terça-feira, 2 de abril de 2019

Falência da RR Donnelley

Hoje dia 1 de abril os funcionários da empresas RR Donnelley acharam que foram vitimas de uma pegadinha, mas infelizmente não foi brincadeira. A gráfica multinacional responsável por imprimir as provas do ENEN desde de 2009, abriu falência.

Sem qualquer aviso funcionários chegaram hoje para trabalhar e encontraram apenas uma nota da empresa e portões fechados. Além disso, foram impedidos de entrar até para retirar seus pertences do local, isso ocorreu em nossa cidade no bairro da Itoupava Central.

Em sua nota a empresa diz que “perdeu um de seus principais clientes e registrou uma drástica redução no volume de trabalho contratado”, mas se olharmos no portal de transparência vemos que entre diversos contratos de poucos milhões achamos 1 que tem o valor de R$ 413 milhões.

A nota prossegue dizendo que “avaliará a possibilidade de rescindir todos os contratos de trabalho já nos próximos dias”. Depois de 25 anos aqui tendo contratos milionários com governo a empresa vai embora se valendo das recentes mudanças na CLT feitas nos governos de Temer e Dilma.

Para garantir o emprego e renda dos operários a RR Donnelley deve ser estatizada. Não apenas essa gráfica, mas também outras como é caso da FORD que ameaça deixar o Brasil por redução em suas vendas.

Temos que combater o presidente Jair Bolsonaro que afirma as leis trabalhistas deve beirar a informalidade, assim como todas as suas políticas de retirada de direitos dos trabalhadores.

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Fora Colombo, Pinho Moreira e essa Alesc! Fora Temer e esse Congresso Nacional! Fora Todos Eles!

O governador Raimundo Colombo (PSD) está mais uma vez na lista da corrupção. Primeiro apareceu em planilhas de pagamento de propinas da Odebrecht e foi delatado por executivos desta empresa de ter pedido entre 2010 e 2015 propinas que totalizaram R$ 17,1 milhões. Nos novos escândalos envolvendo as delações da JBS, gigante do setor alimentício, novamente é acusado de pedir propina no valor de R$ 10 milhões para a campanha eleitoral de 2014.

O Governo Colombo é igual até na Corrupção
Os milhões em propinas irrigaram as campanhas eleitorais da chapa de Raimundo Colombo/PSD e de Pinho Moreira/PMDB, em 2010 e 2014 ao governo do estado, e de aliados políticos seus, como a campanha do ex-prefeito de Florianópolis César Souza Jr, em 2012, e do deputado estadual Gelson Merísio, em 2014. César Jr é o atual secretário de assuntos estratégicos do governo estadual e Gelson Merísio foi presidente por duas vezes da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC) durante o governo Colombo e é o atual presidente estadual do partido do governador.

Em troca das propinas, Colombo prometeu privatizar a Casan pelo menos três vezes. Primeiro para a Odebrecht, a partir das propinas dadas em 2010 e 2012. Posteriormente, em 2014, o governador novamente ofereceu a Casan em troca de propinas, segundo seus delatores. Dessa vez, a empresa estadual catarinense de saneamento foi ofertada para duas empresas: tanto foi oferecida para a Odebrecht pela segunda vez, como agora também para a JBS, que teria interesse em começar a operar no ramo do saneamento básico. Mais uma vez não entregou o prometido.

Todas essas delações mostram o quanto não existe qualquer impedimento moral nas ações dos políticos e de grandes empresários. Da mesma forma que se organizam como verdadeiras quadrilhas para assaltar cofres públicos, destruir direitos da classe trabalhadora e rifar o patrimônio público, também se organizam para passar a perna uns nos outros. Vale tudo!

Caiu agora de uma vez por todas a máscara do governo Colombo e de todo seu discurso mentiroso em defesa da moral e da democracia em meio à crise política nacional que chegou de vez em Santa Catarina. O governo Colombo também é parte do mar de lama da corrupção.

Uma Democracia a Serviço dos Ricos e dos Corruptos
Essas delações também demonstram o quanto o regime político que vivemos hoje no país não tem nada de democrático. O povo vota, mas quem guia as ações dos políticos é a propina paga pelos grandes empresários.

Os escândalos envolvem os políticos de grandes partidos, como o PMDB, PSDB, PSD e PT, além de figurões da política nacional, como o atual presidente da República Michel Temer/PMDB, os ex-presidentes da República Dilma e Lula do PT e FHC do PSDB, o senador Aécio Neves/PSDB, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin/PSDB e os presidentes das duas casas legislativas do Congresso Nacional, Rodrigo Maia/DEM na câmara dos deputados e Eunício de Oliveira/PMDB no senado. Inclusive o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) recebeu R$ 200 mil em propina na campanha de 2014. Em Santa Catarina políticos importantes também aparecem na lista das delações de recebimento de propinas.

