interesses dos mesmos de sempre.
O pré-candidato do PSTU se lembrou de uma entrevista de Lula em que o ex-presidente dizia que não daria para ganhar as eleições sendo "como o PSTU", ou seja, mantendo a independência de classe, sem receber dinheiro das grandes empresas. "Nós somos mais ambiciosos que Lula, que trocou tudo o que ele significava por um cargo de presidente da República; nós não queremos isso, queremos muito mais, nós queremos mudar o país, mudar o mundo", disse, sendo muito aplaudido.
Cláudia Durans: mulher, negra e socialista
Para a candidatura à vice-presidência o PSTU apresentou o nome da professora e assistente social Cláudia Durans. Mulher, negra e nordestina, Cláudia traz a centralidade da luta contra as opressões na campanha do partido. "Somos o partido que busca trazer a síntese da luta histórica da classe operária, mas também dos negros, mulheres e homossexuais", discursou, ressaltando que "a luta contra a exploração não está dissociada da luta contra o racismo, o machismo e a homofobia".
"Nosso partido sabe que o proletariado tem cor, sexo e orientação sexual", disse. Cláudia lembrou um dos temas que deve nortear a sua campanha: a brutal violência policial que vitima milhares de jovens e negros nas periferias. "Os números de jovens assassinatos são superiores ao de mortos de um país em guerra civil", denunciou. Ela lembrou ainda que, quanta maior a tensão social, mais os conflitos raciais aparecem.
A esquerda tem uma opção de luta
A votação dos candidatos do partido foi dirigida pelo operário da construção civil e vereador de Belém (PA), Cleber Rabelo, e por Vera Lúcia, também operária e presidente do PSTU em Sergipe. Os nomes de Zé Maria e Cláudia Durans foram aclamados pelos presentes, que votaram por unanimidade pela indicação dessa alternativa socialista para as próximas eleições.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, marcou presença no ato de lançamento para apoiar o nome de Zé Maria. Altino falou da importância da luta pelos transportes, estopim para as Jornadas de Junho que abriram uma nova situação política em nosso país.
“Não tem contradição nenhuma entre os trabalhadores dos transportes e os usuários porque, para se ter transporte de qualidade tem que ser estatal”, afirmou. “Agora, não pode ser estatal e estar nas mãos do PSDB, porque aí vai servir para beneficiar as multinacionais como a Alstom ou a Bombardier”, explicou.
Altino criticou os bilhões gastos com estádios para a Copa, enquanto os hospitais e escolas estão caindo aos pedaços e os transportes precarizados e entregues às grandes concessionárias privadas. “Tivemos agora a abertura da Copa, eu queria ver era um grande show de inauguração de um hospital público, com música, artista, para dizer ‘aqui tem hospital para o povo’, disse.
Ao final, Altino chamou ao palco a delegação de metroviários, muito deles demitidos a mando do governador Geraldo Alckmin, que foi recebida pelo plenário com gritos de “metroviário é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”.
Logo após a convenção e o ato de lançamento das candidaturas do PSTU teve início o seminário de programa do partido, que discutirá o projeto de país a ser defendido nessas eleições.
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