O senador catarinense pelo PSDB, Dalírio Beber, é acusado de negociar propinas com a Odebrechet em 2012 para o então candidato e atual prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, também do PSDB. A Odebrecht comprou também seus principais concorrentes. Décio Lima, deputado federal pelo PT, negociou propina para Ana Paula Lima (PT), deputada estadual e candidata em 2012 à prefeitura da cidade. Jean Khulmann, deputado estadual pelo PSD e candidato à prefeitura, também recebeu propina neste ano. Cada um recebeu por meio de caixa 2 da Odebrecht R$ 500 mil reais. A contrapartida seria manter a concessão e os interesses da Odebrecht, que controla o serviço de saneamento de Blumenau. Ideli Salvati do PT também foi delatada de ter recebido da Odebrecht R$ 300 mil em 2010 na campanha para o governo do estado, a pedido de Carlito Merss (PT), que na época era prefeito de Joinville.

Os outros 2 senadores catarinenses, Paulo Bauer, líder do PSDB no senado, e Dário Berger, do PMDB, também foram citados nas delações da JBS por terem recebido propinas. Dário teria recebido R$ 1 milhão da cota de Renan Calheiros (PMDB-AL) junto a JBS em 2014. Também Bauer recebeu propinas da gigante do setor alimentício. Seu recebimento foi de R$ 100 mil nas eleições ao senado de 2010 e mais R$ 400 mil nas eleições ao governo do estado de 2014 da cota do senador José Serra (PSDB-SP). Os dois receberam propinas em troca de apoios políticos.

Nenhuma Confiança no Judiciário
Não podemos confiar que o judiciário vai livrar o país da corrupção. Este vem sendo no mínimo muito complacente com os corruptos e corruptores. O STF libertou recentemente José Dirceu, Eike Batista e outros corruptos e corruptores. O juiz Sérgio Moro livrou da cadeia a cúmplice de Cunha na corrupção, a jornalista Claudia Cruz.

A maioria dos acusados com provas irrefutáveis seguem soltos, incluindo os grandes empresários que vivem de corromper agentes públicos para se beneficiarem. Os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, por exemplo, pagaram apenas uma multa e ganharam o direito de ir morar em Nova Iorque.

Neste momento, o acusado de ser o principal interlocutor dos interesses de Colombo para a negociação de propinas, Antonio Gavazzoni, está solto. Gavazzoni foi até alguns dias atrás um dos principais secretários de governo e braço direito do governador. Ele também é advogado. Recentemente pediu exoneração do cargo no governo para sair dos holofotes e poder organizar a defesa do governador e dos seus aliados.

Não Podemos Pagar a Conta da Corrupção e da Crise Econômica
A conta da corrupção e da atual crise econômica criada pelos ricos e corruptos sempre acaba sobrando para os trabalhadores pagarem com desemprego, arrocho salarial, precariedade dos serviços públicos, reformas que atacam os direitos trabalhistas e de aposentadoria, aumentos das desigualdades sociais e da violência e etc. A corrupção e os planos econômicos que jogam a conta da crise nas costas dos trabalhadores andam lado a lado nessa democracia a serviço dos ricos e dos corruptos.

Apenas no ano passado o governo corrupto de Colombo destinou R$ 5,46 bilhões de isenções fiscais que privilegiaram centralmente grandes empresas em Santa Catarina – as mesmas que demitiram milhares de trabalhadores quando a crise apertou. Atacou o conjunto da população fechando escolas públicas, deixando de investir o mínimo constitucional em educação e utilizou-se do seu principal programa de governo, o “Pacto por Santa Catarina”, para privatizar e terceirizar serviços de saúde pública e enriquecer ainda mais as entidades privadas que operam no setor, em detrimento da universalização do SUS e da melhoria de sua qualidade.

O corrupto governo Colombo também atacou os servidores públicos, impondo uma reforma da previdência que aumentará a alíquota de contribuição de 11% para 14% e criou uma previdência complementar (SCPrev), acabando com o direito de aposentadoria integral. Retirou conquistas do plano de carreira do magistério e ameaçou de privatização a Casan e a Celesc. Agora renegociou as extorsivas dívidas públicas para continuar a pagá-las por mais 20 anos, o que só vai continuar a enriquecer banqueiros e deixar as mínguas a educação, a saúde e a segurança pública.

Devemos Confiar Somente na Nossa Mobilização
Por tudo isso podemos dizer, sem exageros, que não existe capitalismo sem corrupção. Ela faz parte do sistema. Ajuda os empresários a ficarem mais ricos e os políticos também. Ajuda a uni-los quando o assunto é atacar a classe trabalhadora e seus direitos.

Diante dos escândalos de corrupção que envolvem o governador e outros políticos catarinenses, vem sendo defendido pela CUT e pelo PT, e também pela Intersindical/Central e pelo PSOL, apenas a abertura de processo de impeachment contra Raimundo Colombo. O PSTU acredita que isso não é a solução. Além da ALESC continuar barrando todos os processos de impeachment, caso algum deles vá para frente, quem vai assumir no lugar de Colombo é o não menos corrupto vice-governador, Pinho Moreira, do PMDB, ou outro corrupto indicado pela ALESC. Num processo de impeachment quem julga e quem toma as decisões é a Alesc. Nossa classe nunca será contemplada.

Os trabalhadores e as trabalhadoras com as mobilizações do último 08 e 15 de março, com a greve geral do dia 28 de abril e com a marcha à Brasília em 24 de maio demonstraram que podem reivindicar muito mais. É preciso defender fora Colombo, Pinho Moreira e essa Alesc! Fora Temer e esse Congresso Nacional! Fora todos eles!

Diante da corrupção e da crise o PSTU defende:

- Fora Colombo, Pinho Moreira, essa Alesc, Temer e esse Congresso Nacional. Fora todos eles. Greve geral de 48 horas.

- Não as reformas da Previdência e Trabalhista e as privatizações e terceirizações.

- Revogar as medidas que retiram direitos dos trabalhadores ou que atacaram serviços e empresas públicas, a nível nacional e local.

- Prisão de todos os corruptos e corruptores e o confisco de seus bens.

- Fim dos privilégios dos políticos, através de mandatos revogáveis e de salário igual ao de um professor.

- Estatização sob controle dos trabalhadores das grandes empresas envolvidas em corrupção, a exemplo das empreiteiras e da JBS.

- Fim do sigilo fiscal, telefônico e bancário de políticos e empresários envolvidos em corrupção.

- Precisamos de um plano econômico para que os ricos paguem pela crise, a começar, pelo fim das desonerações fiscais aos grandes empresários e dos pagamentos das dívidas públicas aos banqueiros. Destinação desses recursos para as áreas sociais e a geração de empregos através de um plano de obras públicas.

- O Brasil e Santa Catarina precisam de uma revolução socialista! Por um governo operário e do povo pobre, formado por conselhos populares eleitos nos locais de moradia e de trabalho com mandatos revogáveis a qualquer momento.


PSTU – Santa Catarina

quinta-feira, 16 de março de 2017

15M – Dia Nacional de Greves contra a reforma da previdência e trabalhista


Por todo o país, trabalhadores de diversas categorias paralisaram as atividades em protesto contra as reformas da previdência e trabalhista, que o governo Temer está tentando impor e que são um profundo ataque aos nossos direitos. Aqui em Blumenau houve paralisações dos Correios, das empresas de ônibus, agências da Celesc, servidores municipais e professores da rede estadual.


As reformas são o aprofundamento de um mesmo programa aplicado pelos governos do PT: jogar a crise nas costas dos trabalhadores para manter e ampliar os lucros de banqueiros e grandes empresas. Querem nos fazer trabalhar mais recebendo menos para que lucrem cada vez mais. Não é atoa que PT, PMDB, PSDB e tantos outros são financiados pelas mesmas empresas!!

Os trabalhadores estiveram nas ruas porque não aceitam trabalhar até morrer, mostrando a disposição de luta da classe. Também mostrou que é possível construir uma greve geral que pare o país e derrote os ataques dos governos e patrões! É preciso fazer uma campanha forte nas bases, unificar as lutas, cobrando dos sindicatos, centrais e movimentos que realizem uma Greve Geral. Podemos derrubar essas reformas, mas para isso precisamos parar tudo!!








quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Oktober sem machismo

Fonte: Santa
Hoje a cidade está comemorando a 33ª Oktoberfest, onde o município abre as portas para o resto do Brasil e do mundo como sendo um pedacinho da Alemanha. Mas aqui é Blumenau e as mulheres que sofrem com o chicote machista não tem do que comemorar.

São comuns os casos de assédio que as mulheres sofrem dentro e fora da Vila Germânica. Os casos de estupros e homicídios que não aparecem na mídia, ficam ecoando nas histórias dos que vivem aqui. Qualquer mulher que vai à festa está sujeita a cantadas vulgares e ter suas partes apalpadas por jovens rapazes. É comum os homens competirem entre si no objetivo de agarrar mais garotas, naturalizando a cultura do estupro, enraizada desde a escravidão e abusos sofridos pelas mulheres negras, que hoje busca culpar a mulher e não o estuprador.


A propagada publicitária da Schin (de 2015) que foi proibida de passar na televisão mostra bem o caráter que a festa tomou e o público alvo que tenta atrair, onde as mulheres são o principal atrativo da festa servindo aos desejos dos homens brancos que são os consumidores principais.

Um coletivo de mulheres chamado Casa da Mãe Joana merece nossos elogios, em meio ao conservadorismo tradicional do "vale europeu" surge uma voz feminina firme dizendo basta de machismo, não vamos aceitar isso! As suas ativistas dedicadas, através de colagem de cartazes e protestos, conseguiram furar o bloqueio da mídia e chamar a atenção para o problema.

Mas temos alguns pontos de vistas diferentes sobre a saída para o problema, a questão do empoderamento da mulher, que muitas apresentam como alternativa, não ataca o machismo de fundo. Um exemplo bem claro é o que se passa na Europa com o drama dos refugiados da África e Oriente Médio que são barrados e abandonados pela União Européia comandada por Angela Merkel, chanceler da Alemanha.

Pois, no capitalismo, a ideologia machista tem uma base material que é a super exploração das mulheres nas duplas e triplas jornadas de trabalho. Isso beneficia os patrões que vêem suas remeças de lucro aumentarem cada vez mais. Por exemplo, com o trabalho doméstico, que na prática, é um trabalho não pago, a mulher cuida de toda a manutenção da força de trabalho e garante a produção da prole que será a futura geração de trabalhadores. Enquanto a mulher burguesa não sente o machismo da mesma forma, pois desfruta de muitas facilidades proporcionadas pelo luxo e riqueza. Não basta ser mulher, tem que defender os interesses das trabalhadoras.

Nossas diferenças seguem na questão do governo. Os escândalos de corrupção que inundam o noticiário mostram que o PT se igualou aos partidos da direita tradicional, sendo financiado pelos grandes banqueiros e empresários e governando para os grandes capitalistas nacionais e norte-americanos. Por isso, a Lei Maria da Penha, que foi criada a dez anos e é considerada uma das melhores legislações do mundo, mas por falta de investimentos, pouco tem servido para diminuir a violência doméstica contra as mulheres. Em 2015, o Brasil, governado por uma mulher, se tornou o 5º país do mundo onde mais mulheres são assassinadas, muito mais que na Síria que está em guerra há anos!

A instabilidade econômica que vivemos, fruto da crise e da decadência capitalista potencializa ainda mais os riscos, pois a falta de investimento em programas de apoio e o aumento do desemprego acentuam a vulnerabilidade, enquanto que o endividamento das famílias, as perdas de direitos, a ameaça de desemprego, etc., pressionam as relações familiares aumentando a insegurança das mulheres. Não podemos esquecer que não é só na rua que elas se tornam vítimas de violência sexual. A maior parte dos casos de estupros ocorrem dentro de casa ou ambientes fechados e por conhecidos, justamente onde se supõe que as mulheres deveriam estar protegidas.


A luta contra o machismo, contra a cultura do estupro e a violência contra as mulheres é parte da luta de toda a classe trabalhadora, homens e mulheres, contra os patrões e seus governos que atacam nossos direitos. Só uma saída socialista que coloque um fim à exploração e à opressão pode libertar a humanidade de tantas dores e sofrimento.

As mulheres precisam continuar nas ruas para serem ouvidas: a culpa do estupro é do estuprador, não é da vítima. A culpa do estupro não é de quem denuncia!

- Oktober sem machismo!
- Basta da cultura do estupro! Nenhuma mulher merece ser estuprada!
- Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha!
- 1% do PIB para as políticas de combate à violência as mulheres!
- Fora Temer, Fora Todos que atacam as mulheres!

LEIA MAIS: Dilma não caiu pelo machismo, mas porque traiu as mulheres trabalhadoras

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

PSTU CHAMA VOTO NULO EM BLUMEMAU: FORA TEMER, FORA TODOS ELES!!

Mais uma eleição está aí e o que vemos é o mesmo de sempre: candidatos sorridentes, esbanjando apertos de mão e tapinhas nas costas, disparando mil promessas e querendo aparecer como uma alternativa de mudança, um novo caminho, um novo jeito de governar, mas que não rompem com os interesses dos ricos e poderosos. Esse é o velho clichê. Depois de passadas as eleições, os candidatos somem do meio do povo e se escondem em seus escritórios, que são, na prática, verdadeiros balcões de negócios.

Durante a campanha, é muito comum ouvir dos candidatos reformistas o discurso de "Governar para todos". Chegam a propor o plano "Blumenau de todos nós" (PCdoB e PSOL), com a mais ampla sinergia entre empresários e trabalhadores. Isto é a síntese da farsa de que é possível conciliar os interesses de classes antagônicas, já que a maioria da população sempre foi o povo pobre e trabalhador e, mesmo votando, a condição de vida continua difícil.


Aqui em nossa cidade temos um exemplo bem claro: na última eleição*, a Cia Hering financiou três dos quatro candidatos - Napoleão (PSDB), Jean (PSD), Ana Paula (PT). Essa inocente ideia de conciliar interesses opostos, transformou o Partido dos Trabalhadores - que antes era operário e, hoje, é dos patrões - em um partido igual e sujo como os da direita tradicional.

A cara de pau destes candidatos é tão escancarada, que o governador Colombo (do PSD de Jean Kuhlmann), que pediu voto para Dilma na última eleição (mas, agora, apoia Temer), tem em sua coligação, entre outros, o PDT (de Ivan Naatz) e o PCdoB (de Arnaldo Zimmermann). O próprio Ivan Naatz (PDT) foi líder do governo Napoleão (PSDB) nos primeiros meses de mandato.

A "salada" de coligações, que só servem para aumentar o tempo de televisão e ganhar mais votos, fez partidos como o PMDB - que estava aliado ao candidato Jean Kuhlmann em 2012 e com Dilma em 2014 - estar de mãos dadas com Napoleão este ano.


Como podemos observar, quando os interesses do patrões estão em jogo, estes candidatos estão sempre juntinhos. Isso porque os patrões têm eles no bolso. E o cenário é exatamente igual a nível nacional: Dilma (PT) e Temer (PMDB), unidos até dezembro de 2015, quando se iniciou o processo de impeachment. Dilma não foi retirada da presidência por sua “má” administração do estado burguês brasileiro, mas pelo simples fato que, depois de atacar direitos trabalhistas, como o Seguro Desemprego e o PIS, e anunciar nova reforma na Previdência (semelhante a que Temer quer fazer), perdeu sua capacidade de enganar e manipular trabalhadores e movimentos sociais e, junto com isso, perdeu também seus fieis aliados dentro de nosso corrupto Congresso. Tanto que estes mesmos aliados a retiraram do cargo, para que Temer aplique os "ajustes", custe o que custar.

Em meio à crise política e econômica que se aprofundou pelas ações do próprio partido, o PT posa de vítima, argumentado que sofreu um “golpe”. A tese do golpe, porém, não se sustenta. Até o PT sabe que não houve golpe. Basta observarmos as coligações do próprio PT com os “golpistas” PMDB, PSDB e DEM em mais de 1600 cidades país afora. Mas, então, para que serve essa tese de golpe?


Apenas para tentar esconder os erros do PT e passar a imagem de um governo popular, que criou o Bolsa Família e tirou tanta gente da miséria, sendo perseguido por ser bom demais. Não nos enganemos: Temer vai continuar o que Dilma não terminou. O único golpe que existe é contra o trabalhador desempregado, desvalorizado, explorado e oprimido.

Existe uma grande confusão na mente dos trabalhadores, provocada pela cúpula do PT, de que lutar pelo “Fora Temer!” significa “Volta Dilma!” ou "Volta Lula!". Isto também não faz parte de nossa política. Dilma, assim como Eduardo Cunha, já foi tarde demais! A ruptura da classe trabalhadora representa o fim de uma experiência trágica de alianças petistas com a burguesia e sua superação abre espaço para que novas mobilizações massivas aconteçam, abreviando definitivamente qualquer ação contra nossos direitos. Por esta razão, defendemos que os trabalhadores promovam uma greve geral pelo "Fora Temer! Fora todos eles!"

Frente a toda essa situação, o PSTU defende eleições que tenham regras realmente democráticas, sem financiamentos burgueses, sem a participação de “fichas-sujas”, para construirmos uma alternativa socialista, baseada em conselhos populares, de mandatos revogáveis e prestações de contas sem “jeitinho brasileiro”! E, para além das questões eleitorais, nosso programa defende atenção especial aos setores mais oprimidos de nossa classe: mulheres, negros e LGBTs precisam ser tratados com dignidade e respeito, além de igualdade salarial. Para mais informações, acesse: http://programa.pstu.org.br/



Entendemos que as eleições não são capazes de mudar a vida da classe trabalhadora e, por este motivo, não usamos como caminho principal, mas como tática para denunciar as insanidades cometidas por este sistema falido, opressor e desigual. Vemos no processo eleitoral um jogo de cartas marcadas, completamente antidemocrático, que não garante a participação de todos os candidatos nos debates e divide o tempo de televisão de modo díspar.

É urgente a necessidade de uma alternativa classista para os operários. Diante das velhas coligações de direita e o projeto reformista petista, uma alternativa de esquerda revolucionária é a única saída para a classe trabalhadora. Precisamos organizar os operários em seus locais de trabalho, sindicatos, escolas e bairros, nos libertando de fato das mazelas do capitalismo. Em Blumenau optamos por não lançar candidaturas. Tampouco convocaremos os trabalhadores a votar de “maneira crítica” em algum dos cinco candidatos apresentados, por entendermos que nenhum deles assumiu compromissos concretos com os trabalhadores. Chega de falsas promessas, chega de exploração e opressão!

Esclarecemos que, votar nulo não é se abster, se omitir ou “ficar em cima do muro”, como pensam alguns; muito pelo contrário: acreditamos que temos o direito de escolha, que vai muito além desse processo, temos o legítimo direito de decidirmos, a partir de um critério de classe, política e ideologicamente fundamentado, de não sermos coniventes com os que apenas se aliam por oportunismo ou se dividem para dominar e se perpetuar no poder. Somos trabalhadores/as e não somos ingênuos, sabemos de que lado estão nossas bandeiras e, com certeza, estas não estão presentes em nenhum dos projetos apresentados.

Por isso, acreditamos que votar nulo, nesse momento, é dar um basta a essa lógica retrógrada e à politicagem que está por todos os lados; é, acima de tudo, afirmar que temos alternativa: a de dizer NÃO a quem não nos representa e permanecer na luta diária por uma sociedade justa, apostando num projeto de classe que comece por lutar POR UMA CIDADE PARA OS TRABALHADORES. Por isso, reafirmamos com convicção, nestas eleições municipais: Trabalhador, no dia 02 de outubro, VOTE NULO!


*O TSE ainda não divulgou dados desta eleição.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Construir a Greve Geral para Defender Salários, Direitos e Conquistas!

Construir a Greve Geral para Defender Salários, Direitos e Conquistas!
Basta de Colombo, Dilma, Cunha e Aécio!

Seguindo o cenário nacional e internacional a crise econômica se instalou em nosso estado. A previsão do governo estadual é de que neste ano a economia catarinense caia 0,75% e o orçamento do estado não vem conseguindo crescer mais do que a inflação. Junto da queda da atividade econômica temos o aumento do desemprego no estado com 36.952 postos de trabalho a menos até setembro deste ano. A inflação está alta e corrói os salários com a disparada dos preços das tarifas públicas, dos alimentos e dos combustíveis. O governo Raimundo Colombo (PSD) e seus deputados picaretas já sabem em quem jogar os custos dessa crise: nas costas dos trabalhadores e do serviço público.

Não podemos pagar pela crise
Diante das demissões nas empresas privadas, Colombo não toma nenhuma atitude para evitar que esses que lucraram bilhões nos últimos anos, inclusive com a ajuda de dinheiro público, parem de demitir trabalhadores que nada tem a ver com a crise. Neste ano a renúncia fiscal do governo (aquilo que ele deixa de arrecadar dos patrões) será de R$ 5,5 bilhões. Além disso, Colombo tem programado este ano para pagar outros 1,760 bi das dívidas públicas que só beneficiam os banqueiros.

O serviço público do estado também está na mira do governador, em especial a saúde, educação e segurança pública. Colombo quer aprovar uma série de medidas de ajuste para os trabalhadores estaduais para poder economizar mais dinheiro público e dar de presente aos bancos e grandes empresas. Na previdência, quer ampliar a contribuição dos servidores estaduais de 11% para 14%, argumentando que ela tem um grande “rombo”. Na verdade, o governo esconde que o verdadeiro rombo nas contas públicas é causado pelas desonerações fiscais e dívida interna e externa. Enquanto o governo alega para este ano um rombo da previdência de R$ 3,10 bi o rombo causado pelas desonerações e dívidas públicas que só beneficiam ricos e poderosos chegará a R$ 7,26 bi.

Além disso, contra a previdência pública, já aprovou o SC-PREV, um fundo de pensão para os novos servidores públicos concursados, criando um teto de aposentadoria e destinando os recursos das contribuições que excederam esse teto para o cassino do mercado financeiro.

Contra a educação pública, Colombo quer aprovar o Novo Plano de Carreira dos professores, que ataca direitos históricos e deixa a educação estadual em condições ainda piores do que já estão. Além de não abrir concurso para professor, a proposta transforma os temporários em horistas, sem acesso aos mínimos direitos trabalhistas. Para os efetivos, a regência de classe será incorporada e os reajustes previstos serão amarrados até 2018, não chegando sequer à inflação prevista. O que vai significar o fim da lei do piso nacional com o Colombo não pagando os 13,01% já devidos de reajuste na carreira e nem os próximos reajustes previstos.

Em um estado que é destaque negativo nos índices de violência à mulher, o Plano Estadual de Educação já foi aprovado na Assembleia Legislativa sem qualquer menção a gênero e diversidade nas escolas, perpetuando uma educação sem combate as opressões machista e LGBTfóbicas, e este plano fortaleceu a expansão do ensino privado em detrimento do público.

Na saúde pública, Colombo tentou ampliar as terceirizações/privatizações com o edital nº 3573/2015, que previa um contrato de mais de R$ 200 milhões para a terceirização de serviços de logística, almoxarifado, distribuição de medicamentos e Assistência Farmacêutica de hospitais públicos. Teve que recuar devido a irregularidades no edital. No entanto, os cortes de seu governo vem atingindo em cheio a saúde pública com a diminuição de exames, não pagamento de empresas prestadoras de serviços e até a falta de fornecimento de água como já ocorreu no Hospital Celso Ramos, conforme denúncia do sindicato da categoria.

Na segurança pública, Colombo aumentou a jornada de trabalho dos policiais militares para 80 horas mensais a mais do que as 40 semanais, sem aumentar o salário, ao invés de realizar concurso ou chamar os que já foram aprovados. Tanto os policiais quanto os bombeiros militares que estão em férias ou licença, tiveram rebaixamento salarial.

A política de Colombo, que é aliado de Dilma (PT), não difere da aplicada pelo governo federal. Dilma/PT já retirou direitos dos trabalhadores com as MPs 664 e 665, cortou verbas da saúde e da educação, avança na privatização da saúde pública com a implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), quer impor a idade mínima para a aposentadoria e atacou as greves de petroleiros, bancários, servidores públicos federais e trabalhadores dos Correios. O modelo de reforma da previdência do Colombo segue o mesmo de Lula ede Dilma, atacando os direitos das aposentadorias e impondo a criação de fundos de previdência complementares que destinam o dinheiro das contribuições para o mercado financeiro.

Os ataques que Colombo faz contra a educação só são possíveis porque encontram respaldo no Plano Nacional de Educação de Dilma/PT, que impulsiona a expansão do setor privado e que também não prevê para os currículos escolares o conteúdo que aborde gênero e diversidade sexual. O PT de Dilma, o PSD de Colombo, o PSDB de Aécio Neves, o PMDB de Pinho Moreira e de Eduardo Cunha e os outros partidos da burguesia, podem brigar de vez em quando, mas quando o assunto é atacar os trabalhadores eles se unem.

É preciso construir a greve geral
No momento em que os governos (federal, estaduais e municipais), patrões e congresso nacional se unem para jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores acreditamos que é fundamental unir todas as lutas para a construção de uma greve geral. É preciso unir a luta do magistério, dos demais servidores públicos estaduais, das mulheres contra o PL 5069 e o Fora Cunha, a indignação nacional diante do desastre em Mariana/MG, a luta dos estudantes secundaristas de São Paulo contra o fechamento de escolas, do movimento negro no mês da consciência negra e as inúmeras greves e ocupações que acontecem pelo país.

Já passou da hora de centrais e entidades como a CUT, MST e CTB romperem com os governos e atender o chamado da CSP-Conlutas para a organização de uma greve geral para derrubar esse ajuste fiscal, defender os serviços públicos e os direitos dos trabalhadores, garantir estabilidade no emprego, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir os salários. Para fazer com que os ricos paguem pela crise, parando de pagar essa dívida pública aos banqueiros e as desonerações fiscais aos empresários, impedindo a corrupção, a privatização e a entrega a preço de banana de estatais valiosas como a Petrobras; reestatizando sem indenização as estatais que foram privatizadas, como a Vale. Uma Greve Geral botaria para fora Colombo, Dilma, Aécio, Temer, Cunha, Pinho Moreira e abriria a possiblidade de um governo socialista verdadeiramente dos de baixo, dos trabalhadores, sem corruptos e sem grandes empresários.

O PSTU se soma ao chamado para que todos estejam presentes no dia 1º/12 na ALESC a partir das 9h da manhã para barrarmos os ataques de Colombo ao serviço público estadual e a fortalecer a assembleia geral convocada pelo Fórum dos Servidores Públicos neste mesmo dia na praça em frente à ALESC a partir das 13h. É hora de unificar em luta os trabalhadores contra os ataques dos governos, defender salários, direitos e conquistas e dar um basta em PSD, PT, PMDB, PSDB!

PSTU – Santa Catarina

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Gerentes da Petrobrás perseguem operário do PSTU na Bacia de Campos

Aderson Bussinger, do Rio de Janeiro (RJ)


De maio de 2003 até agosto de 2014, Clausmar Luiz Siegel, militante do PSTU desde 1999, foi operador na plataforma/navio FSO-38, também conhecida como "P-38". Neste período, liderou várias mobilizações nesta plataforma da Bacia de Campos em campanhas de ACT’s (Acordo Coletivo de Trabalho) e PLR’s (Participação nos Lucros e Resultados). Participou ainda de 4 chapas de oposição à direção do Sindipetro-NF (CUT), foi eleito delegado de base para vários congressos da FUP, da FNP, da Conlutas e da CSP-Conlutas.

Também foi representante dos trabalhadores em dois mandatos de Cipa na P-38, e nas duas eleições foi o candidato mais votado naquele navio. Em 2011 teve a segunda maior votação, em percentual, de toda a Bacia de Campos. Durante estes mandatos, sempre questionou o falso discurso de "segurança em primeiro lugar", muito usado pela gerência da Petrobrás, mobilizando os colegas de trabalho na luta pela prevenção a acidentes e doenças laborais. Foram várias as cobranças de segurança feitas a gerentes, além da organização de abaixo-assinados e boicotes coletivos na emissão de Permissões para Trabalhos.

No exercício da vice-presidência da CIPA, diversas vezes paralisou trabalhos já em curso por estarem sendo realizados fora das normas de segurança do trabalho. E ainda, com base no resultado de uma assembleia sindical, formalizou denúncia contra seus gerentes imediatos junto ao RH corporativo da Petrobrás pela demora na resolução de pendências de segurança. Também deixou de assinar diversas atas de reuniões de CIPA por divergir da redação desvirtuada e tendenciosa. Como profissional, desde 2012 atuou no treinamento de novos operadores e reciclagem de antigos em técnicas e procedimentos de operação de todos os sistemas industriais da P-38.

Em 2013 candidatou-se ao terceiro mandato de CIPA, e a sua inscrição simplesmente "sumiu" do sistema eleitoral digital! Seu nome, misteriosamente, não apareceu na cédula eletrônica. Dai em diante, sucederam-se outras perseguições políticas.

Em agosto de 2014, já no período das eleições gerais (quando as transferências são proibidas nas empresas estatais e de economia mista, e há uma ação judicial sobre este fato) foi avisado que estava sendo transferido, compulsoriamente, de plataforma e de função. Repentinamente, na véspera de um embarque cotidiano no FSO-38 e sem a menor conversa prévia, foi "promovido" a fiscal de contrato internacional. A gerência avisou que passaria a embarcar no FSO-Cidade de Macaé (maior navio no Brasil), da empresa japonesa MODEC e alocado pela Petrobrás, também na Bacia de Campos.

Lá, atuaria em funções gerenciais (fiscalização geral de todas as atividades do navio-plataforma), e seria o único funcionário Petrobrás a bordo. Ou seja, seria isolado politicamente! Por um período inicial, durante seu treinamento na nova função, permaneceria no regime de trabalho de operador (14 dias de embarque X 21 dias de descanso), mas quando assumisse plenamente a nova função, teria seu regime de trabalho mudado para 14 X 28, que é o regime de gerentes e coordenadores embarcados. Também foi avisado da perda do adicional de turno e iniciaria no adicional de sobreaviso: uma diminuição no salário.

No mesmo momento em que era avisado verbalmente da "promoção", Clausmar respondeu que não aceitaria a nova função, e considerava aquela transferência uma perseguição política da gerência da Petrobrás. Sem opção, passou a embarcar no FSO-Cidade de Macaé como "aprendiz de fiscal". Um abaixo-assinado foi feito pedindo o retorno para a P-38 e entregue à gerencia da empresa, mas foi ignorado.

Foram dez embarques nesta condição, sempre trabalhando sob a supervisão de outro fiscal experiente. Deixou claro várias vezes que não concordava com a nova atividade, e que não assumiria a função de fiscal na plenitude. Em julho de 2015, foi convocado para "trabalhar" em terra no Rio de Janeiro, sob o argumento de que os gerentes tentariam uma nova localização de trabalho em plataformas. Clausmar também tentou achar uma nova localização como operador em outras plataformas da Petrobras, mas sem sucesso.

Recentemente, foi comunicado que sofrerá o processo de "desimplante", isto é, será definitivamente colocado para trabalhar em terra, no regime administrativo no Rio, gerando mais uma redução de adicional na folha de pagamento. Como tem sua residência familiar em Santa Catarina, há mais de mil quilômetros do Rio, este "desimplante" inviabiliza a permanência no emprego! Não há como manter a vida pessoal e familiar em Timbó-SC, trabalhando em regime administrativo na capital carioca.

Notem que isso ocorre num período de intenso ataque aos salários e direitos trabalhistas de petroleiros diretos e demissão massiva de terceirizados, num período de intenso ataque à Petrobrás! Ataques estes que visam privatizar o pouco que ainda resta de estatal nesta empresa. Isso ocorre num período em que os roubos da diretoria executiva (Petistas, PMDBista e tucanos) são usados para mentir sobre o futuro da empresa, mascarando a contabilidade e forjando prejuízos, fornecendo falsos argumentos para o aumento dos combustíveis e a privatização.

Notem que não apenas Serra, Cunha, Dilma e Bendine querem terminar de privatizar a Petrobrás, mas que também os gerentes de carreira, alguns tucanos e outros petistas, colaboram com isto! Colaboram na medida em que perseguem politicamente um ativista dos direitos trabalhistas e abnegado militante contra a privatização. Trata-se de um ato antissindical contra um ex-cipeiro, membro da oposição à direção sindical e defensor da FNP (a federação petroleira não atrelada ao governo Dilma)

É lamentável que alguns líderes sindicais das gloriosas greves petroleiras de 1994 e 1995 contra a privatização de FHC, agora sejam gerentes e participem desta perseguição: eles mudaram de lado! Assim como a cúpula do PT, os seus membros também passaram a defender os interesses da burguesia e do imperialismo. Trata-se de uma postura consciente de todos os petistas. É urgente que os petroleiros e seus atuais líderes organizem o desempoderamento do PT, do PMDB e do PSDB na Petrobras, para salvarmos a empresa das garras do imperialismo!


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A falsificação cultural em Blumenau

Hugo Voigt

Estamos iniciando a Oktoberfest 2015, uma festa criada nos anos oitenta que celebra a germanidade da cidade de Blumenau. Mas vamos expor os aspectos históricos que impedem a comemoração desta germanidade.

A primeira Oktoberfest ocorreu no ano de 1984 criada pelo prefeito Dálton dos Reis[1] para recuperar Blumenau da enchente do mesmo ano, a festa foi inspirada em outra que ocorre em Munique. Assim o prefeito Reis conseguiu atrair os olhos do Brasil para nossa cidade, trazendo assim diversos turistas para comemorar algo que não faz parte de suas vidas.

A festa tornou-­se popular nos anos seguintes trazendo cada vez mais turistas, sendo a maior festa do estado e a maior do Brasil, a comemorar a tradição alemã. Mas muito atrás ainda de Munique, no ano onde Oktoberfest de Blumenau mais teve movimento conseguiu reunir mais de 102 mil pessoas, muito atras dos 10 milhões que visitam a Oktoberfest em Munique.

Mas por que esta festa foi criada? No ano de 1810 quando o Rei Luiz I, futuro rei da Baviera se casou com a Princesa Tereza da Saxônia, assim durante o casamento o Luiz I realizou uma corrida de cavalos que atraiu uma grande quantidade de pessoas. Como o aniversário de casamento atraía sempre um público maior, a festa em 1840 foi transferida para Munique. Agora um problema, neste período a Alemanha era uma federação com diversos estados, principados e ducados[2], que sofria com as constantes guerras para unificação, a inflação e outros problemas do regime semifeudal que esta colcha de retalhos vivia, a imigração tornou­-se uma alternativa. Com uma serie de mentiras divulgadas pelo governo brasileiro na Europa, diversos alemães resolveram tentar a sorte no Novo Mundo.

Mas de onde vinham estes alemães? A imensa maioria destes alemães vieram das regiões indústrias da Alemanha principalmente dos estados de Rheinland-­Pfalz, Hessen, Bremem e Hamburgo. Houve também a imigração de um grupo étnico que era chamado de Alemães do Volga[3], que foram expulsos de sua terras no início do seculo XIX.

Assim a imigração não é algo a ser comemorado, pois os motivos que levaram os alemães a abandonar sua terra natal (fome, guerra, inflação) são os mesmos que afetam hoje sírios, líbios e haitianos. Agora os mesmos que durante alguns dias comemoram a falsa germanidade de Blumenau não aceitam a imigração de outros povos que hoje sofrem igual ao imigrante do passado.

Além de cultuar uma falsa germanidade a festa esconde uma parcela importante da imigração de Blumenau como os japoneses, russos, poloneses e italianos. Também não há nenhuma menção aos escravos do herói colonizador Dr. Blumenau.

Assim não podemos comemorar um passado que não existiu e muito menos um futuro que a cada ano fica mais incerto.

[1] Dálton dos Reis foi prefeito de Blumenau durante 1983 a 1988 pelo PMDB.
[2] Apenas no ano de 1870 a Alemanha se torna um estado unificado com a vitoria prussiana na gurra contra a França.
[3] O rio Volga é localizado na parte europeia da Rússia e concentra importante reduto industrial do país.